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terça-feira, 19 de abril de 2016

Menos da metade dos contribuintes entregou declaração do IR

Imposto de Renda

 A dez dias do fim do prazo, menos da metade dos contribuintes entregou a declaração do Imposto de Renda Pessoa Física 2016. Até as 17h de hoje (19), a Receita Federal havia recebido 13.140.983 declarações.

O número equivale a 46,1% das declarações previstas para este ano. A entrega começou em 1º de março e vai até 29 de abril.

O programa gerador da declaração para ser usado no computador pode ser baixado no site da Receita Federal. O órgão liberou um Perguntão, elaborado para esclarecer dúvidas quanto à declaração referente ao exercício de 2016, ano-calendário de 2015.

O aplicativo do Imposto de Renda para dispositivos móveis (tablets e smartphones) está disponível nos sistemas Android e iOS, da Apple. Os aplicativos podem ser baixados nas lojas virtuais de cada sistema.

Quem perder o prazo de entrega estará sujeito a multa de R$ 165,74 ou de 1% do imposto devido por mês de atraso, prevalecendo o maior valor. A multa máxima pode chegar a 20% do imposto devido.

Cerca de 28,5 milhões de contribuintes deverão enviar à Receita Federal a declaração do Imposto de Renda Pessoa Física em 2016. A estimativa é do supervisor nacional do Imposto de Renda, Joaquim Adir.

O número representa crescimento de 2,1% em relação aos 27,9 milhões de documentos entregues no ano passado.

PT começa a entregar cargos no Rio após rompimento com PMDB

O prefeito do Rio, Eduardo Paes fala à imprensa

 O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Solidário, Fabiano Horta (PT-RJ), entregou o cargo na manhã desta terça-feira, 19, ao prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB-RJ).

Horta é o primeiro petista a deixar a Prefeitura do Rio após o rompimento entre as duas legendas.

Na segunda-feira, 18, o presidente estadual do PT, Washington Quaquá, prefeito de Maricá, município da Região Metropolitana, anunciou o fim da aliança no Estado do Rio.

A decisão foi tomada na véspera, motivada pelo voto do deputado federal Pedro Paulo Carvalho (PMDB-RJ) a favor do prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Por meio da assessoria da secretaria, Horta informou que teve uma breve conversa com Paes.

Na ocasião, explicou que a permanência na prefeitura tornou-se inviável na atual conjuntura política. Deputado federal licenciado, Horta assumiu a pasta na gestão municipal em maio passado para dar lugar a Wadih Damous (PT-RJ), primeiro suplente na Câmara dos Deputados.

Ele é ligado a Quaquá e pré-candidato à sucessão em Maricá.

O vice-prefeito do Rio e secretário de Assistência Social, Adilson Pires (PT), informou que aguardará a decisão do diretório estadual, em reunião marcada para a próxima terça-feira, 26.

Até lá, Pires anunciou que não deixará o cargo. Pierre Batista, titular da Secretaria Saneamento e Recursos Hídricos, não se manifestou.

"A decisão política foi tomada após a traição. Só falta agora a formalização na reunião do diretório estadual, semana que vem. Seremos oposição, assim como na Assembleia Legislativa em relação ao governador Luiz Fernando Pezão", disse Quaquá.

O PT tinha definido apoio ao pré-candidato peemedebista à Prefeitura do Rio, Pedro Paulo Carvalho. Agora, o partido pretende apoiar a candidatura da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

O deputado estadual licenciado e ex-presidente da Assembleia, Paulo Melo (PMDB-RJ), afirmou que o PT não tem legitimidade para fazer cobranças, pois o partido teve uma "relação de ingratidão" com o PMDB quando lançou o senador Lindbergh Farias ao governo estadual nas últimas eleições, enfrentando o peemedebista Pezão.

"Particularmente, acredito que o PT hoje não seja uma boa companhia. O tempo de televisão era a única coisa de útil nessa aliança, mas ninguém vai deixar de ganhar a eleição por uns minutos a menos", disse

Renan rejeita abertura da comissão de impeachment hoje

Renan Calheiros durante sessão do Senado

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu na tarde desta terça-feira, 19, rejeitar o recurso apresentado pela oposição para tentar eleger, ainda nesta terça, os integrantes da comissão do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Ao responder questionamento feito pelo líder do DEM na Casa, Ronaldo Caiado (GO), Renan manteve sua posição inicial de que é necessário dar um prazo de até 48 horas para que os blocos partidários façam a indicação dos representantes no colegiado.

 

A decisão de Renan é uma vitória para o governo que ganha ao menos uma semana de prazo para a abertura da comissão especial que apresentará, inicialmente, uma manifestação sobre o afastamento de Dilma para ir à votação pelo plenário do Senado.

Na prática, os dois dias concedidos por Renan vão se transformar em um semana, já que o colegiado só deve ser efetivamente criado na terça-feira, 26.

O bloco partidário liderado pelo PT resiste a indicar os integrantes da comissão e, com base na decisão do peemedebista, ele terá até a sexta-feira, 22, para divulgar quem serão seus quatro representantes.

Contudo, pela decisão de Renan, o colegiado só poderá ser efetivamente instalado daqui a uma semana.

Em sua decisão, Renan disse que não há na legislação qualquer determinação de "eleição imediata" dos representantes da comissão.

Ele afirmou que não pode fazer a indicação dos líderes nesta terça, conforme prevê o regimento, caso não se encerre o prazo de 48 horas para a indicação feita pelos blocos partidários.

"Revela-se absolutamente razoável a concessão de um prazo restrito, de 48 horas, a fim de viabilizar a composição", anunciou.

Logo em seguida, Caiado recorreu da decisão de Renan ao plenário, mas o presidente do Senado disse que, por se tratar de matéria que envolve a Constituição, encaminhou o recurso para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Essa manobra de Renan retirou a possibilidade de a decisão dele ser revertida em votação do plenário. Mesmo a CCJ tendo reunião marcada para esta quarta-feira, 20, não é praxe que esse tipo de recurso seja apreciado.

Questionamento

O líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (GO), apresentou uma questão de ordem logo após a leitura, nesta terça-feira, da decisão da Câmara que admitiu a denúncia do impeachment contra Dilma.

Caiado cobrou que Renan reveja a decisão de abrir prazo de 48 horas para que os líderes partidários indiquem os integrantes do colegiado. Esse prazo, informou mais cedo o presidente do Senado, abriria margem para que a comissão só seja aberta na próxima terça-feira, 26.

Embasando-se na Constituição, na Lei dos Crimes de Responsabilidade e no regimento interno do Senado, Caiado disse que a indicação dos integrantes da comissão pode ser feita já na mesma sessão da leitura, o que levaria à instalação do colegiado nesta terça.

Ele afirmou que Renan tem decidido conforme a norma geral e não com base nas legislações específicas.

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) fez coro a Caiado e disse que "não há espaço para a procrastinação". Segundo ele, está se tratando de um procedimento de tamanha urgência e relevância.

"Estamos tratando de um processo de afastamento da presidente da República no momento em que o País clama", defendeu o tucano.

O senador petista Lindbergh Farias (RJ) disse que não se pode tirar o direito de se indicar em até 48 horas os nomes para a Comissão Especial. Os governistas apostam nesse prazo mais alongado para instalar a comissão.

 

Tractebel conclui compra de 50% da GD Brasil Energia Solar

18 - Tractebel

A Tractebel Energia concluiu a aquisição de 50% do capital social da GD Brasil Energia Solar, por meio de subscrição do aumento de capital da Engie Solar, atual denominação da GD Brasil Energia Solar.

Segundo a Tractebel, a empresa integra o Grupo Araxá, um dos líderes no mercado brasileiro de geração solar distribuída, que consiste em geração solar de forma descentralizada, em residências e edifícios. O valor do investimento poderá atingir até R$ 24,300 milhões.

"Este investimento é uma forma de a companhia ingressar no segmento de geração distribuída fotovoltaica e uma demonstração de como a Engie, controladora da Tractebel Energia, responde aos desafios de uma matriz energética mais dinâmica e próxima do consumidor final", afirma a empresa em comunicado ao mercado.

Intel cortará 12 mil empregos no mundo todo

Estande da Intel durante exposição em Jacarta, na Indonésia

A Intel disse que cortaria 12 mil empregos mundialmente, ou 11 por cento de sua força de trabalho global, com a empresa fazendo uma transição de seus negócios tradicionais de vendas de chips usados em computadores pessoais.

