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segunda-feira, 7 de março de 2016

Hackers infectam Macs com "vírus sequestrador" pela 1ª vez

Mac Tim Cook

 Os usuários de Macs foram atingidos por um malware conhecido como ransomware. É a primeira vez que esse tipo de vírus consegue infectar os computadores da Apple, segundo especialistas do site Palo Alto Network, que descobriram a praga.

De acordo com Fabio Assolini, analista de segurança da Kaspersky Lab, do ponto de vista técnico já foi provado anteriormente que o Macintosh é vulnerável aos ataques desse malware.

“No ano passado, o pesquisador brasileiro Rafael Salema provou que o Mac pode ser infectado a partir de um teste”, explica em entrevista a EXAME.com. Porém, "é primeiro ataque distribuído de um ransomware afetando o Macintosh".

Ransomware é um tipo de programa que sequestra os arquivos de um PC, codificando-os remotamente com uma chave a qual somente o criminoso tem acesso. Para resgatar os documentos, o usuário precisa pagar um Bitcoin (algo em torno de 1,7 mil reais) para os hackers. Geralmente, o resgate é feito a partir de moedas online, que são irrastreáveis.

O ransomware detectado no Mac é chamado de KeRanger e leva três dias para capturar os arquivos do computador. Ele estava escondido na versão 2.90 do Transmission, um dos clientes de torrent mais utilizados no sistema OS X.

Ainda não ficou claro como os hackers conseguiram carregar uma versão adulterada do Transmission no site do aplicativo. O que se sabe é que o KeRanger tinha um certificado legítimo do desenvolvedor da Apple. Por isso, ele conseguiu driblar o Gatekeeper, uma ferramenta do Mac que protege os usuários de vírus.

Quem foi infectado

Usuários que fizeram o download da nova versão do Transmission entre sexta-feira (4) e sábado (5) podem ter sido infectados pelo malware. Para saber se você foi atacado pelos hackers, basta verificar se existe algum processo chamado de “kernel_service” no monitor de atividade de seu Mac.

Outra maneira de descobrir se o vírus infestou seu computador é verificar se existe um documento chamado de “General.rtf” na pasta /Applications/Transmission.app/Contents/Resources/.

De acordo com o analista da Kaspersky, os usuários brasileiros devem se preocupar com esse ataque. "O Brasil está na mira dos criminosos que criam ransomwares”, explica. “O número de ataques desse tipo de malware aumentou de 120 mil em 2014 para 180 mil em 2015 no país”.

Uma das explicações para o aumento no número de casos desse tipo é a popularização dos pagamentos anônimos, como o Bitcoin. “Como você não consegue ver para onde o dinheiro vai, fica quase impossível descobrir quem lhe infectou”, diz Assolini.

Para o analista da Kaspersky, o usuário de Mac está cada vez mais sendo atacado por hackers devido ao seu perfil socioeconômico. “Os donos de Macintosh podem pagar o resgate dos documentos”.

Como se proteger

Se recomenda que os usuários de qualquer tipo de PC façam o backup de seus arquivos regularmente. No entanto, aparentemente, o KeRanger também afeta o programa Time Machine, que permite o backup no OS X.

Segundo Assolini, há outra maneira de se proteger do vírus além do backup. “Você deve usar um antivírus específico para este tipo de malware para proteger o seu computador”, conta.

A Apple já revogou o certificado do KeRanger e atualizou as assinaturas do XProtect para bloquear o malware. Desse modo, os usuários de Mac não conseguirão mais instalar a versão adulterada do app.

Para utilizar o Transmission, os clientes do torrent devem baixar a versão 2.92 no site oficial do programa -- que não está infectada.

Bolsa fecha em alta de 0,35% com avanço de commodities

Logo da BM&FBovespa na sede da Bovespa, em São Paulo

 A Bovespa fechou com o seu principal índice em leve alta nesta segunda-feira, após uma sessão de sobe e desce, com ações de empresas de mineração e siderurgia na ponta positiva, diante da disparada dos preços do minério de ferro por expectativa de aumento nas compras de aço pela China.

O Ibovespa subiu 0,33 por cento, a 49.246 pontos, na sexta sessão de alta, que levou o índice de referência do mercado acionário à máxima de fechamento desde outubro de 2015.

No melhor momento do dia, o índice subiu 1,13 por cento e na mínima caiu 0,69 por cento.

O volume financeiro no pregão somou 8,99 bilhões de reais, novamente acima da média diária do ano, de 6,2 bilhões de reais.

Em março, a média diária é de 11,2 bilhões de reais.

Para o analista Vitor Junji Suzaki, da corretora Lerosa, a sessão refletiu a realização de lucros com algumas ações e certo vazio do noticiário político e ausência de novidades nas operações Lava Jato e Zelotes da Polícia Federal.

Destaques

Vale fechou com as preferenciais em alta de 9,04 por cento, completando uma sequência de seis pregões com ganho diário igual ou superior a 6 por cento, o que levou os papéis para a máxima desde novembro de 2015.

No melhor momento desta segunda-feira, as ações avançaram 11,5 por cento, reagindo à disparada de 19,5 por cento nos preços do minério de ferro com entrega no porto chinês de Tianjin.

Vale PNA já acumula em 2016 ganho de quase 25 por cento, sendo que apenas em março a alta chega a quase 50 por cento.

Após o fechamento, a mineradora informou que assinou com a australiana Fortescue memorando de entendimento que prevê a formação de uma ou mais joint ventures para mistura e distribuição de produtos de minério de ferro de ambas as empresas na China.

CSN avançou 8,86 por cento, destaque na ponta positiva, em nova sessão de forte alta do setor siderúrgico na esteira das expectativas sobre aço que elevaram os preços do minério de ferro.

Petrobras teve uma sessão volátil e encerrou com as preferenciais em alta de 2,08 por cento, conforme os preços do petróleo avançaram significativamente.

A companhia informou que divulgará o resultado anual de 2015 em 21 de março de 2016, após o fechamento do mercado.

Banco do Brasil encerrou com variação positiva de 0,05 por cento, em sessão volátil, após valorizar-se quase 40 por cento na semana passada, quando foi contagiado pelo noticiário político.

No setor bancário, outros papéis que mostraram elevação expressiva na última semana recuaram, como BRADESCO, o que pesou negativamente no Ibovespa dada a relevante fatia que detém no índice.

BM&FBovespa caiu 5,34 por cento, liderando as perdas e contribuindo com a debilidade do Ibovespa, após valorização de mais de 30 por cento na última semana.

Volkswagen cria comercial com cachorro conectado

"The Connected Dog": no comercial da Volkswagen, um aparelho permite que seja possível controlar seu cachorro à distância

  Um dos atributos mais utilizados pela Volkswagen para destacar os diferenciais de seus automóveis é a tecnologia.

E se a empresa alemã desenvolveu o aplicativo ‘My Volkswagen’, capaz de controlar alguns elementos dos carros de maneira remota, por que não brincar com as possibilidades de facilitar a vida das pessoas com alternativas do gênero?

Quase como numa brincadeira sobre a sua própria capacidade de desenvolver inovações, ainda que não diga isso no filme, a nova campanha da Volks na Holanda mostra o "The Connected Dog", ou o "cachorro conectado".

No comercial, criado pela agência Achtung, de Amsterdam, um aparelho permite que seja possível controlar seu cachorro à distância, exercendo atividades como destravar a porta do animal em casa, rastreá-lo via GPS e com uma câmera que transmite as imagens ao vivo, e ainda fornecer comandos de voz, recebidos através de um "fone canino".

Em 2015, a marca já tinha feito algo do gênero na Holanda, quando resolveu equipar carrinhos de bebês com freios automáticos que funcionam via sensor, o mesmo recurso utilizado pelos carros da marca.

 https://vimeo.com/157144971

Sharapova é flagrada no antidoping no Aberto da Austrália

A tenista russa Maria Sharapova

 A russa Maria Sharapova gerou frenesi no mundo do tênis ao convocar entrevista coletiva para esta segunda-feira.

Até a aposentadoria da número 7 do mundo foi cogitada, mas ela encerrou o mistério durante a tarde ao revelar que foi flagrada no exame antidoping quando disputou o Aberto da Austrália, em janeiro.

Sharapova revelou que recebeu uma carta da Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) a notificando sobre o doping.

O Aberto da Austrália, aliás, marcou a última aparição da tenista em quadra, uma vez que ela vem sofrendo com diversas lesões na atual temporada.

A tenista não fugiu da responsabilidade pelo incidente e admitiu ter utilizado a substância proibida Mildronato, um moderador metabólico.

Sharapova, no entanto, garantiu que fazia uso do elemento já há um longo período e que não sabia que ele havia sido proibido recentemente. A WTA ainda não se manifestou sobre o caso ou uma possível punição.

"Eu assumo toda a responsabilidade. É meu corpo e sou responsável pelo que coloco e deixo colocarem nele. A primeira vez que tomei isso foi em 2006. Foi por indicação médica. Tenho deficiência em absorver magnésio e tenho feito uso por necessidade. Em janeiro, as regras mudaram, a substância foi proibida e eu não sabia", alegou.

Sharapova se firmou como uma das principais tenistas do século XXI e iniciou uma vitoriosa trajetória bastante cedo, já que faturou seu primeiro título aos 16 anos, em 2003, em Tóquio.

O primeiro Grand Slam veio um ano depois, em Wimbledon. No total, já são 35 títulos de simples no circuito da WTA, sendo cinco em torneios de Grand Slam.

