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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Cunha diz ter "total" condição de presidir Câmara se for réu

Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em Brasília, dia 16/02/2016

 O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quinta-feira, 25, que, mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) receba a denúncia contra ele na Lava Jato, na próxima quarta-feira, 2 de março, permanecerá no comando da Casa.

Questionado se ainda teria condições de presidir a Câmara caso vire réu, respondeu com apenas uma palavra: "Total".

Cunha negou que o recebimento da denúncia o enfraqueça politicamente na Casa e lembrou já ter sido réu em outra ação.

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"Já aconteceu comigo de eu ter sido declarado réu e depois fui absolvido por unanimidade", afirmou o parlamentar.

O presidente da Casa foi denunciado pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, por suspeita de receber ao menos US$ 5 milhões em propinas referentes a dois contratos de afretamento de navios-sonda da Petrobras em 2006 e 2007 pela diretoria Internacional da estatal - cota do PMDB no esquema.

O peemedebista é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.

Além disso, Cunha já teve bloqueados pelo Supremo cerca de R$ 9,6 milhões (2,4 milhões de francos suíços) mantidos em contas não declaradas por ele na Suíça.

A medida faz parte de outra investigação contra Cunha, sua esposa e sua filha a partir de informações encaminhadas pelo Ministério Público da Suíça sobre as contas mantidas por ele e seus familiares no exterior.

Documentos enviados pelo Ministério Público da Suíça ao Brasil comprovam que um negócio de US$ 34,5 milhões fechado pela Petrobras em 2011, no Benin, na África, serviu para irrigar as quatro contas no país europeu que têm como beneficiários Cunha, e sua mulher, Cláudia Cordeiro Cruz.

O dinheiro destas contas ainda foi utilizado para o pagamento de despesas pessoas da família de Cunha, como revelou a documentação encaminhada pela Suíça.

A polêmica envolvendo o dinheiro no exterior também deu origem a um processo de cassação contra o peemedebista que se arrasta desde o ano passado no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

Cunha é acusado de quebra de decoro ao afirmar na CPI da Petrobras que não possuía contas na Suíça.

Após várias manobras de seus aliados, contudo, o processo que pode levar à cassação do peemedebista ainda não saiu da estaca zero.

Santana foi pago por campanha de Hugo Chávez via caixa 2

O ex-presidente venezuelano, Hugo Chávez

  A empresária Monica Regina Cunha Moura, mulher do publicitário João Santana - ambos presos na Operação Acarajé, 23.ª fase da Lava Jato -, declarou à Polícia Federal que em 2011 'foi orientada' a procurar Fernando Miggliacio, então executivo da Odebrecht e apontado pelos investigadores como pagador de propinas da empreiteira no exterior, para receber parte de valores referentes à campanha da reeleição de Hugo Chávez (morto em 2013) na Venezuela.

O dinheiro foi depositado na conta Shellbill Finance, que João Santana abrira em 1998 na Suíça.

Segundo Monica, a campanha chavista teve 'um alto custo', US$ 35 milhões. Ela admitiu que 'grande parte desse valor foi recebida de maneira não contabilizada'.

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A mulher do marqueteiro afirmou que 'diante das dificuldades de pagamento' vários doadores efetuavam repasses.

Ela definiu Miggliacio como 'um executivo da Odebrecht no Brasil que colaboraria no custeio de parte da campanha (de Chavez)'.

Miggliacio foi preso no dia 17 de fevereiro em Genebra tentando fechar contas bancárias. Ele é alvo da Acarajé que lhe atribui o controle de empresas offshores relacionadas ao Gripo Odebrecht.

Essas offshores teriam sido usadas para pagamentos de valores ilícitos e lavagem de dinheiro. Uma delas seria a Klienfeld.

Segundo Mônica, a partir de 2011 ocorreu a maior movimentação na conta Shellbill Finance. Aquele ano, disse, foi marcado por três grandes campanhas presidenciais, Hugo Chavez (Venezuela), José Eduardo Santos (Angola) e Danilo Medina (República Dominicana).

Monica declarou à Polícia Federal que foi firmado um 'contrato fictício' com a offshore Klienfeld e que 'acredita que os valores pagos pela Odebrecht no exterior alcançam aproximadamente três a quatro milhões de reais'.

"Nega ter recebido qualquer valor em espécie no Brasil por parte da Odebrecht."

Eleições no Brasil

Mônica negou que pagamentos por ele realizados tenham qualquer relação com campanhas eleitorais no Brasil.

Afirmou que ela e o marido 'só atuam no marketing eleitoral e que os principais clientes, no Brasil, são o PT, o PDT e o PMDB'.

Monica disse que 'nunca tratou com o empresário Marcelo Odebrech - preso na Lava Jato desde junho de 2015 - sobre campanhas e pagamentos através da Shellbill Finance ou qualquer outro negócio'.

Mas admitiu que 'sempre se encontrou com Fernando Miggliacio em São Paulo, tanto na sede da Odebrecht como em locais públicos'.

Contou que assinou contrato com Miggliacio 'relacionado à offshore Klienfeld'.

"Nunca recebeu qualquer pagamento em espécie por parte da Odebrecht", assegurou.

"Não sabe qual o montante recebido por parte da Odebrecht uma vez que os pagamentos se deram por meio de offshore."

Monica Moura disse, ainda, que 'deixou de declarar suas contas no exterior pois aguardava a promulgação de eventual lei de repatriação de valores, o que retiraria o caráter ilícito da manutenção da conta na Suíça em nome da Shellbil Finance.'

"Em todas as suas campanhas, não fosse por imposição dos contratantes. preferia que fosse tudo contabilizado."

Santana foi pago por campanha de Hugo Chávez via caixa 2

Dois carros elétricos em ponto de recarga em uma rua de Londres, Inglaterra

  Não restam dúvidas de que os carros verdes vieram para ficar. As principais montadoras do mundo investem cada vez mais em modelos de menor consumo de combustível e impacto ambiental que, aos poucos, caem no gosto dos consumidores. O preço, naturalmente, ainda é um empecilho para a expansão em massa deste mercado. Mas isso deve mudar.

Uma nova pesquisa da Bloomberg New Energy Finance (BNEF) sugere que, com a contínua redução dos preços das baterias, os veículos elétricos e híbridos se tornarão, até 2025, uma opção mais econômica na maioria dos países, até mesmo do que os modelos a gasolina ou diesel. Adicione mais alguns anos, e o cenário é ainda mais promissor. 

O estudo, publicado nesta quinta-feira (25), prevê que as vendas globais de EVs (do inglês 'Electric Vehicle') irão bater 41 milhões em 2040, representando 35% das vendas de veículos novos leves. Isso seria quase 90 vezes o valor equivalente às vendas de 2015, estimadas em cerca de 462 000, 60% a mais que em 2014.

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Atualmente, só um país no mundo tem taxas quase tão elevadas assim — a Noruega, onde os veículos movidos a eletricidade já representam um quarto das vendas totais de quatro-rodas. Dono de uma das maiores reservas de petróleo do mundo (e de um dos litros de gasolina mais caros), o país não apenas eliminou impostos sobre os automóveis limpos, como passou a oferecer estacionamento gratuito e acesso a corredores de ônibus. 

Mudanças no tabuleiro energético

No cerne da previsão da BNEF está uma análise sobre os preços das baterias, que caiu vertiginosamente nos últimos anos. Para se ter uma ideia, os custos das bateria de íon de lítio reduziram 65% desde 2010, chegando a US$ 350 por kilowatt-hora (kWh) de energia armazenada no ano passado. E não para aí: a expecativa é que chegue a menos de US$ 120 por kWh em 2030.

Esta tabela da BNEF mostra a projeção do crescimento das vendas de modelos híbridos e elétricos no mundo: 

Tabela da BNEF mostra a evolução nas vendas de carros elétricos

Esta mudança de motorização projetada para os próximos anos terá implicações para além do mercado de automóveis. Segundo os analistas da BNEF, o aumento iminente de veículos elétricos poderia desencadear uma nova rodada de problemas para a indústria petrolífera.

Pelos cálculos, um quarto de carros "verdes" nas estradas do mundo até 2040 representará menos 13 milhões de barris por dia de petróleo.

Por outro lado, quanto mais pessoas começam a recarregar seus carros nas tomadas elétricas, em vez de encher o tanque nos postos de gasolina, maior será a pressão sobre os sistemas de geração de energia dos países.

Na ponta do lápis, uma frota eletrificada em peso representaria uma demanda extra de 1 900 kWh de eletricidade, ou cerca de 8% do consumo global de eletricidade em 2015, segundo o estudo. 

Para realizar essa previsão, os analistas da BNEF basearam-se na recuperação do preço do petróleo bruto para a casa dos US$ 50, e em seguida voltando até US$ 70 ou mais até o ano de 2040.

O mais curioso, de acordo com o estudo, é que se o preço do petróleo cair para US$ 20 e estacionar aí, a adoção em massa dos EVs só iria atrasar cerca de cinco anos.

Incentivos governamentais

Apesar do rápido crescimento do mercado de carros elétricos e híbridos — e seus 1,3 milhão de modelos vendidos em todo o mundo, com destaque para o Nissan Leaf e o Chrevrolet Volt —, eles ainda representam menos de 1% das vendas de veículos comerciais leves atualmente. 

Neste contexto, os governos continuam a a desempenhar um forte papel em várias áreas relacionadas com a adoção de veículos elétricos. De todos os fatores que impulsionam este mercado, o subsídio à compra direta ainda é o mais eficaz. Porém, outras investidas também ajudam a impulsionar os verdinhos.


Vaga de estacionamento para carro híbrido ou elétrico

Estímulos: a Noruega eliminou impostos sobre os veículos limpos e passou a oferecer estacionamento gratuito, além de acesso a corredores de ônibus.