A empresa também disse nesta terça-feira que a diretora financeira Stacy Smith assumirá um novo cargo liderando as vendas, produção e operações. A Intel disse que começará um processo de buscas formal por um sucessor.

A maior fabricante de chips do mundo reduziu sua estimativa de receita para o ano. A companhia agora espera que a receita cresça um dígito médio, ante a estimativa anterior de crescimento de um dígito médio a alto.

A empresa tem focado em seu negócio de data center, de margem mais alta, conforme procura reduzir sua dependência do mercado de computadores pessoais, em desaceleração.

A empresa lucrou 0,42 dólar por ação no primeiro trimestre, ante 0,41 dólar um ano antes.

A receita líquida subiu para 13,7 bilhões de dólares, ante 12,78 bilhões de dólares.

Vendas contratadas da MRV têm queda de 9,8% no 1º trimestre

Equipe da MRV em ação

A MRV informa que as vendas contratadas - líquidas de permuta e brutas de distratos - somaram R$ 1,234 bilhão nos três meses iniciais de 2016, o que representa queda de 9,8% na comparação anual e recuo de 10,5% frente aos três meses imediatamente anteriores.

As vendas contratadas contemplam a participação da companhia e os segmentos residencial e loteamento.

A velocidade de vendas, medida pelo indicador de Vendas Sobre Oferta (VSO), caiu para 18% no primeiro trimestre, ante 22% em igual período um ano antes e 20% no quarto trimestre de 2015.

A MRV destacou a elevação no porcentual das vendas que se enquadram em condições de financiamento com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS), decorrente da performance sólida do segmento de imóveis econômicos.

No primeiro trimestre, as vendas com essa fonte de financiamento atingiram 93%, enquanto os restantes 7% tiveram o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) como fonte de crédito. No período igual de 2015, a porcentagem do FGTS estava em 83% e, no quarto trimestre, em 89%.

O preço médio por unidade nos três meses iniciais de 2016 subiu 4,7%, para R$ 159 mil, na comparação com igual período do ano passado. Já na relação com os três meses finais de 2015, a alta foi de 1,9%.

Repasses e conclusão de obras

No primeiro trimestre, foram 6.969 unidades repassadas, uma queda de 16,7% em relação a igual período de 2015, mas elevação de 9,5% na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Em unidades concluídas, o resultado foi de 8.052 no trimestre, 11,7% abaixo do primeiro trimestre de 2015, mas alta de 0,2% na comparação trimestral.

Além disso, a MRV informou queda anual de 12,1% das unidades produzidas, para 8.399. Na base trimestral, houve baixa de 6,1%. As obras em andamento somaram 222 no primeiro trimestre de 2016, queda anual de 9,8% e baixa trimestral de 0,4%. As unidades produzidas e obras em andamento contemplam os segmentos residencial e de loteamento.

BC tira dia para observar mercado de câmbio

Sede do Banco Central em Brasília

O Banco Central parou nesta terça-feira, 19, para observar o comportamento do câmbio, como não fazia há muito tempo.

Desde que anunciou ao mercado o programa de swaps tradicionais, em 22 de agosto de 2013, praticamente o BC não parou mais de atuar diretamente com intervenções de todos os tipos. Mesmo às vésperas do início oficial da ração diária, a instituição promoveu leilões aqui e ali para conter oscilações mais fortes do dólar.

O programa que basicamente se fundamentou na venda de dólares no mercado futuro durou até março do ano passado e, a partir de então, o BC foi rolando seu estoque. A intenção da instituição era diminuir o porcentual dessas rolagens ao longo do tempo. A rolagem chegou a 60% dos vencimentos mensais, mas o BC voltou atrás, considerando que essa estratégia estaria provocando volatilidade nos negócios, justamente o que se queria evitar.

O saldo total de swaps chegou perto de US$ 110 bilhões e, nesse período, o BC só não atuava no último dia útil de cada mês, para evitar influência sobre a ptax.

Não bastassem essas intervenções já programadas de swap, o BC comparecia também em momentos em que o mercado spot ficou mais pressionado, ofertando leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra). Por causa de seu estoque robusto de swaps em um ano em que o dólar teve valorização de quase 50%, o BC registrou, em 2015, prejuízo recorde com essas operações. As perdas somaram R$ 89,657 bilhões. Este ano, com o movimento de baixa da moeda, a instituição passou a registrar lucro com essas operações - está em R$ 30,178 bilhões até o dia 8 de abril, considerando o volume inédito de ganhos de R$ 42,697 bilhões do mês passado.

Recentemente, com o dólar em trajetória de baixa com a andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, o BC foi para a outra ponta e passou a oferecer quase que diariamente leilões de swap cambial reverso, que equivalem à compra da moeda no mercado futuro. Seu estoque caiu para a casa de US$ 72 bilhões.

Na sexta-feira, véspera do evento na Câmara, o BC não fez comunicado de swaps ao mercado para segunda-feira, como de costume. Mas mesmo assim atuou, fazendo com que a moeda terminasse o dia com alta pouco superior a 2%. Hoje, também sem anúncio de leilão prévio, parou para olhar o mercado e viu que a alta de ontem foi praticamente toda devolvida hoje.

No fim dos negócios, o mercado chegou a pressionar o BC, levando a cotação para as mínimas. Mesmo assim, a autoridade não entrou. No fim da tarde, porém, o BC anunciou leilão de até 20 mil contratos de swap cambial reverso para esta quarta-feira, dia 20.

Mulher de prefeito preso, deputada reitera elogio ao marido

Deputada Raquel Muniz durante discurso na comissão de impeachment 16/04/2016

A deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG), mulher do prefeito da cidade mineira de Montes Claros, Ruy Muniz, preso ontem (18), em Brasília, pela Polícia Federal, reiterou hoje (19) o elogio que fez ao marido no domingo (17) ao declarar voto favorável à admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, a parlamentar disse que o Ruy Muniz era “exemplo de gestor”.

Em nota divulgada pela liderança do PSD, a deputada argumentou que não há razões jurídicas para a prisão preventiva do marido, durante a Operação Máscara da Sanidade 2.

“Reitero cada uma das palavras ditas no dia 17 de abril durante a votação para aceitar o processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff. Montes Claros tem um gestor íntegro, ético e que preza pela transparência das suas ações”, diz trecho da nota.

Para a deputada mineira, a investigação da Polícia Federal é motivada por “razões de outras ordens” e “não republicanas”. Para ela, a prisão foi desnecessária por não haver risco à ordem pública, perigo de fuga e indício de obstrução da justiça. “O meu marido, ao contrário do que está sendo amplamente noticiado, não teve a prisão decretada por motivos de corrupção e quem teve o senso ético de buscar a verdadeira motivação na decisão judicial pode verificar isto.”

Declarando-se uma “pessoa de bem”, a deputada Raquel Muniz disse estar à disposição da Justiça e da sociedade para fazer os esclarecimentos necessários. “Sou mulher de fé e permaneço acreditando na Justiça”, afirmou na nota.

A Operação Máscara da Sanidade 2 investiga crimes de falsidade ideológica, dispensa indevida de licitação pública, estelionato, prevaricação e peculato. Além Rui Muniz, foi presa preventivamente a secretária de Saúde do município, Ana Paula Nascimento, e cumpridos mais quatro mandados de busca e apreensão e dois de busca pessoal.

As investigações mostram que os acusados, direta e indiretamente, pretendiam inviabilizar a existência e o funcionamento dos hospitais públicos e filantrópicos de Montes Claros que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para favorecer hospital particular pertencente e gerido pelo prefeito e parentes dele. Em caso de condenação, as penas máximas aplicadas aos crimes ultrapassam 30 anos.

A Polícia Federal informou que, em outubro de 2015, o prefeito e a secretária de Saúde retiraram cerca de 26 mil consultas especializadas e 11 mil exames dos hospitais, deixando de prestar serviços correspondentes pela rede municipal, o que prejudicou a população. Além disso, desde julho de 2015, Ruy Muniz estaria empregando dinheiro público para divulgar em veículos de comunicação uma campanha difamatória contra os hospitais públicos e filantrópicos, inclusive se valendo de informações falsas.

A prefeitura de Montes Claros, em nota, informou que recebeu com serenidade a decisão judicial que determinou a prisão do prefeito e da secretária. A prefeitura também informa que tem "plena convicção" de que a decisão da Justiça será revertida e de que o prefeito e a secretária serão soltos e inocentados.