Abril muda para se adaptar ao novo mercado publicitário

Fachada do prédio da Editora Abril, em São Paulo

 Mudanças de áreas, diretorias, modelo de negócio... foram várias as modificações protagonizadas pela Editora Abril nos últimos meses. Todas com intuito da empresa se adaptar às novas exigências dos leitores e anunciantes.

A companhia ganhou um novo posicionamento de marketing para produzir conteúdo publicitário mais acessível e, principalmente, divulgá-lo para as pessoas certas.

Um trabalho minucioso nesse sentido foi feito. Por 7 meses, a empresa aprimorou o plano, criou novas áreas e incorporou tecnologias. Também foram necessárias 150 horas de treinamento para passar a mudança à equipe comercial e de marketing.

A divulgação da nova Abril se deu por meio da campanha Histórias Encontram Pessoas, divulgada pelo WhatsApp em fevereiro.

Um dos braços da nova estratégia é o estúdio Abril Branded Content (ABC). Criada em junho do ano passado, a área é coordenada por jornalistas de renome que passaram pela direção de grandes redações da Abril.

Ao lado de uma equipe de produção de vídeo, eles criam conteúdo customizado para os anunciantes.

Ao contrário de um banner em um site, por exemplo, o material, chamado de branded content, será divulgado em revistas, sites, aplicativos e newsletters da editora.

Além de envolver mais os leitores, essa mudança também torna o material mais acessível pelo Google e Facebook, já que um anúncio não aparece nas pesquisas desses sites.

“O objetivo é fazer com que esse conteúdo seja lido justamente por pessoas que estejam buscando por ele”, diz Tiago Afonso, diretor de marketing da Abril.

Desde a criação do Estúdio ABC, metade de todo o conteúdo publicitário da empresa foi criado por essa área, que já tem clientes como Netflix, Visa, PayPal e Always.

Métricas certeiras

Para auxiliar o anunciante a encontrar o público ideal para o seu conteúdo, a Abril também criou a área Abril Big Data. São cerca de 40 milhões de estatísticas geradas sobre leitores e seus perfis.

“São dados exclusivos sobre nossas plataformas, para achar essas pessoas e melhorar a atração e a atenção delas ao nosso conteúdo”, diz Afonso.

Novas ferramentas, métricas e tecnologias irão dar um gás extra à estratégia. A adoção das métricas da Moat, companhia de inteligência de marketing digital, é um exemplo.

De acordo com Sandra Carvalho, diretora de mobilidade, a equipe poderá avaliar se um anúncio foi visto e por quanto tempo, qual foi a velocidade de rolagem da tela e até qual foi o movimento do mouse ou do dedo durante a leitura.

A Abril é a primeira editora brasileira a adotar a ferramenta, usada por gigantes como Facebook e Twitter.

Farejar o alvo

Um dos resultados desse novo posicionamento é o case da Purina. A empresa criou uma nova ração vegetariana e queria divulgá-la, mas o assunto era complexo demais para um único anúncio publicitário.

Para atingir o púbico certo e contar a história da ração da maneira mais completa possível, a equipe do Estúdio ABC cruzou dados para encontrar assinantes de revistas da Abril que tivessem cachorro e morassem a no máximo 2 quilômetros de lojas com a nova ração.

No decorrer de um mês, essas pessoas receberam e-mails, panfletos e até a própria ração em suas casas para testar, aumentando o contato com esse conteúdo. 

“Despertamos a atenção de quem a Purina buscava e é o que queremos fazer para outros clientes”, afirma Afonso.

Via Varejo suspende decisão da CVM para republicar balanços

Via Varejo

 A Via Varejo disse que recebeu aprovação do seu pedido para suspender decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para refazer suas demonstrações financeiras de 2013 e seguintes, devido a lançamentos contábeis de operações societárias.

O Grupo Pão de Açúcar, controlador da companhia, informou em fevereiro que a CVM manifestou entendimento diferente da empresa quanto ao ganho de reavaliação do investimento detido na Nova Pontocom, e do tratamento contábil aplicado na aquisição pela Via Varejo de 75 por cento do capital social da Indústria de Móveis Bartira.

Proporção de mulheres diretoras de empresas aumenta para 24%

Mulher executiva

A proporção de mulheres entre diretores de empresas foi de 24% em média no mundo em 2015, contra 22% no ano precedente; no entanto, situa-se no mesmo nível de 2013, segundo um estudo feito pela assessoria Grant Thornton.

O número um da classificação de países é a Rússia, com 45% de diretoras mulheres, seguido pelas Filipinas e a Lituânia, ambas com 39% cada, segundo o estudo, feito com 5.520 empresas em 36 países, que contabiliza a proporção de mulheres nos órgãos de direção empresariais (conselhos administrativos).

De forma geral, os países do leste europeu e da região Ásia-Pacífico se aproximam mais da paridade do que os membros do G7, com 35% e 34%, respectivamente, contra 22% nas sete grandes potências econômicas (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).

Trinta e nove por cento das empresas do G7 não têm nenhuma mulher em seus conselhos administrativos.

Entre os países com proporções menores de mulheres em seus cargos de diretoria estão Japão (7%), Alemanha (15%) e Índia (16%).

Justiça Federal de SP manda prender ex-senador Luiz Estevão

Luiz Estevão

  A Justiça Federal em São Paulo decretou a imediata prisão do ex-senador Luiz Estevão. A ordem é do juiz Alessandro Diaferia, da 1.ª Vara Criminal Federal.

Estevão foi condenado a 31 anos de cadeia por desvio de verbas das obras do Fórum Trabalhista de São Paulo, mas pelo caminho dos recursos processuais.

A condenação foi imposta em 2006 pelo Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3). Na mesma ação foi condenado o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, que presidiu o Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região (TRT2).

Nesses dez anos que se seguiram à condenação, Estevão apresentou 34 recursos aos tribunais superiores. Na mesma decisão, o juiz Alessandro Diaferia mandou prender o empresário Fabio Monteiro de Barros Filho, também condenado pelo desvio de recursos do Fórum.

Segundo a Procuradoria da República, em valores atualizados, o rombo seria de R$ 1 bilhão.

Em janeiro, o Ministério Público Federal requereu ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), o início da execução da pena de prisão imposta pelo TRF3.

A petição foi assinada pelo subprocurador-geral da República Edson Oliveira de Almeida, que fez o pedido a Fachin com base na recente decisão do Supremo que determinou o início do cumprimento da pena de condenados já em segunda instância, antes de se esgotar todos os recursos judiciais.

Em 2000, Luiz Estevão teve o mandato cassado em função de sua participação no desvio de verbas públicas destinadas à construção do Fórum Trabalhista de São Paulo.

Os crimes, cometidos durante o período de 1992 a 1998, deram origem a sete processos criminais e duas ações civis públicas movidas pelo Ministério Público Federal entre 1998 e 2001.

Somente em um deles ocorreu, às vésperas da prescrição, o trânsito em julgado da decisão condenando Luiz Estevão, pela prática do crime de uso de documento falso. Atualmente o ex-senador cumpre pena de três anos e seis meses em regime aberto.

Várias das condenações impostas aos réus do caso TRT-SP já prescreveram, outras correm risco de prescrição. Em valores atualizados, a cifra desviada pelo esquema criminoso ultrapassa a quantia de R$ 3 bilhões, cobrada pelo Ministério Público Federal em uma das ações cíveis.

Lobista que pagou Santana recebeu de outras 5 empresas

O marqueteiro João Santana é escoltado pela polícia em Curitiba

 A Operação Lava Jato identificou pelo menos cinco outras empresas investigadas por corrupção na Petrobras - além do estaleiro Keppel Fels - pagaram o operador de propinas Zwi Skornicki, que repassou US$ 4,5 milhões para a conta secreta da Suíça do marqueteiro do PT João Santana - preso com a mulher, Mônica Moura, desde 23 de fevereiro, em Curitiba alvos da 23ª fase batizada de Operação Acarajé.

Entre 2013 e 2014, Zwi recebeu comissões milionárias pelo seu trabalho de intermediador de contratos das empresas Queiroz Galvão, Iesa, Saipem, Ensco e UTC - as quatro primeiras negam irregularidades.

Há ainda pagamentos regulares por outras que não são alvo da Lava Jato, como a Siemens, Doris, Megatranz, Frasopi e Sotreq.

As investigações da Lava Jato nesse frente buscam identificar se o dinheiro que transitou das contas de Zwi para a conta secreta de João Santana teve como origem os desvios na Petrobras.

A força-tarefa chegou aos US$ 4,5 milhões transferidos pelo lobista para o marqueteiro do PT analisando os recebimentos da conta mantida por ele no Banke Heritage, na Suíça, em nome da offshore Shellbill Finance SA.

Ao todo, foram identificados 9 depósitos na Shellbill - de João Santana -, que passaram pela agência do Citibank em Nova Iorque, tendo como pagador contas de outra offshore, a Depp Sea Oil, que pertence a Zwi Skornicki.

A Deep Sea Oil é uma das empresas que existiam apenas no papel abertas pelo lobista no exterior e supostamente usadas para movimentar propina. No Rio, Zwi recebia por seus serviços via Eagle do Brasil, informa a Lava Jato.

Investigadores da Lava Jato haviam apreendido em 2015 na casa do lobista, no Rio, documentos da contabilidade da empresa de consultoria de Zwi, a Eagle do Brasil.

Essa empresa, para os investigadores, era a principal recebedora dos serviços de intermediação de contratos na Petrobras.