"Foi a combinação de incentivos fiscais, estacionamento exclusivo e acesso a corredores de veículos que levaram os elétricos na Noruega a um quarto das vendas totais bem antes do que se pensava possível na maioria dos países", disse à EXAME.com Colin McKerracher, analista líder de transporte avançado na BNEF.

"Mas os governos também têm um papel ativo na promoção de infraestrutura especial. Por exemplo, recentemente, um regulador na Califórnia aprovou dois grandes planos de serviços públicos para a construção de redes de infraestrutura de recarga, repassando esses custos através de tarifas de eletricidade", sublinha. 

Brasil

No Brasil, desde outubro do ano passado, os carros elétricos estão isentos da tarifa de importação de 35%, o que em teoria ajudaria a estimular as vendas por aqui. Mas, segundo o especialista, pelo menos ao longo dos próximos cinco anos, a penetração dos elétricos no país ainda será bastante limitada: "provavelmente menos de 1% das vendas de veículos novos e principalmente focado em modelos mais sofisticados".

"A partir de meados da década de 2020, esperamos um crescimento mais forte, com a redução dos custos do veículos e melhorias no desempenho", destaca McKerracher. 

Seja como for, a verdade é o que Brasil tem um perfil bem diferente quando o assunto é eletrificação dos transportes.

"No Brasil, a pressão para a redução das importações de petróleo e das emissões de gases efeito estufa são menos críticas por causa da forte indústria nacional de etanol"

Cardozo nega relação de Santana com Dilma

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, fala à imprensa após encontro com o presidente da OAB

 O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta-feira, 25, que a prisão do marqueteiro João Santana "não tem nenhuma relação" com a presidente Dilma Rousseff.

"Há sim uma clara tentativa de setores da oposição de fazer especulações e tentar reverter o resultado das urnas", disse o ministro ao deixar a cerimônia de posse da nova cúpula do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília.

Cardozo afirmou que não acredita que a prisão de Santana possa influenciar os processos de impeachment da presidente que estão em curso, inclusive o que está no TSE e pode culminar com a cassação da chapa de Dilma e do vice Michel Temer.

"Não acredito sinceramente que nenhum desses processos tenha algum fato que possa justificar a cassação do mandato", destacou o ministro, ressaltando que os oposicionistas fazem "marolas" para criar crises. "Essa é uma política ruim para o País."

Questionado sobre as investigações em torno do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e possíveis problemas entres os poderes, o ministro disse que não vê dificuldades institucionais porque "o Brasil tem instituições fortes".

Nesta tarde, tomou posse à frente do TST o ministro Ives Gandra Martins Filho. Participaram do evento o vice-presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, o ministro do Trabalho e Previdência, Miguel Rossetto, entre outras autoridades

Em rede social chinesa, Dilma faz convite para Olimpíadas

Página oficial da presidente Dilma Rousseff na rede social chinesa Weibo

  A presidente Dilma Rousseff  estreou nesta quinta-feira uma conta na rede social chinesa Weibo, um misto de Twitter e Facebook, autorizada pelo governo chinês, com um vídeo convidando a população da China a vir ao Brasil para a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro.

Em um vídeo de um minuto e meio, a presidente saúda os chineses e diz estar muito feliz de participar da rede social. Afirma, ainda, que a China sabe da importância de sediar uma Olimpíada.

“Nós no Brasil assumimos esse desafio com grande responsabilidade e orgulho. Estamos trabalhando dia e noite para garantir o sucesso dos jogos dentro e fora das arenas”, disse a presidente em português, com legendas em mandarim. 

O vídeo foi postado na tarde desta quinta-feira, depois de uma audiência da presidente com o presidente-executivo da Weibo, Chao Guowei, no Palácio do Planalto.

No encontro, que durou cerca de 40 minutos, Dilma criou sua conta e conversou com executivo sobre a Olimpíada no Brasil e seu interesse em dialogar mais com a população chinesa.

De acordo com a assessoria de imprensa da Presidência, Dilma disse a Guowei que quer atrair mais turistas chineses ao Brasil.

A intenção do Palácio do Planalto é fazer pelo menos uma publicação por mês na rede para tratar de Olimpíada, turismo e comércio exterior.

Nas próximas semanas, a presidente deverá, por exemplo, tentar tranquilizar os chineses sobre o surto de Zika vírus no Brasil, afirmando que não há riscos para os Jogos Olímpicos.

Guowei esteve ontem no Rio de Janeiro para lançar a cobertura do Weibo nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

A rede social, que também tem um portal, tem 600 milhões de seguidores, mas seus posts chegam a alcançar 1 bilhão de pessoas.

Criada com autorização do governo chinês, a rede substitui na China as principais redes sociais do mundo, proibidas no país asiático, onde só podem ser acessadas com uso de VPNs, programas que mascaram o IP dos computadores.

A presidente encerra o vídeo postado nesta quinta-feira afirmando que “o Brasil inteiro, assim como o Cristo Redentor, aguarda o povo chinês de braços abertos para dividir conosco as emoções dos Jogos Rio 2016”, e ensaia uma despedida em mandarim: “Zaijian”, ou até logo.

Magia do ouro' desaparece depois do maior avanço desde 1980

Barras de ouro em uma refinaria da Argor-Heraeus em Mendrisio, Suíça

A commodity de melhor desempenho do mundo neste ano poderia estar prestes a perder a sua magia.

O ouro, depois de ter o maior avanço no começo do ano desde 1980, vai cair neste mês por causa da diminuição das compras feitas por consumidores chineses, que aumentaram antes do início do ano-novo lunar, de acordo com oito dos 12 analistas consultados pela Bloomberg. 

Os preços, que atingiram um pico de sete meses e chegaram a US$ 1.200,97 por onça na segunda-feira, poderiam cair para US$ 1.100, com base na média de estimativas de sete analistas que forneceram previsões.

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Após três quedas anuais consecutivas, o ouro subiu em 2016 porque os investidores estão buscando um refúgio da queda das ações e das economias mais fracas, ao mesmo tempo em que consumidores chineses compraram presentes antes do início do ano do macaco, que começou na segunda-feira. 

Mas a compra sazonal na China, que responde por mais de um quarto da demanda mundial por joias de ouro, geralmente cai quando as lojas fecham durante pelo menos uma semana no feriado, eliminando assim uma fonte de apoio aos preços.

Durante a última década, o maior ganho mensal de ouro, em média, foi em janeiro, com pequenos avanços em fevereiro e perdas em março.

“O mercado do ouro precisa da compra física, e já estamos vendo uma desaceleração do comércio com a China”, disse Robin Bhar, analista em Londres do Société Générale, que prevê que os preços poderiam cair para US$ 950 neste ano. 

“Na semana depois do ano-novo, a China vai praticamente parar, e isso quase certamente terá algum impacto no preço do ouro. Não consigo ver um catalisador para manter a alta dos preços”.

O Goldman Sachs Group reiterou na terça-feira sua previsão de dezembro, de que os preços vão cair pelo quarto ano consecutivo e chegar a US$ 1.000 por volta do final do 2016. O banco espera que o Federal Reserve aumente as taxas de juros nos Estados Unidos pelo menos três vezes, o que reduzirá o apelo do metal porque o ouro não paga dividendos como bonds ou ações.

Ouro para entrega imediata perdeu 0,4 por cento, chegando a US$ 1.184,24, na quarta-feira e 12 por cento neste ano, mais do que qualquer outra matéria-prima acompanhada pelo Bloomberg Commodity Index. 

Foi o melhor começo do metal desde um ganho de 24 por cento em 1980 no mesmo período. Embora a demanda por um refúgio possa manter os preços elevados, a história mostra que a época do ano de crescimentos maiores já passou.

Mudança de previsão

Embora o Goldman preveja taxas de juros mais altas nos EUA, os investidores reduziram a expectativa para o aumento neste ano, porque os mercados acionários internacionais estão afundando, aumentam as perdas do petróleo e a economia da China está desacelerando. 

Agora não há nenhuma possibilidade de um aumento no próximo mês, em comparação com 51 por cento de chances no início do ano, de acordo com dados monitorados pela Bloomberg.

“Já tivemos quatro anos de perdas no ouro, mas parece que o piso chegou bem no momento em que os bancos centrais voltaram a um impasse”, disse Adrian Ash, chefe de pesquisa da BullionVault, um serviço de comércio on-line em Londres. 

“É claro que o Fed não será capaz de aumentar as taxas neste ano, e os investidores estão voltando a considerar o ouro. Essa situação poderia ficar muito interessante”.

Para Adam Finn, o chefe de metais preciosos da Triland Metals em Londres, a recuperação deste ano é mais um contratempo do que uma mudança de longo prazo na tendência de baixa para o ouro. 

Embora os preços tenham ficado acima da média móvel de 200 dias no dia 3 de fevereiro, esses movimentos foram mais um sinal de venda do que um sinal de compra, disse ele. As últimas três vezes em que isso ocorreu, o ouro caiu 4,6 por cento no mês seguinte.

Letra de Câmbio brilha entre investimentos de renda fixa

Lâmpada acesa em meio a lâmpadas apagadas

 As Letras de Câmbio (LCs) são um dos investimentos de renda fixa mais rentáveis do mercado hoje, superando os resultados de aplicações como o Tesouro Direto, fundos de investimentos e títulos bancários, como CDBs, LCIs e LCAs. Com remunerações que passam de 120% do CDI, o investimento tem atraído investidores que aceitam correr um pouco mais de risco em busca de maior rentabilidade.

As Letras de Câmbio são muito similares aos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), sendo que a principal diferença entre os dois títulos é que as LCs são emitidas por financeiras e os CDBs por bancos. Justamente por isso, as LCs são conhecidas como os CDBs das financeiras.

Assim como o CDB, a LC é emitida pela instituição para que ela capte recursos em uma ponta e realize empréstimos em outra. Enquanto os CDBs podem ser emitidos sem que os bancos precisem realizar operações que sirvam como garantia do título (lastro), no caso das LCs as financeiras só podem emitir os títulos caso possuam empréstimos em volumes correspondentes que sirvam como lastro.