Conselho nega pedido da Samarco para não pagar R$112 milhões

Vista aérea da lama de barragens da Samarco que invadiram o Rio Doce e chegam até a costa do Espírito Santo

 O Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam) negou nesta terça-feira, 19, pedido feito pela Samarco para o não pagamento da multa de R$ 112 milhões aplicada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) à empresa pelo rompimento da barragem em Mariana no dia 5 de novembro do ano passado.

Dezoito pessoas morreram na tragédia. Uma ainda está desaparecida. A lama que vazou da represa contaminou o Rio Doce e a região costeira de Linhares (ES), na foz do curso d'água.

Entre as alegações para não pagar a multa, a Samarco disse que as investigações sobre a ruptura da barragem ainda não foram concluídas, conforme informações da superintendente de Atendimento e Controle Processual da Semad, Daniele Diniz Faria. Não houve votos a favor da extinção da penalidade.

O representante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) se absteve, sob a argumentação de o órgão já ter aplicado multa. O Ibama penalizou a mineradora ao pagamento de R$ 250 milhões pelo rompimento da barragem.

A mineradora tem 20 dias para recorrer da decisão à câmara recursal do Copam. Se confirmada a decisão, a multa terá de ser paga. A instância tem formação equivalente ao colegiado que votou nesta terça manutenção da penalidade: 50% da sociedade civil (federações, ONGs), 50% setor público.

Os integrantes da recursal, no entanto, são de entidades diferentes. A Samarco não se posicionou sobre a decisão do Copam.

Comissão rejeita denúncia contra Cardozo por defesa de Dilma

"A corrupção no Brasil, infelizmente, é histórica", disse José Eduardo Cardozo

A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República decidiu rejeitar e arquivar a denúncia apresentada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, por fazer defesa política da presidente Dilma Rousseff.

Em reunião nesta segunda-feira (18), a comissão entendeu que não houve transgressão ética de Cardozo ao usar o cargo para defesas partidárias em vez de representar o Estado.

De acordo com o presidente da CEP, Mauro Menezes, a decisão foi tomada por unanimidade pelos cinco membros do colegiado, que acolheram voto da relatora Suzana Camargo Gomes. “Ela concluiu não ter havido violação ética por parte do advogado-geral da União. No voto, ela trouxe elementos do direito e legais, e a legislação contém autorização para que a presidente da República seja defendida pelo AGU sem que isso se constituísse uma violação legal ou violação ética”, afirmou.

O colegiado decidiu também conceder 20 dias para que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, se manifeste sobre outro processo, que foi instaurado após o PSDB oferecer denúncia com base em notícias referentes a um acordo que o ministro teria tentado fazer para que o senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) não fizesse delação premiada.

Antes de o prazo começar a contar, porém, o relator do caso pediu mais informações à Procuradoria-Geral da República, para que o colegiado se pronuncie a respeito. A Comissão de Ética, no momento, aguarda o envio de informações para notificar Mercadante sobre o prazo. No próximo dia 16 de maio, quando a comissão se reunir novamente, poderá haver novidades sobre o assunto.

Maduro denuncia golpe contra Dilma que ameaça toda América

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira que Dilma Rousseff enfrenta um "golpe de Estado parlamentar" patrocinado pelos Estados Unidos, o que representa uma "ameaça" para toda a região.

"Sem qualquer dúvida isto constitui um golpe de Estado parlamentar contra a legítima presidente do Brasil", disse Maduro para milhares de partidários diante do palácio presidencial de Miraflores, ao cumprir a metade dos seis anos de seu mandato.

Maduro assinalou que este "golpe de Estado" é uma "ameaça para os povos de toda a América e faz parte da ofensiva imperialista norte-americana para acabar com os governos populares e implementar outra vez seu modelo neoliberal repressivo".

"Estão brincando com fogo, com a vontade do povo. Não conseguiram ganhar as eleições contra Lula e nem contra Dilma, e agora querem derrubá-la", afirmou o presidente socialista, ao manifestar sua solidariedade à líder brasileira.

No domingo passado, a Câmara dos Deputados aprovou o andamento do processo de impeachment contra Dilma, que a partir de maio poderá ser afastada da presidência pelo Senado para ser julgada por maquiar as contas públicas com as chamadas "pedaladas fiscais".

Mulheres prestam solidariedade a Dilma no Planalto

Mulheres fazem manifestação de apoio à presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto

Centenas de mulheres fazem na noite de hoje (19) uma manifestação de apoio à presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. O ato começou pouco depois das 18h.

De acordo com a Polícia Militar, 400 pessoas se encontravam em frente ao prédio, por volta das 19h, entoando cantos e palavras de ordem.

Com cartazes de apoio à presidente como "Dilma fica" e "Juntas pela democracia", as manifestantes estão com botões de rosa de diferentes cores para, simbolicamente, oferecer a presidente.

Um grupo de 20 mulheres será recebido por Dilma. "Eu vivi os anos de chumbo da ditadura no Rio de Janeiro e sou a favor da democracia, por isso estou aqui hoje. Eu vou dizer: 'Dilma, estamos com você, muita força e confiança que a gente vai vencer essa batalha", disse Tereza Pereira, uma representantes do grupo que irá participar do encontro com Dilma, no palácio.

Além de palavras de ordem, como "golpistas, fascistas, não passarão", e "mulheres unidas jamais serão vencidas", elas cantaram o Hino Nacional e um dos cânticos que costumam ser entoados em eventos de apoio a Dilma: "No meu país, eu boto fé, porque ele é governado por mulher".

Segundo a organização do ato, a ideia surgiu nessa segunda-feira (18), após a abertura do processo de impeachment de Dilma ter sido autorizado pela Câmara dos Deputados. "A gente é de um grupo de defesa pela democracia, e ontem batendo um papo as pessoas estavam tristes, chateadas. Uma das meninas falou assim: 'Nossa, eu queria tanto dar um abraço na Dilma'. Aí falamos em dar um abraço coletivo", contou Crsitina Moreira, uma das organizadoras.

Imprensa estrangeira destaca circo que foi votação na Câmara

Dep. Wladimir Costa (Solidariedade/PA) discute parecer de impeachment

Os olhos do mundo estão no Brasil. Desde o domingo (17), os veículos internacionais destacam a votação ocorrida na Câmara, e que pode definir o futuro político de Dilma Rousseff.

Seja em veículos dos EUA, da Europa ou da América Latina, independente de textos mais analíticos ou opinativos, todos eles, de alguma forma, destacam o "circo" que foi a votação por aqui, com direito a chuva de confetes e muitas, mas muitas mesmo, menções a Deus. Segundo relato de uma correspondente da Folha de S.Paulo baseada na Argentina, a piada por lá é que o congresso dos hermanos parece nórdico, se comparado a tudo o que aconteceu por aqui.

A rede americana CNN traz um texto bastante explicativo, onde descreve cada passo do processo a partir da aprovação ocorrida no domingo. No entanto, afirma que independente do que aconteça, o processo não será tranquilo."
Apoiadores de Rousseff prometeram tomar as ruas em retaliação, garantindo uma longa - e talvez confusa - batalha daqui em diante".

Já no britânico Guardian, a derrota do governo na Câmara - classificada pelo veículo como "corrupta e manchada de corrupção" ocupa lugar de destaque na página principal do veículo, que descreve, metaforicamente, a noite de ontem como "uma noite escura".

"A sessão expôs o lado farsante da democracia Brasileira, como o Partido da Mulher Brasileira (PMB), que só tem deputados homens, ou o Partido Progressista (PP), que é um dos grupos mais de direita no Congresso".

A derrota de Dilma também é o primeiro assunto na homepage do New York Times, que traz um texto mais analítico, onde tenta responder a pergunta se o afastamento da mandatária configura ou não um golpe.

"Ainda que advogados e e analistas políticos estejam divididos, muitos expressam preocupação com a base legal do processo de impeachment", afirmam os correspondentes do jornal, que destacam o quão jovem é a democracia brasileira.

O Washington Post se limitou a ser mais descritivo, mas não deixou de apontar momentos surreais da votação, como o momento carnavalesco em que confetes voaram pela Câmara dos Deputados.

O argentino Clarín, que também traz a derrota do governo em sua manchete, se dedicou a fazer um perfil tanto do vice-presidente Michel Temer, quanto do presidente da Câmara, Eduardo Cunha: "Economista e evangélico, Cunha se move com habilidade pela complexa, e no momento sórdida, estrutura política do seu país".

Ainda na América Latina, o chileno Diario de La Nación dá o recado no título: "Em nome de Deus e do povo brasileiro, começa a sessão que decide o impeachment contra Rousseff".