Foi por meio de contas legais e secretas que a Lava Jato investiga a prática de corrupção e lavagem de dinheiro. Além do marqueteiro, há a identificação de pagamentos de propina ocultou a outros investigados.

A PF anexou aos autos o registro de venda, em 2012, de uma BMW 550i no valor de R$ 380 mil para o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco, delator do processo.

Há ainda o registro de pagamento de aparelhagem de ginástica paga para o ex-diretor de Serviços Renato Duque no valor de R$ 25 mil, no mesmo ano.

Cooperação internacional

A chave para detalhas as propinas intermediadas por ZWi Skornicki está no Delta Bank. O operador tem contas em seu nome e em nome da offshore Deep Sea Oil nessa instituição financeira.

Nos documentos analisados nas buscas de Zwi, a PF identificou uma lista de convidados para festa do filho e sócio Bruno Skornicki em que além de investigados da Lava Jato, como João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, ex-funcionários da Petrobras, está registrada a presença de Paulo Alexandre Lerner, gerente do Delta Bank em Nova York.

Ele não foi encontrado para comentar o caso.

No Relatório de Análise de Mídia nº 449/2015 da PF há uma troca de e-mail entre Zwi e Lerner, em que o lobista pede ao executivo do banco "que confirme valores" que recebeu do Keppel Shipyard".

"A conclusão lógica é que Zwi recebia valores de comissão do Estaleiro Keppel Fels em contas no Delta Bank, possivelmente em nome da offshore Deep Sea Oil Corp", afirma o delegado Filipe Hille Pace.

Barusco, delator da Lava Jato, afirmou que houve acerto de 1% de propina em contratos bilionários de navios-sonda pelo estaleiro. Os valores foram pagos por Zwi, segundo ele.

Em outra troca de mensagem Zwi trata com Angela Boni, identificada pela PF como representante do banco.

Na mensagem, Zwi Skornicki dá ordens e faz indagações a funcionária do Delta Bank de nome Angela Boni. Há ainda o envio de documento para assinatura do lobista. "Tratam-se de comandos para venda de ativos, dentre outras providências."

Só do estaleiro Keppel Fels, uma das principais fontes pagadores das consultorias de Zwi, o lobista recebeu R$ 32 milhões no período investigado.

Dos US$ 4,5 milhões que a conta da Deep Sea Oil passou para conta secreta de João Santana, três pagamentos foram feitos entre julho e novembro de 2014 - todos no valor de US$ 500 mil -, período da campanha eleitoral em que a presidente Dilma Rousseff foi eleita.

A Polis Propaganda e Marketing, do marqueteiro petista, foi a responsável pela campanha, ao custo de R$ 70 milhões.

Mônica Moura, presa junto com Santana, em Curitiba, afirmou em depoimento à Polícia Federal na quarta-feira, 24, que os valores repassados por Zwi foram caixa-2 da campanha presidencial de Angola.

O nome do operador, segundo ela, foi indicado pela campanha angolana.

A defesa de Zwi Skornicki informou que só vai se pronunciar nos autos.

O presidente da UTC, Ricardo Pessoa, fechou acordo de delação premiada e confessou ter pago propina em contratos da Petrobras para executivos da estatal, partidos e políticos. A Queiroz Galvão tem negado irregularidades.

Não foram encontrados representantes da Keppel Fels, IESA, Saipem e Ensco para comentar o caso.

51% acham que TV incentiva assédio à mulher, diz pesquisa

televisão antiga

 Cerca de 51% dos brasileiros acham que filmes e programas televisivos incentivam o desrespeito e o assédio a mulheres em ambientes de trabalho.

Quase metade deles acredita que os programas de entretenimento têm impacto negativo nas práticas de assédio a mulheres nos locais de trabalho.

Cerca de 73% sentem que as mulheres são mostradas de maneira exageradamente sexualizadas no cinema e na TV, “reduzidas a seios e bundas”, com poucas roupas e pouco inteligentes.

Os dados fazem parte da pesquisa “Investigação sobre o impacto da representação de gênero no cinema e na televisão brasileira”, divulgada hoje (7) pelo Instituto Geena Davis, que há mais de dez anos se dedica a estudar e ampliar a presença da mulher no audiovisual no mundo.

A apresentação do trabalho foi feita hoje (7) na sede do sistema Firjan, no centro do Rio de Janeiro e contou com um painel de discussão sobre gênero na mídia e maior participação da mulher na cadeia produtiva do setor audiovisual.

Concluído no ano passado, o estudo ouviu cerca de 2 mil pessoas, e foi dividido em dois momentos. Na primeira etapa, foram feitos grupos para elaboração das perguntas e, depois, uma pesquisa quantitativa por todo o Brasil.

O estudo aponta, também, que aproximadamente 65% das mulheres brasileiras têm dificuldade de se identificar com os personagens femininos retratados no cinema e na televisão.

Quase 70% dos entrevistados acham que as mudanças positivas no país para a igualdade de gênero, como conquistas profissionais e mais autonomia financeira, são pouco retratadas no cinema e na TV.

Um dos coordenadores da pesquisa, João Feres, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) explicou que a população está mais alerta para os estereótipos dos papéis femininos e masculinos que ainda persistem na mídia brasileira.

“Os entrevistados da pesquisa qualitativa veem os personagens femininos ainda muito presos aos papéis tradicionais de dona de casa, doméstica. As mulheres nunca estão no poder, são sempre os homens”, disse.

“Os homens também consideram os papéis masculinos estereotipados, de machão”, afirmou, ao destacar que a glorificação da hipermasculinidade foi uma das críticas feitas pelos entrevistados.

Segundo o estudo, quase dois terços (63%) dos brasileiros demonstram preocupação com os padrões de beleza mostrados no cinema e na televisão, que, segundo eles, são irreais.

Por outro lado, mais de 60% da população acham que a exposição da violência doméstica no cinema e na TV pode ajudar a reduzir essa prática nos lares brasileiros, mas que é importante mostrar o fim da impunidade em relação aos crimes de violência.

Condução coercitiva de Lula provoca debate sobre depoentes

Marco Aurélio Mello, ministro do STF, durante julgamento do mensalão

 O cumprimento de um mandado de condução coercitiva contra Lula na sexta-feira (4) deu início a um debate entre juristas e especialistas quanto à aplicação do dispositivo legal.

Em entrevista, hoje (7), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, classificou o número de mandados de condução coercitiva como “violências praticadas”.

O ministro confirmou que a escolta policial forçada é legal, “mas deve ser precedida pela recusa do intimado em comparecer perante a autoridade que deve ouvi-lo”.

“Precisamos sim consertar o Brasil, mas consertá-lo sem atropelos. Quando se cria o critério de plantão no afã de punir, de corrigir rumos, há um retrocesso”, disse o ministro, alegando que nunca tinha se pronunciado sobre as conduções coercitivas por nunca ter sido questionado a respeito.

“Pela primeira vez fui indagado a respeito e, evidentemente, tive que revelar qual a ordem jurídica. A atuação judicante [de quem exerce a função de juiz], da administração pública, é uma atuação vinculada ao direito positivo. E fora das balizas da Constituição Federal não há salvação. Sob a minha ótica [o número de mandados de condução coercitiva são] violências praticadas”, concluiu o ministro.

Ao comentar o assunto, na sexta-feira, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, disse não ser possível analisar o caso específico do ex-presidente sem conhecer todos os elementos da operação policial, mas afirmou que, em regra, a condução coercitiva é admitida apenas se houver a intimação prévia para comparecer e o cidadão se recusar a depor.

“Sem a negativa, a condução a força é desnecessária e ilegal”.

Falsa controvérsia

Em nota, os procuradores da força-tarefa responsável pela Lava Jato classificaram o debate em torno do uso intensivo das conduções coercitivas como uma “falsa controvérsia”.

Os procuradores apontaram que o cumprimento dos demais mandados de condução coercitiva não provocou o mesmo “clamor”.

Os procuradores alegaram que, no caso de Lula, a condução coercitiva foi necessária para garantir a segurança pública, das equipes de agentes e para a segurança do próprio ex-presidente.

Além disso, os procuradores julgavam necessário ouvir os vários depoimentos ao mesmo tempo, para evitar “a coordenação de versões”.

Além de Lula, mais dez pessoas foram alvos de mandados de condução coercitiva durante a 24ª fase da Lava Jato, entre elas o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto.

Os procuradores também citam as duas vezes em que Lula foi intimado a depor ao Ministério Público de São Paulo sobre supostos desvios ocorridos na Bancoop e não compareceu.

"Após ser intimado e ter tentado diversas medidas para protelar esse depoimento, incluindo um habeas corpus perante o TJSP [Tribunal de Justiça de São Paulo], o senhor Luiz Inácio Lula da Silva manifestou sua recusa em comparecer", afirmam os procuradores.

"Assim, apesar de todo respeito que o senhor Luiz Inácio Lula da Silva merece, esse respeito é-lhe devido na exata medida do respeito que se deve a qualquer outro cidadão brasileiro, pois hoje não é ele titular de nenhuma prerrogativa que o torne imune a ser investigado na Operação Lava Jato", dizem os procuradores, para quem a polêmica em torno da condução coercitiva de Lula "nada mais é que uma cortina de fumaça sobre os fatos investigados".

Os advogados do ex-presidente, Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins, repudiaram as declarações dos procuradores alegando que, anteriormente, Lula prestou três depoimentos, dois à Polícia Federal e um ao Ministério Público Federal (MPF).

Para os advogados, a condução coercitiva é “uma medida que cerceia a liberdade de ir e vir”.

