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quarta-feira, 13 de abril de 2016

Centenas de refugiados abandonam o campo grego de Idomeni

Refugiados embarcam em ônibus para outro acampamento na Grécia, dia 12/04/2016

Ao menos 400 refugiados abandonaram a bordo de nove ônibus o acampamento de Idomeni, na fronteira greco-macedônia, desde os incidentes violentos do fim de semana e foram levados para centros de acolhida no norte da Grécia.

A ONG "Libertação das crianças cristãs e yazidis do Iraque" informou à AFP que se encarregou de enviar dezenas de pessoas para um centro em Veria, norte da Grécia, e Liene Veide, do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), disse que é cada vez maior o número de refugiados que querem abandonar Idomeni.

No domingo, cerca de 260 refugiados ficaram feridos pelos gases lacrimogêneos jogados pelas forças macedônias.

Segundo a ONG Médicos sem Fronteira, a polícia macedônia também disparou com balas de plástico quando um grupo de migrantes tentou forçar a fronteira.

Piada de Hillary em NY é vista como insulto a negros

Candidata Hillary Clinton em Nova York, dia 12/04/2016

Uma brincadeira da pré-candidata democrata à presidência dos Estados Unidos e Hillary Clinton e do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, se transformou em uma gafe e desencadeou uma tempestade nas redes sociais, onde algumas pessoas a classificaram como falta de sensibilidade de ambos em relação aos afro-norte-americanos.

Os eleitores do Estado de Nova York irão às urnas no dia 19 de abril para votar nas primárias democratas.

Embora Hillary tenha grande apoio do eleitorado negro, alguns apoiadores temem que seu adversário na corrida partidária, Bernie Sanders, tenha começado a ganhar terreno neste grupo.

No sábado, Hillary e De Blasio subiram ao palco do Inner Circle, um evento anual no qual políticos são alvo de piadas e que tradicionalmente termina com o prefeito de Nova York reagindo com contundência na forma de uma esquete ensaiada, muitas vezes com a ajuda de atores da Broadway.

Neste ano, Leslie Odom Jr., que é negro e interpreta Aaron Burr na bem-sucedida peça "Hamilton", participou da brincadeira.

Na esquete, Hillary debochou de De Blasio por sua demora em declarar seu apoio a ela na disputa pela Casa Branca.

"Desculpe, Hillary, eu estava no horário C.P.," disse Blasio, referindo-se à frase "colored people time" (horário das pessoas de cor), usada para indicar atrasos crônicos.

"Não gosto de piadas assim", reagiu Odom.

Hillary então acrescentou: "'Horário dos políticos cautelosos'. Já passei por isso". A piada logo despertou uma reação raivosa nas redes sociais, nas quais comentaristas criticaram Hillary e De Blasio por se mostrarem insensíveis aos negros.

A esposa de De Blasio, Chirlane McCray, é afro-norte-americana.

"Em que tipo de mundo demente uma candidata a presidente dos Estados Unidos faz uma piada #CPTime em um evento "inner circle" de muita grana e as pessoas acham que está tudo bem... acordem", escreveu Jenny Li no Twitter nesta terça-feira.

"Hillary Clinton fez o equivalente a chutar os negros no traseiro ao participar de uma piada #CPtime na primária de NY", tuitou Anthony B.

De Blasio defendeu a piada em uma aparição no canal CNN na segunda-feira. "Está na cara que foi um evento ensaiado", disse. "Acho que as pessoas não estão entendendo o xis da questão".

Hillary não respondeu de imediato a um pedido de comentário da Reuters.

Moro confisca R$ 5,35 milhões de Argello

OAS Construtora

A Justiça Federal decretou o bloqueio de R$ 5,35 milhões do ex-senador Gim Argello (ex-PTB/DF) e de outros cinco alvos da Operação Vitória de Pirro, 28ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira, dia 12.

O valor corresponde à propina que Argello teria tomado em 2014 das empreiteiras UTC Engenharia e OAS para livrá-las da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras no Congresso.

As investigações apontam que R$ 5 milhões foram repassados para quatro partidos da Coligação União e Força e R$ 350 mil foram parar em conta da paróquia São Pedro, de Taguatinga, frequentada pelo político.

"Viável o decreto do bloqueio dos ativos financeiros dos investigados em relação aos quais há prova de recebimento de propina. Não importa se tais valores, nas contas bancárias, foram misturados com valores de procedência lícita. O sequestro e confisco podem atingir tais ativos até o montante dos ganhos ilícitos. Considerando os valores da propina paga, resolvo decretar o bloqueio das contas dos investigados até o montante de cinco milhões e trezentos e cinquenta mil reais", assinalou o juiz federal Sérgio Moro.

A medida alcança ativos em contas e investimentos de Gim Argello e também de seu filho, Jorge Afonso Argello, do operador financeiro do ex-senador, Paulo César Roxo Ramos, e de três pessoas jurídicas - Argelo & Argelo Ltda., Garantia Imóveis Ltda. e Solo Investimentos e Participações Ltda.

Moro anotou que a medida cautelar apenas gera o bloqueio do saldo do dia constante nas contas ou nos investimentos, "não impedindo, portanto, continuidade das atividades das empresas ou entidades, considerando aquelas que eventualmente exerçam atividade econômica real". O juiz federal destacou que, em relação às pessoas físicas, caso haja bloqueio de valores atinentes a salários, promoverá, mediante requerimento, a liberação.

No mesmo despacho, o juiz da Lava Jato já se adiantou e cravou que a competência para mais essa etapa da investigação é mesmo da Justiça Federal em Curitiba - base de toda a operação.

"A investigação, na assim denominada Operação Lava Jato, abrange crimes de corrupção e lavagem de dinheiro transnacional, com pagamento de propinas a agentes da Petrobras em contas no exterior e a utilização de expedientes de ocultação e dissimulação no exterior para acobertar o produto desse crime. Embora a Petrobras seja sociedade de economia mista, a corrupção e a lavagem, com depósitos no exterior, têm caráter transnacional, ou seja iniciaram-se no Brasil e consumaram-se no exterior, o que atrai a competência da Justiça Federal", aponta o texto de Moro.

"O Brasil assumiu o compromisso de prevenir ou reprimir os crimes de corrupção e de lavagem transnacional, conforme Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção de 2003 e que foi promulgada no Brasil pelo Decreto 5.687/2006. Havendo previsão em tratado e sendo os crimes transnacionais, incide o artigo 109, V, da Constituição Federal, que estabelece o foro federal como competente", complementa o despacho.

O magistrado observou que "no presente caso, a toda obviedade, o crime teria sido praticado por Gim Argello, então na condição de senador, utilizando os poderes inerentes a sua condição de integrante das comissões parlamentares de inquérito, o que por si só atrai a competência da Justiça Federal, considerando a natureza federal do cargo e das instituições, bem como a superveniente perda do foro privilegiado.

Sérgio Moro ressaltou que as informações que deram origem à Vitória de Pirro foram compartilhadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com a Justiça Federal.

Ele se reporta aos dados contidos nas delações premiadas do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e Walmir Pinheiro Santana, diretor da empreiteira. Ambos revelaram os pagamentos de propinas para o ex-senador.

"Oportuno ainda lembrar que foi o Supremo Tribunal Federal quem enviou a este Juízo cópia dos depoimentos de Ricardo Ribeiro Pessoa e de Walmir Pinheiro Santana, com o relato acerca da propina paga a Gim Argello, para a continuidade das investigações e do processo.

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