Na reportagem em que fala sobre a divisão política do Brasil, o El Universal, da Venezuela, diz que era possível sentir o país dividido nas ruas, principalmente em Brasília, onde foi instalado o "muro do impeachment".

Na análise de Antonio Jimenez Barca, do El País, o que aconteceu ontem pode ser um "empurrão definitivo para que Dilma deixe a presidência do Brasil pela porta detrás da história".

 

Trump olha para além de NY e Hillary busca grande vitória

Pré-candidato republicano à presidência, Donald Trump, dia 05/03/2016

O pré-candidato republicano à Presidência dos EUA Donald Trump olhava nesta terça-feira para além de uma esperada vitória na primária do seu Estado, Nova York, enviando um importante estrategista para se encontrar com parlamentares no momento em que ele busca os delegados necessários para ganhar a nomeação do partido.

Na disputa entre os democratas, Hillary Clinton esperava que a vitória em Nova York, o seu próprio Estado, a ajudasse a reconquistar do senador Bernie Sanders, de Vermont, a iniciativa da campanha e a consolidar a sua liderança.

Paul Manafort, responsável por gerir a estratégia de Trump para ganhar delegados, se encontrou com parlamentares da Câmara dos Deputados, incluindo alguns que não apoiaram o candidato mas podem avaliar a possibilidade, de acordo com os presentes. Manafort "sente que há quatro diferentes caminhos para os 1.237”, disse o parlamentar Scott Desjarlais, do Tennessee, se referindo ao número de delegados que um candidato precisa para levar a nomeação republicana para as eleições de 8 de novembro.

Trump, líder há meses da corrida republicana, tem atualmente 744 delegados, enquanto o senador Ted Cruz conta com 559, e o governador de Ohio, John Kasich, vem bem atrás com 144, de acordo com contagem da Associated Press.

Se Trump não assegurar delegados suficientes para ganhar de primeira a nomeação republicana na convenção do partido em julho, em Cleveland, delegados poderão mudar o seu voto para um outro candidato.

O uso hábil das regras do partido durante o processo de prévias tem irritado o bilionário de Nova York, que diz que o sistema é manipulado contra ele. Trump permanece impopular com os líderes e ativistas republicanos que selecionam e servem como delegados, enquanto Cruz tem investido tempo e dinheiro os cortejando.

GRANDE VANTAGEM

Pesquisas de opinião colocam Hillary na frente de Sanders em Nova York, que tem sido palco de algumas discussões mais duras entre os dois democratas. Hillary representou Nova York por dois mandatos no Senado, enquanto Sanders nasceu e cresceu no Brooklin.

Hillary tem 1.758 dos 2.383 delegados necessários para levar a nomeação dos democratas, contra 1.076 de Sanders, de acordo com números da Associated Press. Um total de 291 delegados estão em disputa em Nova York, e uma grande vitória de Hillary pode tornar a sua vantagem definitiva.

Na disputa democrata, delegados são conquistados de forma proporcional ao apoio que cada candidato recebe no Estado, enquanto os superdelegados, que equivalem a uma pequena proporção, podem apoiar qualquer candidato.

"Uma vitória de dois dígitos asseguraria realmente a todos que a campanha de Hillary está alcançando os votantes, que vão ser as pessoas em novembro que vão carregá-la para a vitória”, disse Dan Fass, doador há muito tempo do Partido Democrata.

Renan marca para dia 25 eleição da comissão do impeachment

Presidente do Senado, Renan Calheiros, durante a sessão plenária

 O Senado vai eleger na próxima segunda-feira, dia 25, a comissão especial que analisará o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, numa indicação de que o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), não deve acelerar a tramitação do processo, como quer a oposição.

Mais cedo, Renan previa que a comissão seria eleita no dia 26, considerando que o Senado tem sessões deliberativas apenas às terças, quartas e quintas-feiras e respeitado o prazo de 48 horas para a indicação dos integrantes da mesma.

O presidente do Senado aceitou sugestão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para fazer a eleição no dia 25 após acalorada discussão sobre o prazo de indicações. Com essa solução, o prazo de 48 horas para as indicações foi mantido, vencendo na sexta-feira, já que quinta-feira é feriado nacional.

"Na última vez... que o Senado Federal antecipou decisões ele errou. Foi quando, sentado nesta cadeira, o ex-presidente Auro de Moura Andrade decretou vago o cargo de presidente da República. Eu não vou decretar vago o cargo de presidente da República", disse Renan, explicando que não agiria para ser chamado de canalha, como foi Andrade naquela ocasião.

Mais cedo, após reunião de líderes, foi decidido que a distribuição das cadeiras na comissão levaria em conta o tamanho dos blocos. O PMDB, que tem bancada maior do que qualquer bloco, deve ficar ou com a relatoria ou com a presidência da comissão, disse o líder Eunício Oliveira (CE).

Três blocos já indicaram membros da comissão. O de oposição (PSDB, DEM e PV) indicou como titulares os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Antonio Anastasia (PSDB-MG), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Ronaldo Caiado (DEM-GO).

O Bloco Moderador (PTB, PR, PSC, PRB e PTC) apontou Wellington Fagundes (PR-MT) e Zezé Perrella (PTB-MG); e o Bloco Socialismo e Democracia (PSB, PPS, PCdoB e Rede) indicou Romário (PSB-RJ) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).

O bloco de apoio ao governo, formado por PT e PDT deve apresentar seus nomes até sexta-feira, segundo o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE).

PRIMEIRO PASSO    

A discussão sobre o dia de eleição da comissão ocorreu logo após a leitura do ofício com a autorização da Câmara dos Deputados para a abertura do processo contra Dilma, cumprindo assim o primeiro passo do trâmite do impeachment na Casa.

Renan aproveitou para dizer que, caso a admissibilidade do pedido de impeachment seja aceita pelo Senado, pedirá para que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, presida já a etapa da pronúncia e não apenas o julgamento de Dilma propriamente dito.

“A partir daí, todas as questões de ordem serão resolvidas pelo presidente do Supremo”, disse Renan.

Mais cedo, Renan explicou a jornalistas o porquê do prazo de 48 horas, que foi contestado por líderes favoráveis ao impeachment no plenário.

“Quando os líderes não indicam , o presidente é que tem que fazê-lo. Para que eu possa indicar, eu tenho que estabelecer o prazo do regimento de 48 horas”, disse o peemedebista.

“Ficaríamos muito mal na história se quiséssemos atropelar a defesa ou a própria acusação , ganhando ou perdendo um dia. Eu não me presto a esse papel.”    

Uma vez indicados os membros, o plenário do Senado precisa chancelar a criação da comissão. Renan explicou que, a exemplo do que ocorreu no processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, a comissão pode ser instalada no mesmo dia em que for eleita. É no momento da instalação que os integrantes elegem o presidente do colegiado e o relator do processo.

A partir da instalação da comissão, passa a contar um prazo de 10 dias para a comissão produzir um parecer sobre a admissibilidade do processo e encaminhá-lo ao plenário. Esse é outro ponto de disputa, com Renan falando em dias úteis, enquanto os favoráveis ao impedimento de Dilma dizem que se trata de dias corridos.

Se a denúncia for admitida, Dilma é afastada de suas funções por até 180 dias, com o vice-presidente Michel Temer assumindo interinamente a Presidência da República.

Dependendo da contagem dos prazos, a votação do parecer sobre a admissibilidade na comissão pode ocorrer até o dia 10 de maio, com o plenário decidindo sobre o afastamento de Dilma entre os dias 12 e 15 de maio.

Milionário se diz arrependido por esquema de propinas

Jogando futebol

Quando o ex-funcionário do Citigroup, Alejandro Burzaco, comprou uma participação minoritária em uma empresa de marketing esportivo argentina, em 2005, ele soube que sua nova firma vinha subornando autoridades do futebol por anos, segundo registros judiciais divulgados na segunda-feira.

Em vez de deixar a Torneos y Competencias, Burzaco escolheu pagar subornos e propinas a “várias” autoridades do futebol pelos direitos de marketing aos torneios, disse ele a um juiz dos EUA em Nova York, em novembro passado. 

 A transcrição da confissão de culpa de Burzaco, feita em um tribunal fechado ao público, foi divulgada na segunda-feira a pedido da Bloomberg News.

“Eu fui informado de que o acordo estava em vigor havia algum tempo”, disse Burzaco. “Eu sei que deveria ter ido embora naquele momento, mas em vez disso eu concordei em trabalhar para a Torneos e concordei em ter um papel ativo nos esquemas de propinas. Eu me arrependo da decisão. Eu estava errado”.