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Mas, por que exatamente elas são chamadas de Letras de Câmbio? "Não existe nenhuma relação entre as Letras de Câmbio e as operações de câmbio. Elas foram nomeadas dessa forma há muito tempo, mas no sentido de troca e não de câmbio de moedas", explica Amerson Magalhães, diretor da Easynvest.

Veja as diferenças entre as LCs, LCIs, LCAs e os CDBs.

Riscos 

Ainda que as remunerações das LCs sejam atrativas (veja ao final da matéria as taxas que elas pagam hoje), como diz o ditado: não existe almoço grátis. Por trás dos maiores rendimentos, está o maior risco de crédito que esses títulos apresentam, já que as financeiras têm mais chances de desonrar o pagamento do que um banco grande, por exemplo.

“As financeiras costumam ter um foco de atuação principal, como o financiamento de casas, de ônibus, caminhões, etc. Então, como a carteira de crédito delas é concentrada em apenas um tipo de operação, seu risco costuma ser maior do que o dos bancos, que têm atividades mais diversificadas”, afirma Bruno Saads, analista de Renda Fixa da XP Investimentos.

Esse risco, no entanto, praticamente se anula para quem não aplica volumes de recursos elevados. As LCs contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que em caso de quebra da instituição reembolsa ao investidor o seu prejuízo até o limite de 250 mil reais (limite válido por CPF e por instituição).

O único porém da garantia do FGC é que, em uma eventual falência do banco, o reembolso pode sair apenas depois de alguns meses. Assim, o investidor pode ficar com seus recursos imobilizados e ter um alto custo de oportunidade, que seria o custo de deixar de ganhar dinheiro em outros investimentos.

Outro risco associado às Letras de Câmbio é o risco de liquidez, que é o risco que o investidor corre de não poder resgatar o dinheiro aplicado antes do vencimento. “Se a LC tiver um prazo de quatro anos e acontecer alguma tragédia na família, o investidor pode ter prejuízo ao tentar vender esse ativo no mercado secundário antes do prazo”, afirma Saad.

Como os CDBs são emitidos em maior quantidade e têm menos risco, eles costumam ser negociados com maior facilidade do que as LCs no mercado secundário, diz o analista da XP. 

Vale lembrar que, enquanto o mercado primário compreende o lançamento de novos títulos no mercado por um banco, por exemplo, no mercado secundário ocorre a troca de propriedade de títulos entre investidores. Portanto, a venda da LC dependerá do interesse de investidores no mercado secundário.

Retornos

Como contrapartida dos maiores riscos, as LCs pagam remunerações mais atrativas. “O fato de ser emitida por uma financeira já explica por que a LC acaba pagando mais. Além de ter maior dificuldade de captação, quando comparada a um banco, normalmente a financeira tem maior risco, por isso ela acaba oferecendo taxas mais altas para atrair mais investidores”, afirma Amerson Magalhães, da Easynvest.

Bruno Saads, da XP, afirma que, enquanto as LCs chegam a oferecer taxas de 125% a 130% do CDI para prazos superiores a quatro anos, os CDBs vendidos hoje no mercado pagam taxas de cerca de 120% a 123% do CDI para esse mesmo prazo. Já se o prazo for de um ano, é possível encontrar LCs com taxas de 115% a 117% do CDI e CDBs com taxas de 111% a 113% do CDI.

Por oferecer taxas maiores e também contar com a garantia do FGC,  o diretor da Easynvest não vê motivos para investidores optarem por CDBs, LCIs e LCAs em detrimento das LCs. “Se o investidor tem 50 mil reais e existem tanto CDBs, LCIs e LCAs quanto LCs com o mesmo prazo não faz sentido distribuir os recursos entre diferentes títulos se a LC paga uma taxa maior”, afirma Magalhães.

Ele argumenta que, por mais que CDBs, LCIs e LCAs sejam emitidos por bancos e as LCs por financeiras, como todos os títulos contam com a garantia do FGC, é como se o risco deles se igualasse.

Assim sendo, para escolher o melhor título, Magalhães recomenda que o investidor observe quais deles oferecem um prazo adequado para o seu objetivo e possuem aportes mínimos que ele consegue arcar. Colocados esses filtros, então a escolha se baseará na taxa: o título que naquele momento oferecer a maior remuneração é o título que deve ser escolhido.

Ao comparar as taxas, é importante lembrar que, enquanto as LCs e os CDBs sofrem desconto de imposto de renda (IR), as LCIs e LCAs são isentas. Portanto, as taxas brutas de CDBs e LCs, via de regra, serão maiores, mas para comparar qual dos quatro títulos é o melhor o investidor deve considerar a rentabilidade líquida de cada um deles, isto é, descontado o imposto.

As LCs, assim como os CDBs e a maior parte dos investimentos de renda fixa, são tributados pela tabela regressiva do IR, segundo a qual aplicações feitas em até 180 dias são tributadas à alíquota de 22,5%; de 181 dias a 360 dias o imposto cai para 20%; de 361 a 720 dias vai para 17,5%; e acima de 721 dias é aplicada a menor alíquota, de 15%.

Portanto, quanto maior o prazo do investimento, menor será o desconto do IR e maior será a rentabilidade líquida.

E em comparação ao Tesouro Direto?

O Tesouro Direto também é uma opção de investimento muito recomendada na renda fixa para quem busca segurança e rentabilidade superior à poupança. No entanto, as taxas pagas no Tesouro ainda ficam abaixo das obtidas em alguns títulos emitidos por bancos e financeiras.

O Tesouro Selic, por exemplo, que é o título mais conservador do Tesouro Direto, paga ao investidor sempre a variação da taxa Selic. Já as LCs, assim como CDBs, LCIs e LCAs pagam normalmente um percentual da taxa DI, também chamada de CDI, que é a taxa média praticada nos Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), títulos semelhantes ao CDBs, mas negociados apenas entre instituições financeiras.

Como a taxa Selic fica muito próxima ao CDI, se os títulos bancários e as LCs têm oferecido taxas superiores a 100% do CDI, é possível dizer que o Tesouro Selic, que paga sempre 100% da taxa básica de juros tem oferecido uma remuneração menos vantajosa.

Além desse tipo de remuneração pós-fixada - atrelada ao CDI ou à taxa Selic -, tanto o Tesouro Direto, quanto os outros títulos privados, podem ter remuneração prefixada, na qual a taxa de juro paga pela aplicação é conhecida no momento da compra.

A remuneração prefixada, contudo, pode ser mais arriscada, já que a taxa paga é a mesma até o vencimento do título. Assim, se a taxa Selic subir, enquanto os investimentos pós-fixados acompanham essas flutuações, os títulos prefixados ficam travados na taxa definida inicialmente. 

Aportes mínimos

Os investimentos mínimos exigidos pelas Letras de Câmbio costumam ser superiores aos de CDBs e outros investimentos do mercado, como o Tesouro Direto, que permite investir com apenas 30 reais.

Bruno Saads, da XP, afirma que os aportes mínimos das LCs costumam variar entre 10 mil e 30 mil reais, enquanto os CDBs normalmente exigem investimentos de 5 mil reais, ou até menos.

Ainda que o valor seja alto para alguém que está acostumado a investir na poupança, que permite investir com menos de 1 real, o aporte inicial ainda é menor do que o exigido, por exemplo, por CDBs de bancos grandes, que chegam a ter aportes mínimos de 50 mil reais e até 100 mil reais.

Onde investir?

As LCs são emitidas por financeiras, mas o jeito mais fácil e menos arriscado de comprar os títulos não é diretamente com as próprias instituições emissoras. Corretoras independentes, como é o caso da XP e da Easynvest, possuem uma prateleira de títulos que facilitam a comparação entre as LCs emitidas por diferentes financeiras e também permitem comparar os prazos e taxas das LCs e de outros investimentos.

Além de oferecer diferentes títulos em um só lugar, as corretoras fazem uma pré-seleção das LCs negociadas. Assim, elas avaliam os riscos das financeiras antes de disponibilizar seus títulos aos clientes.

Para saber se o investimento por meio de uma determinada corretora é seguro, o investidor pode checar se ela conta com o selo Cetip Certifica. Ele indica que a corretora em questão registra e identifica em nome do investidor todas as operações de compra de títulos de renda fixa. O selo também as obriga a enviar aos clientes um extrato que comprova suas posições.

Além de garantir que o investimento está registrado em seu nome, o selo também agiliza eventuais reembolsos pagos pelo FGC em caso de quebra do banco emissor do título, já que ele facilita a identificação do investidor pelo fundo garantidor (conheça melhor o selo Cetip Certifica).

Rentabilidades

As taxas pagas pelas LCs vão depender do emissor, dos prazos e do aporte mínimo exigido. Quanto maior o prazo, maior o retorno e, via de regra, quanto maior o investimento exigido maior a remuneração.

A taxa também varia de acordo com o risco do emissor, sendo que quanto mais arriscado ele for, maior será a remuneração paga. No entanto, as taxas são definidas conforme a necessidade da financeira naquele momento. Portanto, mesmo com menor risco, uma financeira pode oferecer taxas mais atrativas para captar um volume de recursos maior que suas concorrentes.

Veja, nas tabelas a seguir, as taxas pagas por algumas das LCs vendidas na XP Investimentos e na Easynvest.