Antonio Banderas sugere que Trump construa muro sozinho

O ator Antonio Banderas 

 O ator espanhol Antonio Banderas sugeriu nesta segunda-feira que Donald Trump, favorito para ser o candidato republicano à Casa Branca, construa sozinho, tijolo a tijolo, o muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México, uma das principais propostas de campanha do magnata.

"Não acho que ninguém vai ajudá-lo, como ele diz", acrescentou Banderas, criticando a proposta de construir uma barreira entre os países que, segundo Trump, seria pago pelo México.

O ator, que está na Cidade do México para apresentar uma festa beneficente, reiterou que a única forma de responder Trump é sendo educado, sem levantar o tom de voz.

"Também com um meio sorriso, porque o que ele diz não é verdade. Talvez, algum dia, alguém vai dizer isso na cara dele", completou Banderas.

O pré-candidato republicano provocou polêmica no lançamento de sua campanha em julho do ano passado, quando fez duras críticas aos imigrantes ilegais mexicanos. Na época, Trump chegou a afirmar que todos eles seriam traficantes de drogas e estupradores.

Banderas citou o sucesso dos mexicanos Alejandro González Iñárritu e Emmanuel Lubezki, que venceram recentemente o Oscar, e responderam os comentários de ódio de Trump.

"Hollywood é impossível sem os latinos. Não estamos na moda, é a realidade atual", disse o ator, citando também a atuação de latinos atrás das câmeras.

Pesquisas para Rio Doce terão investimentos de R$ 6,7 mi

Crianças brincam em praia próxima à foz do Rio Doce

 Pesquisadores mineiros poderão encaminhar, até esta terça-feira (8), propostas de pesquisa científica, tecnológica e de inovação que contribuam para a recuperação das áreas afetadas pelo rompimento da barragem da Samarco, que ocorreu no município de Mariana (MG) em novembro do ano passado.

Os órgãos responsáveis pelo processo seletivo são a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Ao todo, o edital prevê um investimento de R$ 6,7 milhões. Cada projeto contemplado poderá receber até R$200 mil.

Os trabalhos deverão ser desenvolvidos em um período de dois anos e a cada seis meses será preciso apresentar um relatório. As propostas podem ser enviadas pela internet até as 17h desta terça-feira.

Segundo Paulo Sérgio Beirão, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapemig, serão privilegiadas propostas voltadas para o desenvolvimento de tecnologias ou que possam futuramente se converter em produtos.

"Estamos convocando a inteligência que nós temos no estado de Minas Gerais para propor soluções que sejam interessantes. Projetos bem-sucedidos podem inclusive servir de modelo para aplicação em outras bacias, independentemente de ter um desastre ou não. Temos problemas de contaminação da água, por exemplo, em várias partes do país", ressaltou.

São quatro linhas temáticas possíveis: recuperação do solo, recuperação da água, recuperação da biodiversidade e tecnologias sociais.

"Podemos ter projetos que apontem para possibilidades de uso da lama acumulada ou para formas de tornar o solo agricultável. Que plantas poderiam se adaptar à região atingida? É um conhecimento importante. Outras alternativas seriam pesquisar estratégias eficientes para tratamento da água ou para fomentar a reprodução dos peixes nas áreas afetadas", explica Beirão.

Pesquisa nacional

Nas próximas semanas, deve ser lançado um outro edital que permitirá a participação de grupos de pesquisadores de outros estados, desde que pelo menos um membro seja de Minas Gerais ou do Espírito Santo, estados afetados pelo rompimento da barragem.

Esta outra seleção é fruto de parceria entre a Fapemig, a Capes, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e a Agência Nacional de Águas (ANA).

Diferente do edital anterior, cujo enfoque é o desenvolvimento de tecnologias, a nova chamada privilegiará propostas multidisciplinares e que incluam intervenções diretas nas comunidades atingidas.

A estimativa é que sejam destinados cerca de R$ 12 milhões para as pesquisas e cada proposta poderá solicitar até R$ 1 milhão em trabalhos a serem desenvolvidos por um período de até 4 anos.

Acordo

O rompimento da barragem em Mariana (MG) ocasionou a morte de 19 pessoas, além de provocar destruição de vegetação nativa e poluição das águas da bacia do Rio Doce.

Na semana passada, a Samarco e os governos fecharam um acordo para recuperação da Bacia do Rio Doce em 15 anos.

Somente nos primeiros três anos, a mineradora teria que desembolsar R$ 4,4 bilhões. O acordo ainda precisa ser homologado pela Justiça.

Governo anuncia medidas de estímulo à infraestrutura

Infraestrutura brasileira tem muitos desafios pela frente

 O governo anunciou nesta segunda-feira, 7, medidas para incentivar investimentos em infraestrutura. As ações incluem mudanças para facilitar a emissão de debêntures de infraestrutura e a capitalização de um fundo garantidor de infraestrutura.

"As medidas se justificam para dar mais dinamismo aos investimentos do país. São medidas de simplificação e facilitação de processos e melhoria de condições de financiamento", afirmou o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira.

O governo editará decreto para autorizar a capitalização do Fundo Garantidor de Infraestrutura com imóveis da União, no valor de R$ 500 milhões. O fundo dá garantias adicionais a projetos de infraestrutura para riscos políticos ou de legislação, mas ainda não tem capital.

A ideia é que os bancos que financiarem projetos de infraestrutura garantidos pelo fundo também auxiliem na capitalização, em mais R$ 500 milhões.

"Ao criar mecanismos de mitigação de riscos extraordinários, estamos dando melhores condições de mercado. As medidas facilitam financiamento para leilões de infraestrutura", afirmou Oliveira.

O decreto definirá ainda que todos os projetos de concessão, arrendamento, permissão, autorização, outorga e Parceria Público Privada (PPP) serão considerados prioritários, o que significa que estarão automaticamente aprovados para a emissão de debêntures de infraestrutura.

Até agora, cada ministério tinha que autorizar a emissão dos papéis de acordo com a concessão relacionada.

De acordo com o secretário, o governo editará periodicamente os projetos que se encaixam nessas categorias, que serão prioritários.

Outro ponto é que o decreto esclarecerá que o pagamento de outorga pode ser coberto com recursos de emissão de debêntures. O governo também vai permitir a liquidação antecipada de debêntures com uso de outras debêntures.

O objetivo é permitir que, quando os juros caírem, os emissores possam liquidar os papéis e emitir novas debêntures a custos mais baixos.

MPE investiga dados incorretos sobre crimes na SSP-SP

Desenho feito por policiais para demarcar o local de um homicídio

 O Ministério Público Estadual (MPE) abriu inquérito civil para apurar os casos de homicídio ocorrido em São Paulo que foram registrados como "morte suspeita" e ficaram fora das estatísticas criminais da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP).

A apuração é para verificar "irregularidade ou ilicitude ou deficiência na fonte, metodologia de coleta e análise de dados, classificação, registro e critério estatístico de crimes ocorridos no Estado, inclusão de banco de dados e divulgação de número, índices e indicadores pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, como transparência dos índices ou indicadores de criminalidade e o resultado do trabalho de fornecimento de segurança pública na preservação da ordem pública".

A portaria de instauração do inquérito, assinada por dois promotores de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social da Capital, afirma que "os critérios de classificação e registro de crimes podem expressar incorretamente a informação sobre a mortalidade e o tipo de crime ocorrido, prejudicando a transparência e a fidelidade da informação".

O alvo da investigação é a Secretaria de Estado da Segurança Pública. Os promotores dão 30 dias de prazo para que a pasta explique quais são as fontes e a metodologia de coleta e análise dos dados, determine quais são as fontes de obtenção das informações e informe ainda se as informações passam por auditoria.

Além disso, o MPE quer saber quais são os procedimentos internos na secretaria em caso de reclamação de incorreção dos dados.

O inquérito tem como uma de suas fontes reportagem do jornal O Estado de S.Paulo que afirma que o número de assassinatos em São Paulo é maior do que o divulgado pela secretaria, publicado na última quinta-feira, dia 3.

A secretaria foi questionada sobre o tema. Assim que seu posicionamento for enviado, a resposta será acrescentada a esse texto.

Secretários chegam a acordo sobre ajuste fiscal dos estados

Dinheiro: notas de real

 Um grupo de secretários de Fazenda estaduais reunidos hoje (7) com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, chegaram a um acordo com o governo sobre as contrapartidas fiscais para o alongamento da dívida dos estados.

De acordo com a secretária de Fazenda de Goiás, Ana Carla Costa, o ajuste fiscal dos estados incluirá mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal federal, dois anos de medidas emergenciais para redução de gastos e a criação de Leis de Responsabilidade Fiscal estaduais, a serem aprovadas em até seis meses.

Segundo ela, a ideia é corrigir brechas na Lei de Responsabilidade Fiscal federal, permitindo que, na prática, o gasto com pessoal ultrapasse os limites.

“Existem lacunas que permitem que alguns estados cumpram o teto [de gastos], mas, se você colocar toda a despesa de pessoal, estariam desenquadrados”, disse a secretária.

Ana Carla Costa esclareceu que as despesas com inativos, pensionistas, imposto de renda e terceirizados que realizam atividades fins atualmente não são contabilizadas.

Com a mudança na lei, as unidades da Federação ficariam desenquadradas, mas teriam dez anos para se adequarem.

Os estados que quiserem aderir ao alongamento da dívida dos estados também terão de interromper a concessão de aumentos e os novos programas de incentivos fiscais por dois anos.