Burzaco, que se tornou CEO da Torneos em outubro de 2006, disse que seus pagamentos ilícitos continuaram até 2015. Ele concordou em devolver US$ 21,6 milhões.

Em sua confissão Burzaco disse que havia trabalhado durante 15 anos no Citigroup. O porta-voz do banco, Mark Costiglio, preferiu não comentar sobre Burzaco.

Transcrições reveladas

O juiz também revelou as transcrições das confissões de culpa de José Margulies, um intermediário brasileiro que admitiu o pagamento de propinas, e de Jeffrey Webb, ex-presidente da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe, ou Concacaf, que disse que aceitou pagamentos ilícitos. Ele é natural das Ilhas Cayman.

Burzaco disse que se uniu a integrantes de outras duas empresas de marketing esportivo ao concordar em pagar dezenas de milhões de dólares em subornos a autoridades do futebol pelos direitos da Copa América Centenário, um torneio de 32 jogos programado para 10 cidades dos EUA em junho. O torneio foi organizado por autoridades da Concacaf e da Confederação Sul-americana de Futebol, a Conmebol, que aceitaram subornos.

“No fim das contas, eu decidi não pagar suborno ou propina a autoridades da Conmebol e da Concacaf em conexão com o torneio de 2016 por medo da lei”, disse Burzaco. “No entanto, eu sei que foi errado concordar com o pagamento de subornos em si”.

Burzaco declarou-se culpado por conspiração para lavagem de dinheiro, conspiração para extorsão e conspiração para fraude eletrônica. Ele foi libertado sob a fiança de US$ 20 milhões.

No total, 15 pessoas se declararam culpadas por suas atuações ao longo de uma operação americana de repressão à corrupção no futebol nas Américas. Os promotores dizem que as autoridades do futebol e executivos pagaram mais de US$ 200 milhões em subornos pelos direitos de mídia e de marketing dos torneios, em nome de países que esperavam sediar a Copa do Mundo, e pelas eleições da Fifa, o órgão que administra o esporte.

Os promotores podem pedir aos juízes a vedação das transcrições dos réus que se declaram culpados e cooperam com as investigações. O Departamento de Justiça dos EUA está investigando a atuação dos bancos na facilitação de pagamentos para lavagem de dinheiro.

Direitos comerciais

Webb, que se declarou culpado uma semana depois, admitiu que aceitou subornos pelos direitos comerciais de uma série de torneios antes e depois de sua eleição como presidente da Concacaf, em maio de 2012. Ele concordou em devolver US$ 6,7 milhões.

Margulies, que tinha 76 anos quando se declarou culpado, dois dias após Webb, admitiu que em 1986 começou a ajudar seu amigo José Hawilla, dono da Traffic, com sede no Brasil, a conseguir direitos comerciais de torneios. Essa ajuda se transformou em subornos em 1991, quando ele começou a repassar propinas da Traffic a autoridades da Conmebol, disse ele. Hawilla declarou-se culpado antes e concordou em devolver US$ 151 milhões.

“Embora eu não tenha recebido minha comissão por esses pagamentos, eu os fiz para manter minha relação com a Traffic”, disse Margulies. “Eu fiz esses pagamentos de forma regular em nome da Traffic até cerca de 2007”.

Margulies disse que também efetuou pagamentos de subornos de 2000 a 2015 em nome de uma empresa que era, originalmente, uma joint venture da Traffic com a Torneos. Posteriormente, a empresa se tornou uma joint venture da Torneos com outros investidores, disse ele. Ele recebeu comissões de 1 por cento por essas transferências de dinheiro posteriores, que passaram por bancos americanos, disse ele.

“Estou arrependido pelos problemas que causei à minha família, ao mundo do futebol e aos Estados Unidos”, disse Margulies, que foi libertado sob fiança de US$ 10 milhões. Ele concordou em devolver US$ 9,2 milhões.

Consórcio liderado pela chinesa Apex compra Lexmark

Cartuchos da impressora Lexmark

A fabricante de impressoras Lexmark International concordou em ser adquirida pelo grupo de investidores liderado pela Apex Technology, sediada na China, e a PAG Asia Capital, em um acordo avaliado em 3,6 bilhões de dólares em dinheiro, disse a empresa.

Acionistas da Lexmark receberão 40,50 dólares por cada ação detida, prêmio de 18 por cento sob o fechamento desta terça-feira, de 34,32 dólares.

A Reuters divulgou mais cedo neste mês que a Apex Technology, que produz chips para cartuchos de tinta, estava em negociações para comprar a Lexmark.

 

Petrobras perdeu R$1,9 bi em 4 contratos com Andrade, diz PF

Logo da Petrobras

Um novo laudo pericial da Polícia Federal aponta que em quatro contratos vencidos pela Andrade Gutierrez dentro do esquema de cartel e corrupção na Petrobras pode ter havido um prejuízo de R$ 1,98 bilhão.

São contratos assinados entre 2006 e 2009 nas refinarias Replan, em Paulínia (SP), Regap, em Minas Gerais, Rlam, na Bahia, e no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que analisados dentro de um conjunto de licitações, confirma a cartelização e o favorecimento ao grupo das 16 empreiteiras que fatiavam obras na estatal.

"É possível concluir que as licitações que deram origem aos contratos (...) foram frustradas mediante a atuação direta do cartel composto pela organização criminosa denominada 'Clube dos 16'. Esses contratos, vencidos pela Construtora Andrade Gutierrez (isoladamente ou consorciada a outras empresas), ocasionaram, em valores atuais, um prejuízo direto de R$ 1.983.185.853,45 à estatal", informa o laudo 158/2016.

O prejuízo direto é "decorrente de propostas com preços artificialmente majorados" informa o documento, datado de 2 de fevereiro e foi anexado nesta segunda-feira, 18, ao inquérito que investiga a participação da Andrade Gutierrez no esquema de cartel e corrupção. Os executivos da empreiteira fecharam neste mês acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República.

"Nas licitações contaminadas pelo cartel há forte tendência de que a empresa escolhida para ser a vencedora tenha como alcançar o maior valor de contrato". O valor do prejuízo não inclui ainda o que os peritos chamam de prejuízo residual e prejuízo indireto. O primeiro referente ao aumento geral dos preços no mercado, provocado pela cartelização, e o segundo gerado pela falta de competitividade e a decorrente queda na qualidades dos serviços.

"O presente trabalho demonstrou que há evidências suficientes para concluir que o chamado 'Clube dos 16' atuou em cartel para elevar artificialmente seus lucros em licitações da Petrobras", informam os peritos criminais Fábio Augusto da Silva Salvador, João José de Castro Baptista Vallim e Regis Signor.

O documento analisou possibilidade de sobrepreço nos contratos e pagamentos para empresas que podem ter ocultado propina. São contratos realizados via setor de Engenharia da Petrobras, que era uma área controlada pelo PT, segundo descobriu a Lava Jato. Os peritos analisaram licitações vencidas pela Andrade Gutierrez, individualmente ou em consórcio, no período entre 2003 e 2014, com valores de contrato acima de R$ 100 milhões.

O prejuízo apontado trata de apenas quatro contratos que somados chegam ao valor total de R$ 4,76 bilhões - um contrato na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, um contrato na Refinaria de Paulínia (Replan), em São Paulo, um na Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, e um contrato no Comperj, no Rio.

"Este superfaturamento potencial pode ter sido transformado em lucro excessivo, pagamento de propinas, repasses a empresas do grupo cartelizado, contrato de consultorias fraudulentas e até mesmo consumido por má gestão contratual das empresas executoras dos contratos destacadas, uma vez que a Petrobras podem ter deixado de contratar empresa mais competitiva para cada obra."

Na análise, os peritos identificaram o comportamento esperado para os preços oferecidos em licitações de "ampla concorrência" e também de licitações "restritas ao Clube dos 16". A conclusão é de que "o comportamento de um grupo difere estatisticamente do comportamento de outro, fato fundamental para embasar a concluso de que as licitações 'restritas ao Clube dos 16' são cartelizadas e visam aumentar artificialmente os preços das obras". "Confirmando o teor das delações premiadas amplamente divulgadas."

Em depoimento prestado na semana passada na Justiça Federal no Rio, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques Azevedo - mais novo delator da Lava Jato - confessou que a empreiteira pagava propinas, em média de 1%, nos contratos com o governo federal. O laudo anexado ao inquérito que investiga a empreiteira em Curitiba - sede da Lava Jato - ajudará a embasar documentalmente as confissões dos empreiteiros e confrontar dados.