 

XP Investimentos
ProdutoInvestimento mínimoPrazoRetorno da aplicaçãoRetorno líquido ao final do prazo considerando CDI de 14,25% ao ano
Letras de Câmbio BrickellR$ 30 mil180 dias108% do CDI5,96%
Letras de Câmbio da AgiplanR$ 50 mil1 ano114% do CDI13,52%
Letra de câmbio da CaruanaR$ 30 mil2 anos119% do CDI31,67%
Letra de câmbio da CaruanaR$ 30 mil4 anos129% do CDI83,84%
Fonte: XP Investimentos
Easynvest
ProdutoInvestimento mínimoPrazoRetorno da aplicaçãoRetorno líquido ao final do prazo considerando CDI de 14,25% ao ano
LC da BrickellR$ 50 mil180 dias110,0% do CDI6,08%
Agiplan Financeira CFIR$ 15 mil1 ano112,00 % do CDI13,27%
LC da Socinal FinanceiraR$ 10 mil2 anos115,0% do CDI30,45%
LC da Socinal FinanceiraR$ 10 mil3 anos118,0% do CDI51,15%


Só 8% dos brasileiros dominam de fato português e matemática

Crianças em escola de Curitiba

 A nova edição do estudo "Analfabetismo no Mundo do Trabalho" dá o mesmo diagnóstico de suas últimas edições, publicadas em 2009 e 2011: um a cada quatro brasileiros pode ser considerado analfabeto funcional.

A pesquisa, divulgada nesta semana pelo Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa com base no ano de 2015, testou cerca de 2 mil pessoas de zonas urbanas e rurais e verificou que nada menos que 27% dos brasileiros continuam pertencendo a essa classificação.

O grupo engloba tanto aqueles completamente iliterados quanto indivíduos capazes apenas de compreender textos simples, entender algo de pontuação e reconhecer números familiares, em operações matemáticas simples. As habilidades foram postas à prova na população de 15 a 64 anos.

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Apenas 8% dos pesquisados mostraram domínio e chegaram ao nível máximo do teste, considerados “proficientes” em português e matemática. Dos cinco níveis possíveis, a maior parcela, de 42%, está no grau “elementar”, aqueles que estão aptos a trabalhar bem com a casa de milhar e números negativos em matemática, compreendem e tiram conclusões simples de textos médios, além de agrupar informações textuais e numéricas de tabelas simples, por exemplo.

“De 2001 a 2009 melhoramos o índice de 39% para 27% simplesmente pelo crescimento de frequentadores de escolas e o natural aumento dos anos de estudo da população”, afirma Ana Lucia Lima, diretora executiva do Instituto Paulo Montenegro.

“Daqui para a frente, não adianta permanecer na escola, mas são precisas melhorias que aprimorem o ensino de fato”, afirma. “Nada disso é novidade: trata-se de políticas de educação, de qualidade da formação, de condição de trabalho do professor…”

IMPACTO NO MERCADO DE TRABALHO

Se nada disso é inédito, o grupo de pesquisadores priorizou a análise como forma de contextualizar os efeitos dessa taxa de analfabetismo funcional no mercado de trabalho do Brasil — daí o nome da pesquisa.

Aplicada a este universo, percebe-se que quanto maior o nível de domínio, cresce junto a proporção de empregabilidade. Enquanto 47% dos analfabetos se diziam trabalhando, 75% dos proficientes tinham emprego. Nos níveis médios, há uma crescente, mas sem grandes saltos entre um e outro.

Além do fato de estarem ocupados, os níveis mais altos de compreensão linguística são características de diretores ou gerentes de empresas. Enquanto 1% dos analfabetos ocupam os níveis mais altos, são 9% dos proficientes.

Sabe-se, no entanto, que diretoria é um funil com pouca amostra. Portanto, a diferença só dispara em cargos de gerência: são 4% contra 31%.

“Um dado que surpreende, porém, é o fato de só 18% das pessoas com cargos mais altos na administração pública terem alfabetização em nível pleno. É pouco, pensando que são pessoas em cargo de referência e tomadores de decisão”, diz Ana Lucia. “São eles que estão planejamento o país de amanhã, mesmo com variáveis comprometidas para arquitetar um planejamento.”

Mantendo o perfil tradicional, atividades como trabalhos por conta própria (41%), serviço doméstico (22%) ou pequena produção rural (25%) são as principais ocupações de analfabetos que estejam trabalhando. Entre os desempregados, 13% é analfabeto, enquanto 6% é proficiente.

 

PT sugere uso de reservas e impostos para país sair da crise

Rui Falcão, presidente do PT

  Descontente com a política econômica do governo Dilma Rousseff, o PT vai apresentar, durante a comemoração de 36 anos do partido, um plano econômico paralelo, com objetivo de pressionar a presidente e apontar saídas para a crise.

Batizado de Programa Nacional de Emergência, o plano propõe o uso de parte das reservas internacionais destinado à criação de um Fundo Nacional de Desenvolvimento e Emprego, "radicalização" dos mecanismos de distribuição de renda, além de forte redução da taxa básica de juros e volta da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), compartilhada entre União, Estados e Municípios.

A presidente Dilma já disse que é contra a utilização de reservas para o enfrentamento da crise.

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Escrito pelo presidente do PT, Rui Falcão, com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o documento intitulado "O futuro está na retomada das mudanças" propõe 16 pontos para retomar o crescimento e lembra como o governo Lula saiu da crise em 2008-2009, destacando a necessidade de "dobrar a aposta" na solução adotada naquele período.

"Vivemos, de fato, uma encruzilhada, entre o passado e o futuro", diz o texto, obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo.

O documento assinala que muitas medidas sugeridas dependem de aprovação parlamentar, da "reunificação do campo progressista" do governo, de "intensa batalha político-ideológica" e do "comprometimento" do governo Dilma, indicando a rota de colisão entre o PT e o governo.

Bases

Um dos objetivos do programa de emergência é pressionar o Planalto a adotar uma política econômica que agrade à base do partido, crítica ao governo.

O texto, que fala em "políticas equivocadas" e aponta falhas do governo na área econômica, foi concebido na semana passada durante reunião do Conselho Político do PT, que contou com a participação de Lula, e vai passar nesta sexta-feira, 26, pelo crivo do Diretório Nacional do partido, podendo receber emendas.

Embora Falcão admita que as reservas e possibilidades fiscais do Estado, hoje, são mais frágeis que às do período 2008-2009, ele também observa no texto que passos devem ser dados para recuperar o emprego e a renda, mesmo sob risco de aumento da dívida interna.

"É urgente encetarmos um debate profundo e corajoso sobre recapitalizar o poder público, aprofundando o modelo de desenvolvimento que tem distinguido os governos petistas e rejeitando a capitulação diante do capital rentista e seus oráculos", diz o documento.

"A história recente nos ensina, de toda maneira, a correção do rumo implementado entre 2008-2009. O agravamento da crise interna e internacional, ao contrário de anular esse caminho, deve nos levar à hipótese de dobrar a aposta na opção então adotada pelo presidente Lula, com mais investimento público, mais desenvolvimento industrial, mais mercado interno, mais integração regional, mais políticas públicas, mais salário e mais emprego".

Dirigentes e parlamentares do PT afirmam, nos bastidores, que o governo conseguiria reaquecer a economia se lançasse mão de um terço dos US$ 370 bilhões de reservas internacionais.

O argumento é que, se isso fosse feito, Dilma poderia combater a crise com um vigoroso pacote de infraestrutura e investimentos. A mudança, no entanto, deve ser urgente.

"Tal propósito não pode ser adiado até que se resolva a situação fiscal. Ao contrário: as contas estatais somente poderão ser saneadas a partir da radicalização dos mecanismos redistributivos".

Obras

O Programa Nacional de Emergência do PT também propõe que o Fundo de Desenvolvimento e Emprego, a ser criado com parte das reservas internacionais, seja destinado a "obras de infraestrutura, saneamento e habitação, com destaque para ampliação do Programa Minha Casa, Minha Vida".

Na lista das medidas sugeridas para sair da crise estão ainda reajuste de 20% nos valores do Bolsa Família, recriação da CPMF, tributação de juros sobre capital próprio, cobrança de impostos sobre lucros e dividendos - eliminando a isenção do Imposto de Renda sobre pessoas físicas e jurídicas -, além da adoção do imposto sobre grandes fortunas e de regime progressivo para o Imposto Territorial Rural sobre propriedades produtivas. Oito das 16 propostas dizem respeito a criação de novos impostos ou fim de desonerações.

O documento afirma que, apesar da saída para a crise não ocorrer pela volta ao passado, é preciso dar "passos firmes" para continuar mudanças ocorridas a partir de 2003, no primeiro mandato de Lula, num claro sinal de descontentamento com a administração Dilma.

"O governo Lula, para escândalo de porta-vozes do rentismo, amenizou despesas com juros, reduziu superávit e aumentou o déficit nominal para proteger a demanda", diz o texto.

"O gasto social (dinheiro aplicado em saúde, educação, previdência, etc) subiu de R$ 2.690 para R$ 2.698, acima de 10%, enquanto o investimento público total saltou de 3,7% para 4,2% do PIB, segundo dados do Ipea".

Compra de armas pesadas por países do Oriente Médio sobe 61%

1 – Warren Buffett

Para todos os que imaginam “o que Warren Buffett faria?”, o bilionário de 85 anos deu vários conselhos em suas declarações públicas e em suas cartas anuais aos acionistas da Berkshire Hathaway

Não importa se você quer comprar uma casa e está analisando se deve assumir uma hipoteca ou se você é um executivo que está avaliando uma aquisição; ele tem algo para praticamente todos os que procuram viver uma vida mais racional e financeiramente bem-sucedida.

Existe também um catálogo crescente de “nãos” que Buffett disponibilizou para ajudar investidores, gerentes corporativos e seus próprios funcionários a evitarem equívocos.

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Com sua próxima carta anual prevista para o sábado, é hora de analisar o que “Buffett não faria” -- e que provavelmente você também não deveria fazer.