O mesmo deve ocorrer com a realização de concursos públicos, que só poderão acontecer para reposição de vagas na saúde, educação e segurança pública.

Será exigido ainda o corte dos cargos comissionados em 10%. Por fim, as unidades da Federação terão de aprovar leis de responsabilidade estaduais prevendo que o valor da folha de pessoal não cresça mais do que a 90% do crescimento da receita.

“Alguns [estados] querem 90%, outros 80%. É algo que a gente está discutindo. Não poderão ser dados também aumentos que vão para o mandato do próximo governador. Cada estado  terá de aprovar [a lei] até seis meses depois da assinatura do termo aditivo [prevendo o alongamento do prazo da dívida dos estados]”, explicou Ana Carla.

O governo incluirá as condicionantes em projeto de lei do alongamento da dívida e os estados que as descumprirem podem perder o benefício.

De acordo com Ana Carla Costa, ficou decidido que a minuta da proposta será enviada até quarta-feira (9) pela Fazenda aos estados, que a analisarão e farão sugestões até sexta-feira (11).

“Pela sinalização que tivemos, segue semana que vem para o Congresso”, informou a secretária.

A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda, que, até o fechamento desta matéria, não confirmou o envio da proposta na próxima semana.

Em fevereiro, o governo propôs alongar em 20 anos o prazo da dívida dos estados, de 30 para 50 anos.

Segundo cálculos do Ministério da Fazenda, essa medida, mais a renegociação de operações de crédito contratadas junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), traria alívio de até R$ 36 bilhões em três anos às unidades federativas.

Além do ajuste fiscal, a proposta do governo prevê que os estados deem apoio político a propostas como a da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Líder do DEM aciona PGR contra Dilma por ter visitado Lula

Lula, Dilma e Marisa

O líder do Democratas (DEM) no Senado, Ronaldo Caiado (GO), protocolou hoje (7) uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que ela investigue se a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, incorreram em crime de improbidade administrativa por terem utilizado a estrutura do Estado para visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último fim de semana, em São Paulo.

Para visitar o ex-presidente e prestar-lhe solidariedade por ter sido alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato, a presidente e o ministro utilizaram aviões, helicópteros, segurança e outros serviços custeados pela União.

O líder oposicionista considera que, ao fazer isso, os dois misturaram suas funções institucionais com uma atividade inteiramente privada.

“Está claro que ela realmente abusou de suas prerrogativas. Tendo reconhecimento do crime de improbidade, nós encaminharemos na Câmara dos Deputados um processo por crime de responsabilidade que está previsto na Constituição brasileira”, afirmou Caiado, que estava acompanhado pelo líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino (AM).

Caiado também criticou a presidente por ter ido visitar Lula, na condição de chefe de Estado, após o ex-presidente “fazer declarações afrontosas à Justiça brasileira, atacando políticos da oposição, a imprensa, o Ministério Público, a Polícia Federal”.

Para ele, nesse caso, Dilma deveria ter ido por conta própria e arcando com os custos da viagem.

“Outro ponto é a presença dela na varanda com o presidente Lula, cumprimentando as pessoas que estavam ali. Isso é um fator estimulador àquilo que foi pregado pelo Lula, ou seja, o enfrentamento, a luta de classes, a desobediência civil, o desrespeito às normas jurídicas do país”, completou Caiado.

Procurado pela Agência Brasil, o Palácio do Planalto informou que ainda não havia sido notificado sobre a representação até a publicação da reportagem. Sobre a motivação do uso da estrutura para a viagem, a assessoria de imprensa da Presidência da República já havia se manifestado mais cedo.

"Por imposição de segurança, todo o deslocamento da presidente Dilma Rousseff precisa ser feito por meio do avião presidencial. Também por questões de segurança, se necessário o uso de helicóptero, será o helicóptero militar", respondeu o Planalto.

EUA deixam decisão sobre presença em Rio 2016 para atletas

Vista do Cristo Redentor com as luzes para celebrar os dois anos para a abertura das Olimpíadas do Rio, no Rio de Janeiro

 O Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC, na sigla em inglês) se manifestou nesta segunda-feira sobre o temor causado na delegação do país em relação ao vírus da zika.

A própria entidade admitiu os perigos da contaminação, mas deixou claro que a decisão de vir ao Brasil para disputar os Jogos Olímpicos do Rio terá que partir de cada atleta.

"Vai depender de cada atleta individualmente tomar esta decisão. Nós não queremos nos envolver no negócio de policiar a saúde", declarou o chefe-executivo da USOC, Scott Blackmun, nesta segunda.

Blackmun explicou que os dirigentes norte-americanos estão cientes dos perigos do vírus e acompanhando o desenvolvimento do assunto para determinar quais medidas tomar.

Entre elas, o país trará médicos voluntários para proteger a delegação de doenças infecciosas durante a estadia no Rio. No entanto, o dirigente fez questão de explanar que o papel dos Estados Unidos neste caso é limitado.

"Eu acho que precisamos reconhecer qual é o nosso papel. Nós somos um dos 200 países que participará dos Jogos Olímpicos. Por definição, você precisa ter alguém no controle do projeto geral. Toda Olimpíada traz seu próprio conjunto de desafios que sempre resulta no questionamento das pessoas sobre a capacidade de realização dos Jogos", disse.

Apesar dos esclarecimentos de Blackmun, o medo causado pelo zika e a ausência de resposta para algumas questões sobre o vírus deixaram alguns atletas com um pé atrás sobre a vinda para os Jogos Olímpicos.

A goleira da seleção norte-americana de futebol feminino, Hope Solo, por exemplo, já afirmou que "provavelmente não iria ao Brasil se as coisas ficarem como estão".

Blackmun, no entanto, minimizou as declarações dadas por alguns atletas à imprensa e disse que a delegação norte-americana deve vir completa.

"Eu não estou sabendo de nenhum atleta que tomou a decisão de não ir aos Jogos Olímpicos por causa das condições no Rio."

O vírus da zika é transmitido através do mosquito Aedes aegypti, foi descoberto recentemente e pode ser a causa de microcefalia nos bebês das mulheres infectadas.

Até por isso, diversas atletas já manifestaram o temor e ameaçaram não vir ao Rio para a Olimpíada se não tiverem mais respostas sobre o problema.

Câmara reiterará no STF embargos do impeachment, diz Cunha

Entrevista do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha

 O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta segunda-feira, 7, que a Casa vai reiterar no Supremo Tribunal Federal (STF) os embargos declaratórios em que questiona o rito do impeachment estabelecido pela Corte.

Segundo o peemedebista, "provavelmente" isso acontecerá nesta terça-feira, 8.

Ao deixar a Câmara nesta noite, Cunha afirmou que a Casa vai reiterar os embargos nos mesmos termos dos embargos protocolados no início do ano.

"Isso é para evitar qualquer discussão de intempestividade, embora a gente ache que não tenha, mas é apenas para evitar", afirmou o peemedebista.

O presidente da Câmara quer evitar que o STF desconsidere os embargos do início do ano, por eles terem sido protocolados antes da publicação do acórdão do julgamento do rito do impeachment do Supremo.

O acórdão foi publicado nesta segunda-feira no Diário da Justiça Eletrônico.

Cunha reiterou que aguardará o julgamento desses embargos pelo Supremo para instalar a comissão especial que dará parecer sobre o pedido de abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara.

"(O impeachment) não vai ser adiantado nem postergado, vai simplesmente seguir o curso previsto", afirmou.

Pelos cálculos da oposição, o STF só deve julgar os embargos daqui a 15 dias, fazendo com que a comissão especial do impeachment só comece os trabalhos em abril. De acordo com essa previsão, os deputados só analisariam o processo em plenário em maio.

Dilma opta por não se pronunciar em TV em Dia da Mulher

Dilma Rousseff em reunião com ministros

  Um ano depois de "ver nascer" os panelaços após pronunciamentos do governo ou do PT, a presidente Dilma Rousseff optou por não realizar um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV por ocasião do Dia Internacional das Mulheres, que é celebrado nesta terça-feira, 8.

No ano passado, Dilma usou o pronunciamento em rede nacional pela data para fazer uma longa defesa ao ajuste fiscal e pedir "paciência" e "compreensão" dos brasileiros porque, segundo ela, a atual situação era "passageira".

Segundo interlocutores da presidente, entretanto, ainda não há uma definição, mas é provável que a presidente use as redes sociais para se manifestar pela data.

No pronunciamento de 2015, durante os 16 minutos da fala da presidente, foram registrados protestos - como panelaços e buzinaços - em diversas cidades do País. A manifestação com panelas depois acabou virando frequente em programas políticos partidários do PT.

Aplausos

Em contraponto aos panelaços, na última sexta-feira, após a decisão do juiz Sérgio Moro de decretar a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, moradores de várias cidades brasileiras manifestaram seu apoio ao juiz e à Operação Lava Jato e bateram palmas nas janelas de suas casas ou sacadas de apartamentos no momento em que o Jornal Nacional exibiu reportagem com trechos do discurso do ex-presidente Lula, feito à tarde no Diretório Nacional do PT.

No dia, os panelaços voltaram a acontecer quando a presidente Dilma Rousseff falou em defesa do petista e criticou "vazamentos" da Lava Jato.

Fitch revisa previsão de queda do PIB do Brasil para 3,5%

Sede da Fitch Ratings em Londres

A agência de classificação de risco Fitch revisou a estimativa de queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2016 de 2,5% para 3,5%. A previsão está em relatório sobre perspectivas para a economia global, que atualiza números publicados em dezembro.