"Considerando o resultado do teste estatístico, os peritos concluem que os dois grupos de licitações são efetivamente diferentes e não representam o mesmo fenômeno. Esta comprovação estatística, aliada às demais características já descritas para as licitações 'restritas ao Clube dos 16', leva os peritos a concluir que a hipótese de cartel está comprovada", informa o laudo 158/2016.

"A maioria das licitações apresentadas acima contém propostas de preços bastante elevadas em relação aos valores estimados pela Petrobras. Esse cenário é condizente com a hipótese de formação de conluio entre as empresas concorrentes no intuito de fraudar as licitações da estatal."

Dois laudos anteriores sobre as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e Comperj, tomados como base para essa nova análise, haviam apontado sobrepreço de até 28,5% e 35% em contratos, nas respectivas obras.

"O Laudo 157/2016-SETEC/SR/DPF/PR apontou sobrepreço de 35% na contratação do Consórcio TE-AG para construção da Unidade de Coqueamento Retardado do Comperj, decorrente de preços artificialmente majorados", ressaltam os peritos.

Ao todo, a PF analisou contratos em que a Andrade Gutierrez participou que totalizaram R$ 7,2 bilhões - R$ 1,54 bilhão em contratações diretas e R$ 5,6 bilhões por meio de consórcios. No laudo 158/2016 foram considerados apenas alguns desses contratos, para comprovação de cartel e fraude nos contratos.

Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a Construtora Andrade Gutierrez informou que não comentaria o caso.

 

Línguas indígenas podem desaparecer, alerta antropóloga

Índios no Congresso

O Brasil corre o risco de perder um de seus grandes tesouros culturais, as línguas indígenas, se não forem tomadas medidas de preservação desses idiomas ancestrais. O alerta é da antropóloga e linguista Bruna Franchetto, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Ela falou sobre o assunto nesta terça-feira (19), quando é comemorado o Dia do Índio, em palestra no Museu do Amanhã, no centro do Rio.

“Estamos lutando conta a perda da diversidade linguística no Brasil, representada pelas mais de 150 línguas indígenas que ainda são faladas, e contra o enfraquecimento e o empobrecimento dessa diversidade. Calcula-se que, desde o momento da conquista, há mais de 500 anos, até os dias de hoje, houve uma perda superior a 80% da diversidade cultural, étnica e linguística nativa”, disse Bruna.

Diversidade

Segundo ela, há no Brasil línguas que pertencem a 40 famílias distintas, que se organizam, não todas elas, em troncos principais, o Gê e o Tupi. Além disso, têm mais 10 línguas isoladas, que não pertencem a nenhuma família.

“É uma diversidade incrível. Preservar e lutar por sua sobrevivência é fundamental. Cada língua carrega um universo de conhecimentos, tradições, artes e beleza estética. Cada velho índio que morre é como se queimasse uma biblioteca.”

Bruna esclareceu que a perda linguística deveu-se ao genocídio e à extinção de povos inteiros, desde a época da conquista. “Hoje ainda há genocídio de populações indígenas, com a morte física de falantes, causado pelas armas, invasão de territórios, invasão das áreas, dispersão de populações e doenças trazidas pelos colonizadores.”

Além disso, segundo ela, a assimilação cultural violenta também se encarrega de fazer desaparecer as línguas ancestrais. “Há uma cultura homogênea chamada de nacional e isso causou o empobrecimento cultural e linguístico do Brasil indígena. Isso se deu através das escolas, dos missionários, da catequização e da própria mídia.”

A linguista acredita que há medidas possíveis para frear o processo e garantir a preservação desses idiomas. “Estamos fazendo, timidamente, de modo muito incipiente. São pesquisas realizadas nas universidades, em centros de pesquisas. O número de linguistas que se dedicam ao estudo e documentação dessas línguas ainda é muito pequeno. Nós temos dois grandes centros de documentação, que é o Museu do Índio, no Rio de Janeiro, e o Museu Emílio Goeldi, no Pará.”

Outro assunto que ela considera essencial é melhorar a formação dos professores indígenas, responsáveis pela manutenção da língua diretamente nas aldeias. “É uma formação ainda muito precária. Uma corrida contra o tempo. Estamos remando contra a maré.”

Robôs podem superar drones em entregas

Robô

Sob a Arena 02 em Greenwich – a abóbada futurista construída originalmente como a atração de Londres para o milênio – um objeto move-se rapidamente entre grupos de crianças surpresas.

Esse pequeno robô de entregas, projetado para circular com autonomia pelas calçadas, não pelas ruas, começará neste ano a fazer as entregas de empresas locais diretamente para os consumidores.

  Ao fazer isso, ele poderia vencer o último desafio do comércio eletrônico: a reta final, o passo menos eficiente e mais problemático do processo de entregas.

“De trinta a quarenta por cento do custo da entrega surge na reta final”, diz Allan Martinson, diretor operacional da Starship Technologies, a empresa que constrói esse robô. O empreendimento é uma invenção de Ahti Heinla, um dos primeiros desenvolvedores do Skype, e é financiado pelo bilionário Janus Friis, um dos fundadores do Skype e investidor em tecnologia.

Os pequenos robôs de entrega criados pela Starship e pela startup concorrente Dispatch, dos EUA, são os BB-8s e Wall-Es do comércio eletrônico.

Esses fragmentos de androide estão enfrentando as forças mais potentes do setor tecnológico. A Amazon está testando drones voadores, assim como Wal-Mart e Google.

A Google também solicitou patentes para um caminhão sem motorista que transportaria um conjunto de armários que abrem com uma mensagem de texto.

E o Uber está implementando motoristas para entregar alimentos, um conceito que poderia se expandir para outros produtos. E não se esqueça dos responsáveis pelo transporte de bens, como Federal Express, UPS e os serviços de correio do governo.

Embora o robô da Starship talvez chegue primeiro ao mercado, a vitória não está garantida. Os androides têm limitações, e sua viabilidade econômica se restringe às zonas urbanas. Os drones têm um custo inicial mais alto e precisam superar obstáculos regulatórios maiores, mas poderiam ser menos caros por quilômetro. E, de acordo com alguns especialistas em logística, no futuro próximo os seres humanos continuam levando vantagem sobre qualquer adversário inspirado na ficção científica.

Drones x robôs

Heinla, um estoniano alto e magro, com cabelo loiro e a aparência desgrenhada de um engenheiro que considera que a forma é mais importante do que a moda, diz que os androides de entrega têm suas vantagens. Robôs menores são mais fáceis e baratos de construir. Como o androide da Starship pesa menos de 16 quilos e se move devagar, ele tem menos probabilidade de provocar danos. Além disso, por ser um veículo com rodas, ele não tem nenhuma hélice capaz de machucar – ao contrário dos drones.

O mais relevante é que ele se move pelas calçadas, não pelas ruas, o que simplifica a obtenção da aprovação regulatória para operar. Os robôs da Starship já percorreram mais de 3.057 quilômetros no Reino Unido, na Alemanha, na Bélgica, na Estônia e nos EUA, e planeja-se mais de 8.046 quilômetros neste ano.

Em comparação, os drones estão sendo testados em ambientes extremamente controlados, e as entregas comerciais estão à espera de que os reguladores resolvam questões de segurança, responsabilidade, direitos do espaço aéreo e privacidade. Até o momento, os veículos autônomos só têm autorização para testes restritos nas vias públicas.

“Fizemos testes na neve, na neve semiderretida, no gelo e na chuva – onde você imaginar”, disse Martinson. Nos EUA, a Starship está testando seu robô em Fayetteville, no Arkansas, a cerca de 56 quilômetros da sede da Wal-Mart em Bentonville, em conjunto com um laboratório de inovação da Universidade do Arkansas cujo nome homenageia a família do CEO da Wal-Mart, Doug McMillon. Isso gerou a especulação de que a gigante do varejo talvez esteja interessada no pequeno robô.

O 415C Lab, uma unidade interna da Wal-Mart que investiga diversas tecnologias inovadoras, disse que está monitorando o programa de teste. A Starship não quis comentar uma possível vinculação com a Wal-Mart. Mas Martinson disse que espera que os primeiros clientes de comércio eletrônico comecem a usar os robôs ainda neste ano.