Investimento

Não fique muito obcecado com as oscilações diárias do mercado de ações: “Os jogos são vencidos por jogadores que se concentram no campo de jogo -- não por aqueles que mantêm os olhos colados no placar. Se você pode desfrutar dos sábados e dos domingos sem olhar os preços das ações, experimente fazê-lo durante a semana”. (de carta publicada em 2014)

Não se anime muito com os ganhos do seu investimento quando o mercado está subindo: “Não há razão para dar piruetas pelos ganhos de 1995. Esse foi um ano no qual qualquer bobo podia ganhar um trocado no mercado de ações. E nós ganhamos”. (1996)

Não se distraia com as projeções macroeconômicas: “O cemitério de profetas tem uma grande seção separada para os analistas do macro. Nós temos feito poucas projeções macro na Berkshire e raramente vimos os outros tendo um sucesso sustentado com elas”. (2004)

Não se limite a apenas um setor: “Não existe uma regra que defina que você precisa investir o dinheiro onde o ganhou. Na verdade, muitas vezes é um equívoco fazer isso: as empresas verdadeiramente grandiosas, que rendem retornos enormes sobre ativos tangíveis, não podem reinvestir internamente uma grande fatia de seus lucros com altas taxas de retorno por um período prolongado”. (2008)

Não se deixe enganar pelas fórmulas: “Os investidores devem ser céticos em relação aos modelos baseados em históricos. Construídos por um sacerdócio que soa meio nerd, usando termos esotéricos como beta, gama, sigma e coisas do tipo, esses modelos costumam impressionar. Muitas vezes, porém, os investidores se esquecem de examinar os pressupostos por trás dos símbolos. Nosso conselho: cuidado com os nerds que elaboram fórmulas”. (2009)

Não fique sem caixa quando você mais precisar dele: “Nós nunca seremos dependentes da gentileza de estranhos... nós sempre organizaremos nossas relações para que qualquer exigência de caixa que pensemos que poderemos ter seja muito menor do que a nossa própria liquidez”. (2010)

Gestão

Não se maltrate por suas decisões erradas; assuma a responsabilidade por elas: “Agonizar por causa dos erros é um equívoco. Mas reconhecê-los e analisá-los pode ser útil, embora essa prática seja uma raridade nas salas de conselho. (...) No que diz respeito aos erros corporativos, os CEOs invocam o conceito do Nascimento Virginal”. (2001)

Não fixe uma idade de aposentadoria obrigatória: “Na Faculdade de Negócios de Harvard, no ano passado, um estudante me perguntou quando eu planejava me aposentar e eu respondi ‘cerca de cinco a dez anos depois de morrer’”. (1992)

“Não pergunte ao barbeiro se você precisa de um corte”, porque a resposta será a melhor para o homem que tem a tesoura na mão: Um CEO não tem uma probabilidade maior de receber uma opinião imparcial se perguntar a conselheiros externos se deve levar um negócio adiante, pois “banqueiros de investimento amigáveis o tranquilizarão a respeito da solidez de suas ações”. (1983)

Não perca tempo: “Quando há um problema, seja pessoal ou em operações comerciais, a hora de agir é agora. (...) A hora para ter considerado -- e melhorado -- a confiabilidade dos diques de Nova Orleans era antes do Katrina”. (2006)

Brasil é o país mais subestimado, diz economista de Harvard

Dani Rodrik, professor de Harvard

 Dani Rodrik, professor de economia política na Universidade de Harvard e um dos economistas mais influentes do mundo, acredita que o Brasil está sendo subestimado pelos investidores.

A opinião apareceu em conversa no Mercatus Center com Tyler Cowen, professor da Universidade George Mason e autor do popular blog Marginal Revolution, publicada no site Medium.

Ambos estão entre as contas mais influentes de economia no Twitter. Em pergunta de Cowen sobre qual país estava sendo subestimado pelos investidores, Rodrik citou o Brasil:

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"Quando você olha para o que está acontecendo, por um lado é chocante que haja uma corrupção tão generalizada na Petrobras e que parece ter chegado até lá em cima. Por outro lado, quando você olha como eles lidaram com a situação, é incrivelmente impressionante. É algo que mesmo em um país avançado você não imaginaria acontecer: todos esses promotores e juízes de fato seguindo o Estado de Direito".

Estudioso do fenômeno da desindustrialização, Rodrik diz que a política industrial brasileira "não é ótima mas pelo menos eles estão tentando fazer algo em relação a isso", e que de qualquer forma isso deve ser visto separadamente.

O que importa é o senso real de responsabilização que está sendo formado: "Eles estão demonstrando uma maturidade política de operação do sistema décadas à frente mesmo de países industriais mais avançados (...) Eu apostaria no longo prazo no Brasil".

Um membro da audiência se apresentou como brasileiro e agradeceu pelas "palavras de esperança", mas perguntou qual era a perspectiva para um país onde o "capitalismo de compadrio e as regulações draconianas são mais regra do que exceção".

Rodrik diz que sua visão do Brasil se formou em comparação a outros emergentes como a Turquia, seu país, onde o presidente Tayyip Erdogan e sua família estão diretamente implicados em corrupção e tentam controlar politicamente a Justiça de forma explícita.

"O tipo de coisa da qual Dilma pode ser culpada empalidece na comparação (...) Pelo menos no Brasil vocês estão lidando com essas coisas. Estão tentando superá-las. Talvez não seja 5 anos... talvez vocês descubrem outras coisas acontecendo. Mas minha recomendação é que vocês se orgulhem de ter um sistema que está de fato tentando limpar as coisas. Isso é realmente raro. Não está acontecendo na Turquia. Não está acontecendo na Tailândia. Não está acontecendo na maior parte dos países em desenvolvimento que eu conheço. Neste sentido, o Brasil é exemplar".

Globalização

Para Rodrik, o país mais superestimado atualmente é a Índia, que está apostando em uma industrialização de grande escala difícil de sustentar no contexto atual.Nada de "nova China", portanto.

O economista, aliás, recomenda humildade na hora de julgar a atuação do governo chinês diante das últimas dificuldades: "estamos falando do país que engendrou o programa de redução da pobreza mais milagroso da história".

Rodrik é famoso pelo livro "A Globalização foi Longe Demais?" e pela formulação do dilema pelo qual democracia, soberania nacional e integração econômica global são mutualmente incompatíveis e um país precisa escolher ter no máximo dois destes três.

Rodrik disse que "a má sorte do Brasil é que começou a desindustrialização mais cedo do que a Coreia do Sul. E isso explica boa parte da diferença entre os níveis de renda dos dois países. Infelizmente, é muito difícil reverter a perda agora."

Veja o vídeo da entrevista completa. O primeiro trecho sobre o Brasil aparece no ponto de 1 hora, 02 minutos e 43 segundos e a pergunta da plateia é no ponto de 1 hora e 15 minutos:

FGC deixa de garantir fundos de pensão e de investimentos

Dinheiro, moeda, real

Os investidores que aplicam em fundos de pensão, fundos de investimento, clubes de investimento, as seguradoras e as sociedades de capitalização deixarão de contar com a proteção de R$ 250 mil do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) caso as instituições onde seus gestores aplicam recursos quebre. A decisão foi tomada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na reunião de hoje (25).

Com a decisão, somente os correntistas das instituições financeiras como bancos, associações de poupança e empréstimo e cooperativas de crédito terão direito ao ressarcimento de R$ 250 mil por correntista em caso de liquidação extrajudicial pelo Banco Central ou de decretação de falência.

As instituições financeiras excluídas da garantia mínima ainda terão direito à proteção especial de R$ 20 milhões por investidor, mas precisarão desembolsar uma taxa maior ao FGC.

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Segundo o chefe de Gabinete da Diretoria de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, José Reynaldo de Almeida, a decisão está em linha com as recomendações internacionais de manter as garantias mínimas apenas para pequenos investidores.

Em relação aos fundos de investimento, ele esclareceu que esse tipo de instrumento é considerado uma entidade distinta das instituições financeiras.

“Os seres humanos ‘normais’ não têm capacidade de avaliar o risco de cada instituição financeira. Já os qualificados são profissionais especializados em escolher onde os recursos captados de todos cotistas serão aplicados no sistema financeiro. Por conta disso, essa garantia ordinária está sendo retirada deles. O FGC foi feito para garantir apenas os pequenos investidores”, explicou Almeida.

Como até hoje o FGC não precisou socorrer as entidades abrangidas pela medida do CMN, Almeida disse que a proibição de socorrer esse tipo de entidade já estava em vigor.

“O que fizemos foi deixar mais clara a exclusão da garantia de R$ 250 mil para os investidores qualificados. Essas instituições não deveriam ter esse tipo de acesso à segurança do sistema”.

O técnico do BC explicou ainda que os investidores qualificados continuarão a ter acesso ao Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE) do FGC, que oferece uma garantia especial de até R$ 20 milhões por aplicador.

Para isso, porém, os fundos de pensão, de investimento, as seguradoras, as sociedades de capitalização e os clubes de investimento precisam pagar uma taxa mais alta ao FGC, de 0,024% ao mês em relação ao valor de suas captações, podendo chegar a até 0,83% ao mês.

Criado em 1995, o FGC é uma entidade privada que funciona como mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e investidores. O fundo permite a recuperação dos depósitos ou dos créditos de até R$ 250 mil por correntista em caso de falência, insolvência ou liquidação extrajudicial.

Todas as instituições financeiras e associações de poupança e empréstimo são associadas ao FGC e são obrigadas a destinar 2% dos depósitos ao fundo. O DPGE, que fornece a proteção ampliada de R$ 20 milhões, foi criado em 2009.

Mineradora Vale anuncia perda de US$ 12,1 bilhões em 2015

Prédio da Vale no centro do Rio de Janeiro. 20/08/2014

A gigante brasileira Vale anunciou nesta quinta-feira perdas líquidas no valor de 12,129 bilhões de dólares em 2015, em meio a um panorama sombrio que conjuga a queda dos preços do minério de ferro, a forte depreciação do real e o rompimento de uma barragem no Brasil que vitimou 19 pessoas.

As perdas de 2015 - contra um lucro de 657 milhões de dólares em 2014 - se devem principalmente à queda de 47% do real frente ao dólar, que impacta sua dívida, e a ajustes pelo retrocesso de 43% do preço do minério de ferro, seu principal produto de exportação, explicou Luciano Siani, diretor de Finanças e Relações com Investidores da Vale, em um vídeo a investidores.