Segundo comunicado da Fitch, a revisão para o Brasil reflete o aumento da incerteza política e o seu impacto na confiança, deteriorando o mercado de trabalho e as condições de crédito.

A agência citou também o enfraquecimento do preço das commodities (produtos básicos com cotação internacional) como fator que afetou a economia brasileira.

 A Fitch alterou as perspectivas para a Rússia, de crescimento de 0,5% do PIB, estimado em dezembro, para queda de 1,5%.

No caso dos Estados Unidos, a agência prevê crescimento econômico, mas de 2,1% em lugar do 2,5% anunciado anteriormente. Para a China, a previsão é crescimento do PIB, reduzida de 6,3% para 6,2%.

Para a economia mundial, a agência prevê crescimento de 2,5% do PIB (soma dos bens e riquezas produzidos em um país), o mesmo patamar de 2015. Isso representa uma redução de 0,4 ponto percentual em relação ao que era previsto inicialmente para 2016.

Reunião da oposição com o presidente do STF é antecipada

Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, durante sessão que definiu rito de impeachment - 17/12

 Líderes da oposição vão se reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, nesta terça-feira, 8, às 16h. Com o encontro, o objetivo dos deputados é pedir maior celeridade no julgamento dos embargos que questionam os ritos do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Inicialmente, a reunião dos parlamentares com o ministro estava agendada para a próxima quarta-feira, mas foi adiantada em um dia a pedido dos parlamentares. A mudança na data da reunião ocorre após suposta delação premiada do ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), divulgada pela revista IstoÉ na semana passada.

Mais cedo, a oposição anunciou que só protocolará o aditamento do processo de impeachment da presidente Dilma depois que a delação de Delcídio for homologada na Justiça. O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), contudo, já está elaborando uma "minuta de representação" contra a presidente Dilma, com base nas acusações que teriam sido feitas por Delcídio.

Mais cedo, opositores da Câmara e Senado também prometeram obstruir todas as votações em plenário, até que a comissão especial do impeachment seja instalada. A ideia é paralisar todas as votações, até mesmo as defendidas por opositores.

Os líderes contrários ao governo apostam que o STF aceitará os embargos e mudará de posição, permitindo que a comissão especial seja instalada por meio de voto secreto e que sejam aceitam chapas avulsas. Caso isso aconteça, eles defenderão que sejam mantidos os mesmos integrantes da comissão eleita em dezembro.

Na semana que se inicia nesta segunda-feira, os senadores deveriam votar em plenário propostas sobre os Jogos Olímpicos do Rio de 2016, a reforma administrativa do governo, a regulamentação de empresas juniores em universidades e a Lei Geral das Estatais. Já na Câmara, estão em pauta propostas polêmicas como o texto que aumenta os recursos federais para a Saúde (Proposta de Emenda à Constituição 1/15) e o projeto que suspende a fórmula de cálculo da renegociação de dívidas dos governos dos Estados (Projeto de Decreto Legislativo 315/16).

Ministro da Justiça deixa cargo de procurador-geral na Bahia

Wellington César Lima e Silva assume o Ministério da Justiça

O Ministério Público da Bahia informou hoje (7), por meio de nota, que o novo ministro da Justiça, o procurador Wellington César Lima e Silva, foi exonerado, na última quinta-feira (3), da função de procurador-geral de Justiça Adjunto para Assuntos Jurídicos e não do cargo vitalício de procurador estadual. No mesmo dia, Wellington Silva tomou posse como ministro da Justiça.

Na última sexta-feira (4), contudo, a juíza Solange Salgado de Vasconcelos, da 1ª Vara Federal em Brasília, suspendeu a nomeação acatando ação do deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE). Hoje (7), o presidente do Tribunal Regional Federal da1ª Região (TRF1), desembargador Cândido Ribeiro, derrubou a liminar e permitiu que o novo ministro da Justiça assuma o cargo em substituição ao ex-ministro José Eduardo Cardoso.

Além da exonerar do cargo de procurador-geral de Justiça Adjunto para Assuntos Jurídicos da Bahia, o Conselho Superior do Ministério Público autorizou o afastamento de Wellington Silva do cargo vitalício de procurador, tendo como base o inciso nono, do artigo 129 da Constituição Federal.

O texto constitucional prevê que os membros do Ministério Público podem exercer “outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas”. O artigo também foi usado pela Advocacia-Geral da União para embasar o pedido de suspensão da liminar que impediu a posse do novo ministro da Justiça.

Na próxima quarta-feira (9), o Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir, a pedido do PPS, sobre a legalidade de membro do Ministério Público, como é o caso de Wellington Silva na Bahia, exercer o cargo de Ministro Justiça. A ação no STF é relatada pelo ministro Gilmar Mendes.

Nos EUA, veteranos de Wall Street criam bolsa da maconha

Planta de maconha

A maconha legal é um negócio de US$ 5 bilhões nos EUA e Steve Janjic descobriu que poderia conseguir um pedaço dele. Com uma bolsa de commodities. Para um produto que não pode ser transportado de um estado para o outro.

Mas ele não está preocupado. “Nunca é fácil ser pioneiro em um setor”, diz Janjic, ex-executivo de câmbio da Tullett Prebon, que injetou US$ 1 milhão na Amercanex, uma plataforma de negociação de maconha que administra vendas de cerca de 45 a 70 quilos da erva por semana.

Não se trata exatamente de um sucesso em um país com um total estimado de 20 milhões de consumidores de maconha. 

Mas o resultado pode não ser tão ruim para uma jovem bolsa de valores de uma substância psicoativa que está passando para o status de legítima, ou quase legítima, considerando que é ilegal segundo a lei federal. 

Janjic e outros veteranos de Wall Street que respaldam a Amercanex adotam uma visão de muito longo prazo.

Embora apenas quatro estados e o distrito de Columbia tenham sancionado o uso recreativo da maconha, Nevada poderá unir-se a eles após uma votação, em novembro. 

Em 23 estados, a droga é permitida para fins medicinais. Pesquisas mostram que a maioria dos cidadãos dos EUA acredita que a erva deveria ser lícita como a cerveja, o que enche a Amercanex de esperanças.

“Eu vejo isso como os primórdios de uma Nymex”, diz Richard Schaeffer, ex-presidente do conselho da Bolsa Mercantil de Nova York. “Eu vejo esse negócio tornando-se um motor de correspondência muito importante reunindo compradores e vendedores”.

Schaeffer, 63, é presidente do conselho da Amercanex, e Janjic, 49, é o CEO e cofundador. 

Entre as outras pessoas do mundo financeiro envolvidas estão o trader de futuros Timothy Petrone, membro da Nymex e da Chicago Board of Trade, o ex-membro do conselho da Nymex David Greenberg e James McNally, que é membro da Nymex, da Commodities Exchange e da Bolsa de Futuros de Hong Kong.

Para que conste, nenhum deles é usuário de maconha, mas isso provavelmente não vem ao caso. Mesmo uma pessoa intolerante ao glúten pode ficar rica com contratos futuros de trigo.

Mas há dinheiro de verdade a ser ganho negociando as flores e folhas da planta de maconha? A Amercanex não é a única a apostar que haverá, um dia. Sohum Shah, de 26 anos, com diploma da Universidade do Arizona, iniciou a Cannabis Commodities Exchange três meses antes de a Amercanex sair do papel.

A CCE opera apenas no Colorado, que em 2012 se transformou no primeiro estado a decidir, por meio de votação, pela legalização da maconha recreativa. 

A Amercanex está no Colorado e na Califórnia, primeiro estado a permitir o uso medicinal da maconha, e Janjic diz que há planos de expansão.

Limitação entre estados

Os obstáculos são consideráveis. Para o funcionamento pleno de uma bolsa de valores, uma commodity precisa ter especificações padronizadas e alguma supervisão regulatória, como acontece com produtos como milho e metais, para que todos possam ter certeza a respeito do que estão comprando e vendendo, diz Dale Rosenthal, professor de finanças da Universidade de Illinois, em Chicago. 

“Não existe um preço de referência claro” para a maconha a granel, tampouco, diz ele, o que configura outro ponto de discórdia.

A maconha vem em um leque muito amplo de qualidade, potência e preço; a erva legal não existe há tempo suficiente para que existam referências nacionais. 

Os mercados à vista e de futuros tradicionais, como trigo e petróleo bruto, estão ligados a uma única variedade amplamente aceita com um padrão de qualidade mínimo.

Os compradores da Amercanex não operam no escuro, diz Janjic, porque a bolsa envia os produtos vendidos em sua plataforma para avaliação em um laboratório e compartilha os resultados.

Mas há um problema: compradores e vendedores precisam estar no mesmo estado. O governo dos EUA regula o comércio interestadual e a venda e a posse de maconha são crimes federais, assim como o transporte através dos limites estaduais -- e a Amercanex é uma bolsa para negócios à vista de aquisições físicas, e não de contratos de opções ou futuros fechados apenas no papel. 

No momento, a lei federal é “o risco para esse jogo”, diz Janjic.

PIB do Japão encolhe a taxa anualizada de 1,1% no 4º tri

Bandeira do Japão

 A economia do Japão encolheu a uma taxa anualizada de 1,1 por cento no último trimestre do ano passado, uma revisão para cima em relação à contração preliminar de 1,4 por cento, mostraram dados do governo na terça-feira (horário local).

A previsão de mercado era de que a taxa fosse revista para uma contração de 1,5 por cento.