A Dispatch, com sede em São Francisco, foi fundada por cientistas da computação saídos da Universidade da Pensilvânia e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Financiada pela empresa de empreendimento de risco Andreessen Horowitz, do Vale do Silício, a Dispatch também está testando seu próprio drone terrestre, que se chama Carry

ReclameAQUI chama "reclamaço" contra limite de internet fixa

Cabo de conexão de internet

 O ReclameAQUI está convocando os consumidores para um "reclamaço", um dia inteiro de queixas concentradas, direcionado à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

O objetivo é usar a plataforma da empresa para protestar contra a decisão das operadoras de começar a limitar a transferência de dados na banda larga fixa, assim como ocorre na internet móvel.

O "reclamaço" está marcado para o dia 27 de abril, quarta-feira.

"Vamos fazer um ‘superdia’ de reclamações contra a Anatel, o órgão que deve regular as ações das companhias de telecomunicações, para todos expressarem suas insatisfações em relação a essa medida", convocou o ReclameAQUI.

Por enquanto, o consumidor de banda larga fixa paga um valor fixo por mês e pode navegar à vontade a velocidade pré-determinada.

"(Os novos planos) podem variar de 10 GB a 130 GB por mês. Então, por exemplo, se você usar a Netflix a 25mb/s, em 11 horas você terá consumido 130 GB, o que equivale a toda sua franquia no mês. Isso sem contar os outros sites que você acessa ao longo do dia", afirma o ReclameAQUI.

A divulgação da mudança provocou revolta e uma intensa campanha nas redes sociais.

A Vivo foi uma das operadoras que já declarou que vai criar planos de banda larga com volume fixo de transferência de dados por mês. Isso pode acontecer dentro dos próximos dois anos.

A TIM, por outro lado, se apressou em dizer que não está alterando seus planos.

Na segunda-feira (18), o presidente da Anatel, João Rezende, disse que "não existe nenhum serviço que tenha oferta ilimitada aos consumidores", mas que as operadoras falharam em comunicar suas ofertas aos usuários.

Ele fez a afirmação durante apresentação a jornalistas sobre as novas regras publicadas pela agência, que obrigam que as empresas de internet criem ferramentas para que os clientes tenham controle sobre o quanto trafegam de dados, antes de reduzir ou cortar o serviço.

Para participar do "reclamaço", é preciso ter um cadastro no ReclameAQUI e acessar a página da Anatel no site.

Até as 15h desta terça-feira (19), o portal registrava 9.383 queixas contra a agência, 778 delas referentes à telefonia fixa.

Crianças têm grande influência nas decisões de compra

Criança diante de computador

Hoje, a mobilidade traz a informação para a palma das nossas mãos, e esse acesso está cada dia mais dentro das casas. Para falar sobre como essa democratização impacta a decisão de compra nas famílias, o Facebook publicou o estudo "Meet the Parents".

Nele, dados importantes como o fato da criança exercer uma grande influência nos lares são abordados.

Mesmo sem saber, ela impacta em todas as decisões da família, desde a escolha da viagem de férias, jantares e opções de entretenimento, até a escolha do carro ou em outros hábitos de consumo. Além disso, a criança também impacta no comportamento dos pais como um todo.

Confira os destaques encontrados no estudo:

Informar em vez de importunar

• 59% dos pais dizem que seus filhos têm mais impacto nas decisões de compra do que eles tinham durante o seu crescimento, com suas famílias.

• Cerca de 69% dos pais dizem que compram mais produtos específicos para crianças do que seus pais compravam para eles próprios na mesma fase. A tática de ‘importunar’ os pais para que comprem produtos para seus filhos está sendo substituída pela tática de ‘informar’ — e, em certas categorias, as crianças têm se tornado especialistas.

Paternidade é Mobilidade

• Mobile é um salva-vidas de conectividade para os pais, que passam mais tempo conectados pelo celular do que pessoas que ainda não têm filhos. Esse comportamento é ainda mais evidente em novos pais — eles passam 1,2 vezes mais tempo no Facebook, por exemplo, do que quem não tem filhos.

• Mães de primeira viagem passam 1,3 vezes mais tempo no Facebook pelo celular do que mulheres que não tem filhos. Em um mundo que pode, às vezes, parecer caótico, o mobile é o meio pelo qual pais e mães consomem informação prontamente. Os dispositivos móveis ajudam os pais a ficar conectados e informados, a registrar e compartilhar momentos importantes dos filhos, e a manter seu senso de identidade.

Coloque sua máscara de oxigênio antes de ajudar as crianças

• Pais são, sobretudo, pessoas. Eles estão, cada vez mais, percebendo que, se cuidarem de si mesmos antes, estarão melhores preparados para lidar com suas responsabilidades e pressões diárias, como cuidar das necessidades das suas famílias de uma maneira mais amorosa e disciplinada.

• 42% dos pais dizem que suas famílias estão bem quando eles mesmos estão bem. É por isso que eles asseguram-se de tomar conta de si mesmos para poder tomar conta de suas famílias.

A mulher que revolucionou o tratamento da loucura no Brasil

Nise da Silveira

Em terras de sanidade obrigatória e desenfreada, quem permite a loucura é rei. E rainha. Pois imagine que, sãos e fora de manicômios, estejamos saindo no tapa por nossas verdades. Dividindo o mundo entre o Bem e o Mal.

Contabilizando relatos selvagens. Justificando nossa falta de utopia com um racionalismo paralisante. Deixando de sonhar e de se arrepender.

Nem isso, nem aquilo. Nossa existência se encontra bem ali, no meio do isso e do aquilo. No incerto e no incalculável. Entre o olhado e o invisível.

Nise da Silveira, psiquiatra alagoana (1905-1999), enxergou a riqueza de seres humanos que estavam “no meio do caminho”. No meio do caminho entre o existir e a dignidade. No meio do caminho entre a loucura e a exclusão total. Entre o aceitável e o abominável.

Essa mulher se rebelou contra a psiquiatria que aplicava violentos choques para "ajustar" pessoas e propôs um tratamento humanizado, que usava a arte para reabilitar os pacientes.

Esquizofrênicos marginalizados e esquecidos puderam ser autores de obras hoje expostas no Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro (RJ). A arte marcou o renascimento daquelas pessoas para a sociedade.

Os ensinamentos de Nise nos falam de uma atualidade que se repete a cada vez que a loucura é estigmatizada e polarizada: é ou não é louco(a). Cobramos de nós mesmos, o tempo todo: sejamos funcionais. Como se não pudéssemos falhar ou viver nossas escolhas fora da curva que definiram para nós.

Nise, essa senhorinha miúda, agigantou a humanidade ao cuidar de brasileiros rejeitados pelo sistema e isolados do convívio. A história dela já foi tema de documentários e agora volta às telas com o filme inédito Nise – O Coração da Loucura, que estreia nesta quinta-feira (21).

Dirigido por Roberto Berliner e estrelado por Gloria Pires, o longa, baseado no livro Nise - Arqueóloga dos Mares, do jornalista Bernardo Horta, traz um recorte acessível e emocionante da atuação da psiquiatra e sua defesa da arte como principal ferramenta de reintegração de pacientes chamados "loucos".

Depois de assistir ao filme, fica evidente, por meio de uma ficção que comove e mobiliza, o fato de que Nise terá sempre nosso respeito e admiração, pois tratou a loucura com carinho e fez dela um motor de vida.

Descobrir a história de Nise é encontrar um pouco de nós mesmos nos momentos em que parecemos não “caber” em nossa própria existência.

Como essa mulher fez a diferença no mundo, listamos algumas razões pelas quais ela merece ser convocada à nossa memória:

Ela foi uma mulher pioneira

Em 1926, ao se formar na Faculdade de Medicina da Bahia, Nise era a única mulher em uma turma de 157 alunos. Ainda na graduação ela apresentou o estudo Ensaio sobre a criminalidade da mulher no Brasil.

Ela deu voz à loucura

“Na época em que ainda vivíamos os manicômios e o silenciamento da loucura, Nise da Silveira soube transformar o Hospital Engenho de Dentro em uma experiência de reconhecimento do engenho interior que é a loucura”, explica à revista Cult Christian Ingo Lenz Dunker, psicanalista e professor titular do Instituto de Psicologia da USP.

Nise era uma defensora da loucura necessária para se viver. “Não se cura além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas muito ajuizadas.”

Ela foi presa política

Nise ficou presa de 1934 a 1936, durante o Estado Novo, acusada de envolvimento com o comunismo. Ela foi denunciada por uma colega de trabalho, que era enfermeira. No presídio Frei Caneca, ela dividiu a cela com Olga Benário, a militante comunista alemã que na época era casada com Luís Carlos Prestes, lembra a revista Cult.