"Houve um ajuste muito forte na indústria da mineração pela queda dos preços, o que obrigou a Vale a reduzir o resultado em 36 bilhões de reais", e a depreciação de 47% da moeda brasileira frente ao dólar "impactou o valor da dívida em dólares da Vale em outros 36 bilhões de reais que também foram levados ao resultado", disse Siani.

O preço internacional da tonelada de minério de ferro passou de 96,7 dólares em 2014 a 55,5 dólares em 2015 (-43%), e o preço de outros minerais exportados pela Vale também caiu: o níquel retrocedeu 30%, o cobre 20%, o carvão metalúrgico 18%.

O forte corte de gastos e o aumento da competitividade que a Vale realiza para enfrentar a queda de preços - que totalizou 5 bilhões de dólares em 2015 - e seus recordes de produção não fizeram com que a empresa apresentasse aos seus investidores um balanço positivo, mas lhe permitiu investir neste ano 8,4 bilhões de dólares.

No quarto trimestre de 2015 a Vale registrou perdas de 8,569 bilhões de dólares, contra um prejuízo de 2,117 bilhões no terceiro trimestre do ano passado.

Foi justamente neste período, em 5 de novembro passado, que uma barragem da mineradora brasileira Samarco - que pertence em partes iguais à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton - que continha toneladas de dejetos mineradores e lama se rompeu, provocando uma enxurrada que soterrou uma cidade inteira de Minas Gerais e matando 19 pessoas.

A tragédia é considerada a pior catástrofe ambiental da história do Brasil pelo governo, que negocia com a Samarco e seus donos uma indenização milionária.

A polícia pediu nesta semana a prisão de seis executivos da Samarco - incluindo seu presidente no momento da catástrofe - pelo homicídio de 19 pessoas.

"Trabalhamos com a Samarco desde o início e continuaremos totalmente comprometidos com o apoio às regiões e comunidades afetadas, assim como sua recuperação sócio-ambiental", disse a Vale em seu comunicado.

Chesf, da Eletrobras, é vetada de novo em leilão por atrasos

Chesf

 A Chesf, subsidiária da estatal federal Eletrobras, teve vetada a participação no próximo leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a oferta de concessões de linhas de transmissão devido a atrasos em projetos nos últimos 36 meses, informou a autarquia em despacho no Diário Oficial nesta quinta-feira.

Com a decisão, a companhia só pode participar do certame em consórcios, como minoritária. A Chesf vem sendo barrada dos certames desde 2012, quando a Aneel decidiu que empresas multadas por atrasos recentes seriam impedidas de assumir novos empreendimentos.

FBI diz que acesso a iPhone por terrorismo não afetará Apple

O diretor do FBI, James Comey

O diretor do FBI (polícia federal americana), James Comey, disse nesta quinta-feira que a tentativa de quebrar a encriptação do iPhone em um caso de terrorismo não afetará a segurança dos produtos da Apple nem abrirá um precedente.

Comey, que testemunhou hoje no Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes, garantiu que a negociação com Apple para acessar o telefone de um terrorista é "a mais dura" de sua carreira.

Na semana passada, um juiz ordenou à Apple criar um código para que investigadores do FBI possam abrir a encriptação do iPhone de Syed Farook, principal executor de um ataque em dezembro do ano passado em San Bernardino (Califórnia) que matou 14 pessoas, inspirado pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI).

Comey afirmou que Apple já demonstrou disposição de colaborar durante a investigação, apesar de continuar se negando a fornecer um modo de decifrar a encriptação do iPhone.

"As conversas e as negociações serão fundamentais para resolver este problema", declarou Comey, que ressaltou que sua agência fará todo o possível dentro da lei para realizar investigações sobre terrorismo e prevenir novos ataques.

Comey alertou que, se não for possível acessar telefones encriptados como o iPhone, "o mundo não acabará, mas viveremos em um mundo diferente ao que vemos hoje".

O executivo-chefe da Apple, Tim Cook, afirmou ontem que as pretensões de desbloquear o iPhone do FBI são "ruins para os Estados Unidos" e exporiam seus produtos a ataques no futuro.

Comey respondeu hoje que seu pedido para desbloquear o software de segurança se limita ao iPhone de Farook, e reiterou que a possibilidade de que hackers obtenham o código pedido à Apple é inexistente.

O diretor do FBI assegurou ainda que a ordem judicial à Apple para desbloquear seu telefone "não tenta mandar uma mensagem ou estabelecer precedente algum".

Vale avalia venda de ativos para reduzir dívida, diz CEO

Murilo Ferreira, presidente da Vale

A Vale explora opções mais agressivas para reduzir sua alavancagem, incluindo a venda de ativos essenciais da companhia, disse o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, em teleconferência com acionistas nesta quinta-feira. Ferreira afirmou que a queda acentuada dos preços das commodities pode representar um desafio para os objetivos da Vale de reduzir seu endividamento após a conclusão do projeto de minério de ferro S11D, o maior da história da companhia

Grupo Sharp é comprado pela Hon Hai/Foxconn

Bandeira da empresa Sharp

O grupo japonês Sharp, há muito tempo à beira da falência, aceitou nesta quinta-feira uma oferta de compra da Hon Hai/Foxconn, de Taiwan, na primeira aquisição de um gigante japonês da eletrônica por uma empresa estrangeira.

A Hon Hai e várias de suas filiais, entre as quais a Foxconn, vão assumir 65,91% do capital da Sharp, segundo a empresa japonesa em documentos entregues à Agência de Serviços Financeiros (FSA), consultados pela AFP.

A negociação será realizada mediante uma emissão especial de ações da Sharp, no valor de 489 bilhões de ienes (4,34 bilhões de dólares).

Segundo a imprensa, a operação poderá totalizar 700 bilhões de ienes, se levado em conta o montante da dívida da Sharp.

O anúncio foi mal recebido pelos investidores, descontentes com a ampliação de capital.

A cotação da Sharp foi suspensa temporariamente na Bolsa de Tóquio e suas ações fecharam com uma queda de quase 15%.

Companhias aéreas estão preocupadas com impacto do Zika

Agora conheça ferramentas para controlar gastos de viagens

  Diversas companhias aéreas manifestaram preocupação de que a rápida disseminação do Zika vírus possa estar afetando as viagens, disse o diretor-geral e presidente-executivo da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata), Tony Tyler, a jornalistas nesta quinta-feira.

O comentário, feito durante um evento da entidade em Nova York, marca uma das primeiras vezes que um representante do setor reconhece que o Zika pode ter impacto nas receitas.

Tyler não especificou que tipo de impacto as companhias aéreas estão observando, se trocas de destinos por parte dos passageiros ou queda nas reservas em geral.

Fundo russo desiste de apoiar fusão entre Oi e TIM

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  O fundo de investimentos LetterOne, controlado pelo bilionário russo Mikhail Fridman, desistiu de apoiar uma possível fusão entre a Oi e a TIM perante a resistência desta última, informou a primeira em comunicado enviado ao mercado.

A Oi disse em sua nota à Bolsa de São Paulo ter sido informada pelo LetterOne que a TIM "não está interessada em aprofundar as negociações com relação à possível combinação de seus negócios com a Oi no Brasil".

O fundo de investimentos, com sede em Londres, mas operações concentradas na Rússia, alegou que, "sem a participação da TIM, não pode proceder neste momento com a operação como tinha sido previsto".

O LetterOne propôs em outubro injetar US$ 4 bilhões na Oi para permitir que a empresa compre a TIM, que é filial da Telecom Italia no Brasil e a segunda maior operadora de telefonia celular no país.

A oferta aconteceu porque há vários meses a Telecom Italia manifestou interesse em se desfazer de sua filial brasileira.

A Oi possui a maior rede de telefonia fixa do Brasil e é a quarta operadora do mercado móvel, atrás da Vivo (filial da espanhola Telefônica), TIM e Claro (da mexicana América Móvil).

Sua possível fusão com a TIM fortaleceria a Oi no mercado móvel e lhe daria condições de concorrer no Brasil em melhores condições com Telefônica e América Móvil, que oferecem no país telefonia fixa, telefonia celular, acesso à internet e televisão a cabo.

Segundo o fundo de investimentos, a possível fusão daria vida a "uma operadora de telecomunicações muito bem posicionada para concorrer com as empresas internacionais que já operam no Brasil".

Perante a saída do fundo de investimentos das negociações e a suposta resistência da TIM ao acordo, a Oi disse que "avaliará os impactos deste anúncio para as possibilidades de consolidação no mercado brasileiro".

Apesar do fracasso das negociações, o LetterOne garantiu que continua interessado em investir no Brasil, "um país com bom potencial de crescimento a longo prazo", apesar do atual "ambiente macroeconômico desafiador".

A capitalização que o fundo russo forneceria era necessária para que a Oi aliviasse sua elevada dívida, gerada em grande parte pelos problemas que surgiram após sua fusão com a Portugal Telecom, efetuada em 2013, mas liquidada no início de 2015, com a venda dos ativos da companhia lusa à luxemburguesa Altice.

Pão de Açúcar vê queda de produção afetando estoques

Supermercado do Pão de Açúcar

 O Grupo Pão de Açúcar (GPA) acredita que os impactos da crise econômica sobre a produção industrial afetam a capacidade da companhia de varejo de manter a disponibilidade de produtos nas gôndolas.

Em teleconferência com analistas e investidores, o vice-presidente de Finanças do grupo, Christophe Hidalgo, afirmou, porém, que a companhia enxerga uma tendência de melhoria nessas rupturas.

"A ruptura é uma preocupação grande porque a indústria sofreu impactos em 2015 e a redução da capacidade produtiva não ajuda o varejo a manter o nível", comentou.