Nos meses de outubro a dezembro, o Produto Interno Bruto contraiu 0,3 por cento na comparação com o trimestre anterior, ante previsão em pesquisa Reuters de queda de 0,4 por cento.

Mercado fica 'louco' com a China e minério tem alta recorde

Trabalhador usando óculos de proteção solda produtos de aço em fábrica de manufatura de equipamentos pesados, na China

O minério de ferro teve um forte aumento depois que os responsáveis pela política econômica da China sinalizaram sua disposição de apoiar o crescimento econômico, aumentando as perspectivas para o consumo de aço do maior usuário do produto e inflamando a especulação de que alguns investidores que apostaram contra o mercado tinham perdido.

O minério com teor de 62 por cento entregue a Qingdao saltou 19 por cento para US$ 63,74 a tonelada seca, mostram dados de Metal Bulletin. Esse é o maior ganho em dados diários desde 2009 e o preço mais alto desde junho.

O aumento foi precedido na Ásia por um crescimento nos futuros, com o contrato mais ativo na Bolsa de Cingapura subindo 21 por cento para US$ 60 e os preços no Dalian Commodity Exchange subindo no limite diário.

“Os mercados de minério de ferro e aço ficaram loucos – eles partiram dos fundamentos e estão fortemente impulsionados pelo sentimento”, disse Zhao Chaoyue, analista da China Merchants Futures em Shenzhen, antes que o preço do Metal Bulletin fosse publicado. “Os investidores estão esperando que uma maior flexibilização monetária do governo chinês impulsione a demanda de aço”.

Fortescue Metals Group da Austrália saltou 24 por cento no pregão de Sidney, onde a Rio Tinto Group e a BHP Billiton também subiram depois do aumento dos preços futuros. Os ganhos em Londres foram menores.

A Rio Tinto, segunda maior empresa de mineração, se recuperou de uma queda anterior no pregão de Londres e subiu 5 por cento, na maior alta em três meses, enquanto a BHP subiu 3,5 por cento no mercado inglês.

O produtor norte-americano Cliffs Natural Resources subiu cerca de 30 por cento, o mais alto desde 2008, e estava acima de 19 por cento às 11h54 em New York. A Vale ganhou 11 por cento na Bolsa brasileira.

Forte subida

O minério de ferro teve forte alta em 2016, com os preços do aço se fortalecendo, minando as previsões de mais perdas impulsionadas no aumento de fornecimento de baixo custo da Austrália e do Brasil e da queda da demanda na China.

No anual Congresso Nacional do Povo neste fim de semana, as autoridades disseram que permitem um déficit recorde e limite maior da oferta monetária para apoiar o crescimento entre 6,5 por cento e 7 por cento.

Ao mesmo tempo, eles também prometeram ajudar a reduzir o excesso de capacidade em aço, reduzindo potencialmente a demanda por minério de ferro.

Recuperação de Commodities

A recuperação de minério de ferro este ano tem sido acompanhada por uma recuperação em outras commodities, incluindo petróleo, metais básicos, como cobre e aço.

Os esforços estatais para amortecer a perda da capacidade de siderurgia na China, inclusive ajudando pessoal demitido, pode melhorar as margens de lucro nas usinas que permanecem, reduzindo a concorrência.

Swaps ligados ao custo do transporte de minério de ferro também subiram. Acordos de frete antecipados com navios Capesize em abril aumentaram cerca de 21 por cento a US$ 2.450 por dia, segundo dados da Clarkson Securities, parte do maior estaleiro do mundo.

As taxas subjacentes para as transportadoras estão em mínimos históricos, pois um excesso de navios compete por qualquer negócio que consigam obter.

Os ganhos recentes em minério de ferro provavelmente não vão durar, afirmou Goldman Sachs Group em um relatório na segunda-feira, prevendo uma queda de volta para US$ 35 por tonelada no último trimestre.

O aumento deste ano foi impulsionado pelo aumento dos preços do aço na China, uma inversão da relação normal vista entre a matéria-prima e o produto fabricado, disse Goldman.

“Vida curta”

“Esperamos que o aumento atual será de curta duração”, afirmaram os analistas Christian Lelong e Amber Cai na nota, datada de 6 de março, prevendo maior crescimento no fornecimento de minério de ferro nos próximos trimestres.

“A causalidade vai se reverter mais cedo do que tarde, e as matérias-primas do aço voltarão a conduzir os preços do aço em vez do contrário”.

Há também especulações que apontam que uma reviravolta no mercado imobiliário da China pode ajudar a apoiar a demanda por aço, auxiliando o minério de ferro.

O crescimento do preço das propriedades nas cidades chinesas deve começar a alimentar a economia real, levando a uma recuperação da atividade da construção e da demanda de metais, de acordo com Sanford C. Bernstein Co.

Até onde vai o rali da Lava Jato?

felicidade com alta de ações

O mercado começou a semana um pouco mais cauteloso após a aceleração das investigações da Lava Jato impulsionar a queda do dólar e a disparada da bolsa nas sessões anteriores. 

O ritmo de uma eventual mudança de governo é um dos fatores de dúvida. Outro risco seria a presidente Dilma Rousseff, diante do agravamento da crise, sucumbir às pressões do PT por mudanças na economia. 

Ainda persiste, contudo, o sentimento positivo do mercado com o aumento das chances de impeachment.

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Caso se confirme uma mudança rápida de governo, um novo patamar para o dólar estaria mais para R$ 3,50 do que para R$ 3,00, diz João Pedro Ribeiro, analista da Nomura Securities em Nova York. 

Mesmo vendo o investidor mais interessado no Brasil com a possibilidade de impeachment, Ribeiro vê dois ”cenário extremos”: 1) concretização rápida do impeachment, o que levaria à expectativa de um governo que traga maior confiança ao País junto ao mercado; 2) processo mais demorado, que aumentaria o risco de guinada do governo Dilma para esquerda.

“Se cada passo do processo for muito lento, vai ser muito ruim para o mercado”, diz Fausto Gouveia, diretor da Az Legan Administradora de Recursos. 

Para ele, também será importante que o processo seja inquestionável legalmente e que o novo governo seja realmente comprometido com o livre mercado, as reformas e o ajuste fiscal.

Gouveia não acredita que o BC vá conter a queda do dólar. Em um cenário muito positivo, em que nenhum dos riscos se concretize e o fluxo fique muito forte, o dólar poderia ir a R$ 2,80 e R$ 3,30, o que traria um ”equilíbrio interessante” para a economia, favorecendo a redução da inflação e dos juros

“Seria um cenário do tipo céu de brigadeiro”, diz o executivo. Embora pondere que ainda é muito cedo para cravar um cenário tão positivo, Gouveia admite que os acontecimentos recentes ampliaram as chances de um impeachment mais rápido, que anime os investidores. “Pode ser questão de tempo.”

A consultoria Eurasia disse hoje que a chance de Dilma não terminar seu mandato aumentou de 40% para 55%, após na última sexta-feira já ter antecipado que essa probabilidade superava 50%. 

A Lava Jato atingiu ”um ponto de inflexão”, diz relatório da consultoria, que em 2014 manteve as previsões de vitória de Dilma mesmo quando ela foi desafiada pelos principais adversários nas pesquisas eleitorais.

A Eurasia justifica esta inflexão com a prisão de João Santana, que traz ”risco real” sobre a campanha de Dilma em 2014, e a delação premiada de Delcídio do Amaral, um ”insider”do Palácio do Planalto. 

A consultoria ainda cita o depoimento de Lula e especulações sobre o surgimento de novas delações premiadas. Por outro lado, se Dilma sobreviver, o cenário para reformas fica mais difícil. ”O PT vai se mover para a esquerda.”

Receber refugiados é investimento para Canadá, diz Trudeau

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau

  O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, falou ao Huffington Post que sua política de receber refugiados é um investimento para o país, que tem uma composição populacional bastante homogênea.

"O Canadá tem que saber separar o país da nação. Não existe o 'canadense típico'", afirmou, dizendo que para ser um canadense, é necessário, acima de tudo, aceitar e compartilhar determinados valores.

Trudeau classificou como irracional a atitude de alguns países, que anunciaram o fechamento de fronteiras para os refugiados, e disse confiar que os refugiados que chegam hoje ao Canadá vão trabalhar duro para construir um país - que chamarão de lar - melhor.


Nesta segunda-feira (7), o premiê foi à redação do HuffPost Canadá, onde respondeu perguntas de leitores, de jornalistas do Huff e de uma pequena plateia.

Além da questão dos refugiados, tema recorrente em seu governo, e falou também sobre outros assuntos delicados, como a relação do Canadá com Israel e sobre a possibilidade que o bilionário americano Donald Trump se torne presidente dos EUA.

"Não existe um ponto que chegamos, e pensamos 'não cabe mais ninguém aqui, estamos satisfeitos com essa população'", criticou o líder, que se elegeu em outubro com a proposta de aumentar o número de refugiados no país e, desde então, recebeu mais de 30 mil sírios e iraquianos que fogem da guerra e da violência em seus países natais.

A fala do premiê coincide com mais um momento complicado na crise dos refugiados vivida pela União Europeia.

Muitos países estão impondo controles ainda mais severos, e milhares de refugiados, que chegam ao continente todos os dias pelo Mar Mediterrâneo estão 'represados' na Grécia e em nações vizinhas, que já afirmaram não ter recursos - financeiros e humanos - para lidar com o crescente número de pessoas.

Ainda na mesma linha, Trudeau falou sobre o papel do Canadá na paz mundial, e sobre a situação na Síria. "Precisamos olhar para um futuro na Síria que não inclua Bashar Al-Assad", afirmou Trudeau.