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"Entendemos que terminamos 2015 com um nível de ruptura elevado, mas ainda assim historicamente mais baixo do que o observado no passado", acrescentou.

O executivo afirmou que, em alguns casos, o esforço de combater a ruptura tem significado aumento de estoques.

Por outro lado, o executivo negou que a companhia esteja desequilibrando negociações com fornecedores por maiores prazos de pagamento.

A companhia obteve melhorias no capital de giro, mas houve um efeito associado a um programa de alongamento de prazo e crédito a fornecedores da Via Varejo, de eletroeletrônicos.

No negócio de varejo alimentar, Hidalgo afirmou que a companhia não observou impacto relevante nos prazos de fornecedores em nenhuma categoria de produtos.

Disputa sobre celular com Apple não será pioneira, diz FBI

Como criar um aplicativo para iPhone

 A ordem judicial exigindo que a Apple ajude o FBI a destravar o iPhone de um dos atiradores de San Bernardino "provavelmente não deve ser um caso pioneiro" para estabelecer um precedente em outros casos, disse o diretor do FBI James Comey, em um painel do Congresso dos Estados Unidos nesta quinta-feira.

A natureza complexa e em evolução dos softwares para telefones móveis limitarão o quão amplamente o caso pode ser aplicado, disse Comey durante audição do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, que está examinando ameaças globais.

Embora o caso "seja instrutivo para outros tribunais", questões políticas maiores sobre acesso razoável a dados criptografados para cumprimento das leis provavelmente devem ser solucionadas pelo Congresso e outros, disse Comey.

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O FBI está buscando ajuda da Apple para acessar o iPhone 5C, de propriedade do município, usado por Syed Rizwan Farook, que junto com sua esposa causou um tiroteio em dezembro que matou 14 pessoas e feriu 22.

Na semana passada, o órgão obteve um mandado judicial de uma juíza da Califórnia pedindo que a Apple coopere.

A Apple disse que a solicitação é o mesmo que pedir à empresa que realize um ataque hacker contra seu próprio aparelho e estabeleceria um precedente problemático sobre como as empresas devem obedecer ao cumprimento da lei.

Lucro do Banco Votorantim cresce 16,7% em 2015

Notas de real; reais; dinheiro

 O Banco Votorantim, controlado do Banco do Brasil, apresentou em 2015 lucro líquido de R$ 482 milhões, o que representa um aumento de 16,7% sobre 2014.

O dado exclui o resultado não operacional líquido não recorrente de R$ 89 milhões registrado no primeiro trimestre de 2014. Já no quarto trimestre de 2015, o lucro líquido foi de R$ 77 milhões, acima de R$ 75 milhões no mesmo período de 2014.

A instituição informa que a inadimplência acima de 90 dias permaneceu estável em 5,7% na comparação com dezembro de 2014. Especificamente em veículos, a inadimplência recuou 0,2 ponto porcentual para 5,3%.

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Por sua vez, o indicador do mercado Sistema Financeiro Nacional cresceu 0,2 p.p. no mesmo período. "A melhora desse indicador da instituição é reflexo do contínuo aprimoramento dos processos e modelos de concessão de crédito e cobrança", diz o banco em informe à imprensa sobre o resultado.

O volume de originação de financiamentos de veículos somou R$ 3,1 bilhões no quarto trimestre e R$ 12,4 bilhões no ano.

"A participação dos financiamentos de melhor qualidade - safras originadas antes de junho de 2010 e após setembro de 2011 - alcançou 98% da carteira gerenciada de veículos no fim do ano, ante 89% em dezembro de 2014", conforme a nota.

Em 2015, o índice de cobertura das operações vencidas há mais de 90 dias subiu para 150%, ante 134% em dezembro de 2014. As despesas com provisões de crédito (PDD) tiveram um aumento de 9,2% na comparação anual.

"No entanto, desconsiderando as provisões prudenciais de 2015, as despesas de PDD teriam reduzido 11,6%", diz o documento. Já em relação ao trimestre anterior, o banco apresentou redução de R$ 622 milhões, em grande parte devido às provisões prudenciais do terceiro trimestre de 2015.

Excluindo essas provisões prudenciais, ainda de acordo com o informe, a margem líquida teria sido de R$ 2,826 bilhões, ante R$ 2,308 bilhões, e o resultado operacional seria de R$ 651 milhões, representando um aumento de 42,5% em relação a 2014, "em linha com a agenda de crescimento do banco."

A administração do banco destaca que, devido a sua postura conservadora com relação à concessão de crédito, "o contexto de menor demanda por funding tem permitido atuar na melhora do perfil dos recursos captados."

Para tal, ampliou a participação de instrumentos mais estáveis de captação, como Letras (LF, LCI e LCA) e operações de cessão de créditos com coobrigação, que perfazem 42%, ou R$ 32,9 bilhões, do total de recursos captados em dezembro de 2015, maior que o indicador de 38% há dois anos.

O Índice de Basileia do Banco Votorantim fechou o ano em 15,2%. "Em termos de liquidez, o Banco encerrou 2015 com o caixa livre em patamar recorde, mais que suficiente para cobrir integralmente as captações com liquidez diária", embora o informe não traga mais detalhes.

Investimentos da Vale em 2015 recuam 30% ante 2014

Prédio da Vale no centro do Rio de Janeiro. 20/08/2014

 Conforme já anunciado pela Vale, os investimentos realizados no ano passado pela companhia foram 30% menores do que os vistos em 2014 e atingiram US$ 8,401 bilhões.

A projeção passada inicialmente pela companhia, em dezembro de 2014, apontava para um Capex de cerca de US$ 10 bilhões, mas a empresa já havia admitido que os investimentos ficariam entre US$ 8 bilhões e US$ 9 bilhões no ano passado.

Já os investimentos no quarto trimestre do ano passado ficaram em US$ 2,193 bilhões, queda de 41,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas aumento de 16,7% em relação ao terceiro trimestre do ano.

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Do total investido no ano passado, US$ 5,548 bilhões foram destinados a execução de projetos e US$ 2,853 bilhões a investimentos correntes na manutenção das operações.

O maior projeto da empresa, o S11D, que inicia sua produção no segundo semestre deste ano, alcançou 67% de avanço físico consolidado no fim do ano passado, sendo composto por 80% de avanço físico na mina e 57% na logística. O ramal ferroviário teve 81% de avanço físico e as obras civis de fundação na expansão do porto alcançaram 99% de avanço físico.

Desinvestimentos

Dando continuidade ao seu programa de desinvestimento, a Vale levantou US$ 3,525 bilhões no ano passado, com US$ 1,316 bilhão proveniente da venda de 12 navios very large ore carriers (VLOC) para empresas chinesas, US$ 1,089 bilhão da venda de 36,4% das ações preferenciais MBR, US$ 900 milhões de outra transação de goldstream e US$ 97 milhões da venda de ativos de energia.

Despesas totais

As despesas totais da Vale no quarto trimestre do ano passado caíram 65% na relação anual para US$ 460 milhões. Os custos, por sua vez ficaram em US$ 5,119 bilhões, queda de 26% na relação anual.

A Vale destacou que a queda dos custos e despesas ocorreram por conta de iniciativas para redução dessa linha e também pelo efeito positivo não recorrente da transação de goldstream que foi registrado no primeiro trimestre do ano passado.

"Estas reduções foram parcialmente compensadas por maiores volumes realizados (US$ 1,0 bilhão) e pelo impacto negativo decorrente de perdas do programa de hegde accounting de bunker oil para finos de minério de ferro (US$ 0,4 bilhão)", destacou a companhia no relatório que acompanha o seu demonstrativo financeiro.

A Vale frisou que não haverá mais impacto do programa de hedge accounting uma vez que os contratos de derivativos de bunker oil foram liquidados no último trimestre de 2015.

"Após a dedução dos efeitos não recorrentes já mencionados acima e o impacto do programa de hedge accounting de bunker oil para finos de minério de ferro, os custos e despesas diminuíram em US$ 6 bilhões, representando uma redução de 20,7%", frisou a companhia.

Já o custo do produto vendido (CPV) ficou em US$ 5,119 bilhões no quarto trimestre do ano passado, recuo de 25,7% em relação a um ano antes. Em 2015 o CPV total foi de US$ 20,51 bilhões, ante US$ 25,064 bilhões em 2014.

Oi avalia desistência da LetterOne em fusão com TIM

Oi

A operadora de telecomunicações Oi informou nesta quinta-feira que avaliará as possibilidades de consolidação no mercado brasileiro, após ter sido informada de que a companhia de investimentos LetterOne não tem mais interesse em apoiar os esforços para uma possível fusão da operadora com a TIM.

A LetterOne, do bilionário russo Mikhail Fridman, afirmou que a TIM, controlada pela Telecom Italia, disse que não quer entrar em mais negociações sobre a facilitação de uma fusão com a Oi.

Diante da recusa da TIM, a LetterOne afirmou que não poderá mais seguir com o plano que era visto pela Oi como uma forma de melhorar sua situação financeira e competitiva no Brasil.

 

Moody's rebaixa Odebrecht e retira grau de investimento

Odebrecht

 A agência de classificação de risco Moody's rebaixou os ratings em moeda estrangeira de notas seniores não asseguradas da Odebrecht Finance e garantidas pela Odebrecht Engenharia e Construção para Ba2, de Baa3.

O rating de emissor em moeda local Baa3 da empresa foi retirado e, em seu lugar, a Moody's emitiu um rating de crédito corporativo familiar Ba2.

A perspectiva para todas as notas é negativa. Como resultado, a Odebrecht perdeu o grau de investimento.

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Segundo a agência, a ação acontece após o rebaixamento do rating soberano do Brasil de Baa3 para Ba2.