"Se olharmos para um futuro estável num médio prazo na Síria, é preciso envolver outra liderança que não seja Assad, mas o que vai acontecer até lá, e como chegaremos até lá, depende muito da Rússia e de esforços diplomáticos", falou Trudeau, que classificou o ditador como parte do problema, mas também como parte de uma possível solução transitória para que o país saia da guerra civil, que completa cinco anos neste mês e já deixou quase 500 mil mortos.

Em termos de política externa, um dos principais assuntos foi a relação do Canadá com Israel.

Questionado a respeito do tema, Trudeau foi categórico: "Israel é um amigo, é um aliado, é um país com o qual compartilhamos valores e que está alinhado conosco em muitos aspectos".

No entanto, não é por isso que a relação entre as duas nações será um mar de rosas. "Mesmo assim, não vamos hesitar em falar sobre passos que são improdutivos, como os assentamentos", comentou Trudeau sobre o conflito entre Israel e a Palestina.

"É isso que as pessoas esperam do Canadá: há vezes em que não concordamos com nossos amigos, e não vamos hesitar em dizer isso. Há vezes que concordamos e ficamos do lado de nossos amigos e há vezes que, mesmo não concordando, damos nosso apoio à nações parceiras".

Donald Trump

Outro tópico que rendeu assunto foi o pré-candidato republicano à presidência dos EUA, o bilionário Donald Trump.

No entanto, se Trump não tem papas na língua, Trudeau usou e abusou da diplomacia para evitar o assunto, e para se sair bem nas respostas.

"Responder perguntar hipotéticas não é o meu forte, mas a realidade é que vamos trabalhar ao lado dos nossos vizinhos e aliados, independente de suas escolhas políticas".

O premiê foi categórico: "Eu não vou comprar uma briga com Trump agora, tampouco vou apoiá-lo, mas observo o momento com muita atenção", disse ele, que afirmou ainda que é necessário observar as frustrações que fomentam o trumpismo nos EUA e no mundo.

Trump defende, além da construção de um extenso muro na fronteira dos EUA com o México, a deportação de milhares de imigrante e a proibição da entrada de muçulmanos no país.

"independente do resultado do processo eleitoral, eu espero manter nossa relação forte e contínua."

Trudeau, no entanto, não hesitou em apontar diferenças do sistema de financiamento de campanha eleitoral canadense e americano, e disse que esse pode ser um tema que seus vizinhos precisem rever.

"O que fizemos, há alguns anos, foi mudar o papel do dinheiro na política e isso mudou toda a estrutura e as obrigações do poder" - atualmente, apenas indivíduos podem fazer doações limitadas para campanhas políticas no Canadá.

"É algo que sei que um número de americanos e políticos deseja refletir sobre, e que talvez possa ser feito depois de novembro", falou ele, se referindo ao processo de escolha do novo presidente dos EUA.

Mulher de 26 anos faz primeiro transplante de útero nos EUA

Sala de cirurgia

Uma mulher de 26 anos foi a primeira a se submeter a um transplante de útero nos Estados Unidos, após receber o órgão doado por uma jovem que morreu de forma repentina e que já tinha sido mãe.

Lindsey, como a paciente foi chamada para preservar seu anonimato, concedeu entrevista nesta segunda-feira ao lado da equipe de médicos da Clínica Cleveland, em Ohio, onde foi operada. Ela ainda precisará ficar internada por mais um mês depois da cirurgia.

"Me deram um presente pelo qual nunca poderei pagar, estou mais do que agradecida", disse a jovem, visivelmente emocionada, acompanhada de seu marido, com quem tem três filhos adotados.

O transplante, que ocorreu no dia 26 de fevereiro, é parte de um teste clínico. Os médicos esperam que ele resulte em operações para outras dez pacientes, todas cuidadosamente selecionadas.

A expectativa é que, após o ano necessário para recuperação do órgão, seja possível implantar um embrião no útero de Lindsey por meio de uma fecundação in vitro.

Essa técnica de reprodução assistida consiste em fazer com que um espermatozoide fecunde o óvulo fora do corpo da mulher, em um laboratório. Assim que o embrião é formado, o médico o transfere diretamente ao útero para a gestação.

As mulheres que passam por transplantes de útero não podem ficar grávidas por meio de uma relação sexual. Apesar da operação, elas não possuem trompas de falópio, que conectam os ovários ao útero.

O primeiro transplante desse tipo nos Estados Unidos ocorre dois anos depois da primeira operação realizada no mundo, realizada na Suécia e com um resultado bastante otimista: a mulher que recebeu o órgão deu à luz uma criança complementa saudável e o mesmo ocorreu em outros quatro casos posteriores.

A principal diferença entre o transplante de Cleveland e o da Suécia é que o órgão procedia de uma mulher já morta.

Cerca de uma de cada 5 mil mulheres nasce sem útero, explicaram os médicos da clínica. Por isso, o transplante abre uma oportunidade para aquelas que não desejam adotar. 

PT evitará convocar atos no domingo para evitar conflitos

Homem faz manifestação contra Dilma em Brasília

 O temor da radicalização levou o Palácio do Planalto a obter do presidente do PT, Rui Falcão, a promessa de que o partido não irá convocar ações para o próximo domingo, mesmo dia em que grupos de oposição pretendem protestar contra o governo, informaram à Reuters nesta segunda-feira duas fontes palacianas.

Durante a tarde de domingo, a presidente Dilma Rousseff, depois de passar a manhã no Rio Grande do Sul, convocou seus auxiliares mais próximos – Jaques Wagner, da Casa Civil, Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, e o chefe de Gabinete da Presidência, Giles Azevedo – para discutir o agravamento do clima político no país e os problemas que o governo irá enfrentar na pauta da Câmara.

O risco de conflitos levou a presidente a tratar do assunto como "situação de emergência".

Na manhã desta segunda-feira, o presidente do PT esteve no Palácio do Planalto em uma reunião com Jaques Wagner e Ricardo Berzoini e concordou que o partido não chamaria atos para o domingo – apesar de alguns diretórios estarem marcando atos para o mesmo dia em que grupos que defendem o impeachment da presidente pretendem se manifestar.

De acordo com uma fonte, o PT defenderá que os atos sejam apartidários e não irá, por exemplo, participar de uma passeata que está sendo marcada para a avenida Paulista, em São Paulo – mesmo local da manifestação de oposição.

O governo avalia que a radicalização do discurso, que atraiu mais pessoas depois da condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depor, na última sexta-feira, pode ser boa para o PT, pois pode fortalecer e unificar o discurso das esquerdas. No entanto, não é boa para o governo se desandar em conflitos violentos, como chegou a acontecer na sexta-feira.

O Planalto vem monitorando a adesão ao protesto de domingo nas redes sociais e, desde a semana passada – com o vazamento do acordo de delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e a etapa da operação Lava Jato que atingiu Lula – houve um aumento das adesões ao protesto de 13 de março. O governo teme um retorno do assunto impeachment com a força de uma manifestação significativa no final de semana

Quem inventa os nomes das operações da Polícia Federal?

Polícia Federal 

 Ensinam as cartilhas de marketing: em um mercado saturado, crie um diferencial. Foi o que a Polícia Federal fez, de caso pensado ou não, ao batizar suas operações com sacadinhas.

Esse boom criativo começou em 2002, com um ataque ao jogo do bicho em Mato Grosso chamado Operação Arca de Noé.

Depois dela, o dilúvio: Ctrl+Alt+Del, contra fraudes bancárias online; Eros (deus grego do amor), contra tráfico de Viagra; Ventania, que focou falsificação de dinheiro - "na mão, é vendaval", e a recente Aletheia, palavra que na Grécia Antiga significava "busca pela verdade", que teve como um de seus destaques a emissão de 33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva (em que o investigado é obrigado a depor), para investigar suspeitos de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro dentro da Petrobras - entre eles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (ver quadro PF de A a Z, abaixo).

Consta que grande amigo do trocadilho na PF era o diretor-executivo Zulmar Pimentel. Os nomes podiam até ser sugeridos pelos delegados, mas era o nº 2 do órgão quem aprovava e até as renomeava as operações se assim achasse necessário.

Em maio de 2007, Zulmar foi afastado após uma investigação na própria PF, acusado de passar informações sigilosas a colegas. O nome da operação não podia ser melhor: Navalha, que fecha em si mesma e é feita para cortar quem a usa.

PF de A a Z 

Melhores nomes de operações da Polícia Federal

Aletheia* (2016)
Alvo: Aprofondumento da investigação que liga Lula a indiciados na Lava Jato
*Do grego, significa "revelação".

Anjo da Guarda (2005)
Alvo: pornografia infantil

Castelo de Areia (2009)
Alvo: superfaturamento de obras públicas

Ctrl+Alt+Del (2006)
Alvo: roubo de senhas de banco na internet

De Volta Para Pasárgada (2008)
Alvo: fraudes em prefeituras, sequência da Operação Pasárgada

Eros (2007)
Alvo: tráfico de Viagra

Good Vibes (2007)
Alvo: tráfico de ecstasy

Narciso (2008)
Alvo: notas frias da loja de luxo Daslu

Pinóquio (2008)
Alvo: exploração ilegal de madeira

Toque de Midas (2008)
Alvo: fraude em ferrovias que passam por garimpos

Ventania (2010)
Alvo: falsificação de dinheiro

Zapata (2006)
Alvo: cartéis de drogas mexicanos

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