10 novidades sobre o mercado que você precisa saber

Complexo Vargem Grande, da Vale, em Nova Lima (MG)

 Vale tem prejuízo R$ 44,213 bilhões em 2015

Com a queda no preço do minério de ferro, a mineradora Vale teve um prejuízo líquido de R$ 44,21 bilhões em 2015, ante um lucro de R$ 95milhões de 2014. De outubro a dezembro do ano passado, o prejuízo foi de R$ 33,15 bilhões – perda sete vezes maior que a registrada no mesmo período de 2014.

Rede Accor quer marcar presença na América Latina

A rede hoteleira Accor quer dobrar sua presença na América Latina. O plano de expansão prevê que o número de operações na região passe de 266 (253 delas no Brasil) para 500 (400 no país) até 2020. Desses novos empreendimentos, 196 já estão em fase de desenvolvimento.

Ambev registra lucro de R$ 4,259 bilhões no último trimestre de 2015

A gigante de bebidas Ambev teve lucro líquido de RS 4,25 bilhões no quarto trimestre de 2015. O resultado representa uma queda ante os R$ 4,65 bilhões no mesmo período de 2014.

Senado aprova mudança na atuação da Petrobras no pré-sal

O Senado aprovou nesta quarta-feira o projeto que desobriga a Petrobras de ser a operadora única e de ter participação mínima de 30 por cento nos consórcios formados para as explorações do petróleo da camada do pré-sal. A proposta agora segue para a Câmara dos Deputados. Se for aprovada, a estatal terá preferência para ser operadora em todos os projetos, mas não mais a obrigação, como na lei em vigor atualmente.

Banco do Brasil lucra R$ 2,5 bilhões no quarto trimestre

O Banco do Brasil registrou R$ 2,512 bilhões de lucro líquido no quarto trimestre de 2015. O lucro denota uma queda ante os R$ 2,959 bilhões anotados no mesmo período de 2014.

Após acusações, Eletrobras cria diretoria de Governança

O Conselho da Eletrobras aprovou a criação de uma diretoria de Governança, Gestão de Risco e Conformidade. A medida vem em um momento em que a empresa é acusada por procuradores de esquema de corrupção, com pagamento de propinas em obras como a hidrelétrica de Belo Monte e as usinas de Angra 3 já tendo sido citados por delatores. O ex-presidente da subsidiária Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro é acusado de receber propina de R$ 4,5 milhões e está preso.

Porto de Santos e de Itaqui vão receber R$ 438 milhões

Segundo informações da Folha de S. Paulo, os portos de Santos, em SP, e de Itaqui, no MA, vão receber R$ 438 milhões em investimentos entre 2016 e 2018. O consórcio responsável pelo Tegram (Terminal de Grãos do Maranhão) vai investir R$ 130 milhões e pretende embarcar 4,5 milhões de toneladas de grãos pelo porto. Já em Santos, a Rumo Logística prevê uma injeção de R$ 308 milhões até o final de 2018.

Lucro da Telefônica Brasil cai 10,7% no 4º trimestre

A Telefônica Brasil teve lucro líquido de 1,115 bilhão de reais no quarto trimestre, o que representa uma queda de 10,7% sobre o mesmo período de 2014. O resultado foi impactado, principalmente, por menor volume de juros sobre o capital próprio, disse a companhia. A receita de internet móvel avançou 52,9%, e acessos de TV por assinatura cresceram 9,7%.

Multiplan lucra R$137,7 milhões no 4º trimestre

A administradora de shopping centers Multiplan teve lucro líquido de 137,7 milhões de reais no quarto trimestre, alta de 10,9% na comparação anual, informou a empresa. No ano, o lucro caiu 1,6% sobre 2014, a 362,2 milhões de reais, pressionado pela diminuição de receita de venda de imóveis (-89,3%) e o crescimento de 18,4% das despesas financeiras.

Lucro líquido da HP cai a US$ 592 mi no primeiro trimestre

A HP Inc., antiga Hewlett-Packard, registrou lucro líquido de US$ 592 milhões (US$ 0,33 por ação) no primeiro trimestre fical, encerrado em 31 de janeiro. O resultado ficou bastante abaixo do contabilizado um ano antes, quando os ganhos foram de US$ 1,37 bilhão (US$ 0,73 por ação). A receita recuou de US$ 13,86 bilhões para US$ 12,25 bilhões no período. A expectativa era de faturamento de US$ 12,2 bilhões.

Ambev espera Capex menor no Brasil em 2016

Cerveja Original fabricada pela Ambev

 A fabricante de bebidas Ambev espera investir no Brasil em 2016 quantia menor do que os investimentos de R$ 3,1 bilhões feitos em 2015.

O número de 2015 está em linha com a expectativa dada pela companhia no início do ano passado, de investir quantia similar ou inferior à de 2014. Naquele ano, o Capex no Brasil também foi de R$ 3,1 bilhões.

Em sua divulgação de resultados do quarto trimestre de 2015, a Ambev divulgou suas expectativas para este ano para as operações no Brasil.

Assim como em 2015, a empresa espera que a receita líquida no Brasil cresça entre um dígito médio e um dígito alto. Esse era o mesmo guidance para o ano que passou e que foi atingido, com alta de 8% na receita no Brasil.

A Ambev afirma, porém, que a expectativa para as vendas no Brasil é de um primeiro trimestre fraco. A companhia considera que o desempenho nos primeiros três meses será afetado por uma difícil base de comparação que inclui o efeito do Carnaval antecipado.

Já para o Custo de Produto Vendido (CPV), excluindo depreciação e amortização, a expectativa é de crescimento de entre 13% e 17% em 2016.

O ritmo é superior aos 4% de crescimento apurados ao longo de 2015 no Brasil e que ficou dentro do guidance da companhia, de que esse indicador cresceria um dígito médio no ano que passou.

A Ambev considera que o CPV no Brasil deve ser impactado pela desvalorização do real ante o dólar. A companhia afirma que sua taxa média de hedge de moeda para 2016 é de R$ 3,24 por dólar, ante um hedge de R$ 2,31 por dólar em 2015. De acordo com a Ambev, esse efeito será parcialmente compensado por economias em suprimentos.

A companhia informou ainda que espera que a linha de despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) excluindo depreciação e amortização em 2016 cresça um dígito baixo no Brasil.

Em 2015, essas despesas aumentaram 8,3%, em linha com o guidance da Ambev, que havia informado que elas aumentariam abaixo da inflação brasileira no ano. Em 2016, a companhia afirma que espera compensar a inflação geral com ganhos de eficiência

Novidades sobre Cnova não mudam ajustes, diz Pão de Açúcar

Centro de distribuição da CNOVA

  A administração do Grupo Pão de Açúcar afirma no balanço de 2015 que durante a preparação das demonstrações financeiras considerou todas as informações disponíveis sobre a investigação interna sobre a Cnova, que resultou em perdas de R$ 177 milhões, e que "não acredita que novas informações poderão impactar ou mudar de forma relevante os ajustes identificados até o momento."

A Cnova, que é o braço de comércio eletrônico do grupo e subsidiária da Companhia Brasileira de Distribuição, considerou imateriais os efeitos relacionados a anos anteriores apontados pela investigação interna, realizada por escritórios de advocacia, os quais representam cerca de 45% do efeito total registrado no exercício de 2015.

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A investigação sobre as práticas de empregados na gestão dos estoques, ligadas ao registro de equipamentos devolvidos por clientes em razão de defeitos, foi iniciada em 18 de dezembro de 2015.

Segundo a Cnova informou anteriormente, a companhia tem por política enviar um produto substituto quando o cliente reporta que a mercadoria pedida não foi recebida ou foi danificada. Mas esse novo envio vinha sendo registrado como uma segunda venda e as mercadorias devolvidas não constavam como tendo retornado para a Cnova Brasil.

Em comunicado divulgado ontem, a Cnova afirmava que ex-funcionários no Brasil vinham fazendo registros incorretos de forma intencional desde 2011. Em janeiro, a companhia divulgou a renúncia do então Co-CEO da Cnova e responsável pela operação brasileira, German Quiroga.

A Cnova considerou que o valor total desse impacto no Ebit (lucro antes de juros e impostos) está dentro da estimativa de R$ 180 milhões a R$ 200 milhões em perdas que havia sido dada ao mercado em janeiro.

No demonstrativo de 2015, a companhia ressalta que os efeitos dos ajustes identificados são materialmente relacionados ao ano passado. Os principais efeitos são R$ 47 milhões de provisionamento adicional de produtos com defeito; R$ 75 milhões de baixa de itens em trânsito com transportadores e R$ 55 milhões de complemento de contas a pagar a fornecedores.

A companhia explica ainda que o ajuste de baixa de itens em trânsito com transportadores inclui o efeito de R$ 110 milhões como redução nas vendas líquidas.

E conclui: "Os efeitos relacionados a anos anteriores oriundos da investigação acumulados nos montantes acima são considerados imateriais em relação às principais linhas das demonstrações financeiras como em relação às demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Esta conclusão foi alcançada pela Administração da Companhia, após considerações sobre aspectos quantitativos e qualitativos relacionados."

O GPA relata que a administração da Cnova, junto com os escritórios de advocacia e consultores contratados, fez uma contagem completa do inventário físico em 31 de dezembro de 2015, nas sete centrais de distribuição que possui no Brasil, a qual não indicou discrepância significativa no número esperado de novos itens do estoque.

Porém, foram encontradas inconsistências na avaliação de produtos danificados e/ou retornados, o que gerou uma provisão adicional para perdas com produtos com defeito de R$ 47 milhões.

Nas notas explicativas, o balanço do GPA apresenta detalhamento da rubrica contas a pagar também dos efeitos quanto a fornecedores, em que foi gerado um complemento de R$ 55 milhões devido a algumas entradas incorretas intencionalmente realizadas, e contas a receber de transportadoras, onde "os procedimentos falharam em reverter as vendas secundárias das vendas líquidas".

Este procedimento resultou em baixa de R$ 75 milhões de itens em trânsito com transportadores, sendo R$ 110 milhões na receita e ajuste de despesa de vendas de R$ 31 milhões.

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