Ela foi citada em um livro do Graciliano Ramos

Na prisão, Nise também conheceu o escritor alagoano Graciliano Ramos, que a cita em seu livro Memórias do Cárcere:

"(...) Lamentei ver a minha conterrânea fora do mundo, longe da profissão, do hospital, dos seus queridos loucos. Sabia-se culta e boa. Rachel de Queiroz me afirmara a grandeza moral daquela pessoinha tímida, sempre a esquivar-se, a reduzir-se, como a escusar-se a tomar espaço.”

Ela implementou a terapia ocupacional no manicômio

Em 1944, Nise passou a trabalhar no Hospital Pedro II, antigo Centro Psiquiátrico Nacional, no Rio de Janeiro. Ela se recusou a seguir o tratamento da época, que incluía choque elétrico, cardiazólico e insulínico, camisa de força e isolamento. Ao dizer “não”, a psiquiatra foi transferida, como “punição”, para o Setor de Terapia Ocupacional do Pedro II. A reportagem da revista Cult lembra que esse era um espaço desprestigiado na época.

Porém, essa transferência foi fundamental para a revolução que Nise provocaria na psiquiatria: foi nesse setor do hospital que ela implementou, junto com o psiquiatra Fábio Sodré, a Terapia Ocupacional no tratamento psiquiátrico.

Ela usou a arte para tratar problemas graves de saúde mental

Nise percebeu que as artes plásticas eram o canal de comunicação com os pacientes esquizofrênicos graves, que até então não se comunicavam verbalmente. As obras produzidas por eles davam “voz” aos conflitos internos que viviam.

Ela expôs as artes feitas pelos pacientes

Além do efeito terapêutico, as artes plásticas possibilitaram que os pacientes (ou clientes, como Nise gostava de chamá-los) se tornassem verdadeiros artistas.

A produção do ateliê do Setor de Terapia Ocupacional já tinha despertado a atenção de pesquisadores de saúde mental e médicos, mas críticos de arte também viram naqueles trabalhos obras artísticas dignas de exposição. Foram organizadas duas exposições internacionais e, em 1952, foi inaugurado o Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro.

Em entrevista à revista Cult, Luiz Carlos Mello, diretor do Museu das Imagens do Inconsciente e autor da fotobiografia Nise da Silveira – Caminhos de uma Psiquiatra Rebelde, informa que o acervo pessoal de Nise da Silveira é tombado como Memória do Mundo da Unesco. “Com a criação do Museu, também como um centro de estudos e pesquisa, seu acervo atingiu mais de 360 mil obras e se tornou a maior e a mais diferenciada coleção desse tipo de arte no mundo. Suas principais coleções foram tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.”

Ela introduziu gatos e cachorros na rotina dos psicóticos

Nise encorajou os pacientes psicóticos a conviverem com gatos e cachorros. O resultado foi uma admirável promoção de afetividade com os bichinhos.

Ela revelou as emoções dos esquizofrênicos

Elizabeth Maria Freire de Araújo Lima, professora do Curso de Terapia Ocupacional da USP e autora do livro Arte, Clínica e Loucura: Território em Mutação, explica à revista Cult que Nise constatou que o mundo interno do esquizofrênico, considerado inatingível até então, poderia ser acessado, revelando as emoções desses pacientes por meio das artes plásticas. “Nise afirmava que o hospital colaborava com a doença e acreditava que caberia à terapêutica ocupacional parte importante na mudança desse ambiente.”

Ela chamou a atenção de Jung

Nise era uma devoradora de livros e tinha um interesse especial pela obra do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung. Ela escreveu uma carta para ele, pedindo ajuda para interpretar as mandalas que os pacientes desenhavam. A correspondência é relatada na fotobiografia Nise da Silveira – Caminhos de uma Psiquiatra Rebelde:

“A configuração de mandala harmoniosa, dentro de um molde rigoroso, denotará intensa mobilização de forças auto-curativas para compensar a desordem interna. Então pedi para que fotografassem algumas mandalas e as enviei com uma carta para C. G. Jung, explicando o que se passava. Foi um dos atos mais ousados da minha vida.”

Bernardo Horta, autor da biografia Nise — Arqueóloga dos Mares, diz à Cult que Nise “constata o que Jung afirmava: se para o neurótico – o que seria todos nós, segundo Freud – o tratamento é por meio da palavra, ou seja, a psicanálise, para o esquizofrênico, segundo Jung, a palavra não dá conta. Para esse paciente, o tratamento deveria ser pela imagem”.

Em 1957, Nise é convidada por Jung para passar um ano estudando com ele no Instituto Junguiano, na Suíça, além de expor o acervo do Museu de Imagens do Inconsciente no II Congresso Internacional de Psiquiatria. Na volta ao Brasil, em 1958, ela criou o Grupo de Estudos C. G. Jung no Rio de Janeiro, que coordenou até morrer, em 1999.

Ela questionou os manicômios

Para Nise, a experiência em manicômios mostrou que havia uma confusão entre hospital psiquiátrico com cárcere, com os pacientes tratados como presos. Avessa a essa abordagem desde o começo, e defensora de um olhar humanista, em 1956, Nise fundou a Casa das Palmeiras, a primeira instituição a desenvolver um projeto de desinstitucionalização dos manicômios no Brasil.

A Casa é lugar para o convívio afetivo e estímulo à criatividade dos psiquiátricos. A clínica funciona em regime aberto, sem fins lucrativos, à base de doações.

Ela ajudou a escrever a história da psiquiatria

Nise apontou falhas na psiquiatria, contestou práticas e demonstrou soluções, dando novos contornos e sentidos aos tratamentos e às relações entre psiquiatras e pacientes. Em seus 94 anos de vida, a alagoana publicou dez livros e escreveu uma série de artigos científicos.

Ela representa uma resistência atemporal

O psicanalista Christian Dunker, no Blog da Boitempo, reforça a atemporalidade dos feitos de Nise:

“Não me parece um acaso que, em meio ao momento de maior dissenção social que já vivemos, desde os anos de chumbo da ditadura militar, estejamos presenciando o maior retrocesso desde então registrado em matéria de saúde mental. A nomeação de Valencius Wursch Duarte Filho como secretário de saúde mental do Ministério da Saúde, em uma operação indecente de barganha política, é o retorno de tudo o que Nise demorou uma vida para desfazer. Passeatas, manifestações e mesmo a própria ocupação, que persiste há mais de dois meses, de uma das salas do Ministério, parecem não ter voz nem luz contra a volta das piores trevas psiquiátricas.”

“Duarte Filho foi diretor técnico do hospital psiquiátrico Casa de Saúde Dr. Eiras, fechado em 2012 depois de constatadas graves violações aos direitos humanos pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados”, escrevem os psicanalistas Antonio Lancetti e Maria Rita Kehl, e o psicólogo Aldo Zaiden, em um artigo na Folha de S. Paulo.

Segundo a Sociedade Brasileira de Psicanálise, entre os profissionais de saúde, a indicação de Duarte Filho para o cargo é vista como um “retrocesso e uma ameaça real aos avanços conseguidos nos últimos anos com a Rede Nacional de Saúde Mental, que promoveu a substituição dos hospitais psiquiátricos pelos Centros de Atenção Psicossociais, organizados para oferecer atendimento intensivo, articulados a emergências psiquiátricas, residências terapêuticas e outras formas efetivas de reabilitação, beneficiando milhares de pessoas antes sujeitas a maus-tratos de toda ordem”.

Mais do que atual: Nise é urgente para a sociedade brasileira.

Líderes acusam Dilma de “encenar” que é vítima de golpe

Votação do impeachment na Câmara dos Deputados

Líderes e presidentes de 15 partidos que votaram a favor da admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, no último dia 17, acusaram hoje (19) a presidente de “encenar” para a imprensa estrangeira que é vítima de um golpe. 

Em nota, os partidos dizem que Dilma “inverte sua posição de autora em vítima” e repudiam “de forma veemente”, o “triste espetáculo encenado” por Dilma Rousseff na entrevista à imprensa estrangeira.

No documento, os partidos dizem que na entrevista a correspondentes estrangeiros a presidente “procurou desqualificar a soberana decisão da Câmara dos Deputados”, que obedecendo às regras estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou “o processamento da denúncia formulada contra ela por crime de responsabilidade”.

“A presidente da República insistiu no erro de tachar de ilegal e golpista a ação dos deputados, omitindo propositadamente que o rito do impeachment foi determinado pelo STF, nos julgamentos das inúmeras e frustradas tentativas de seu governo de impedir a atuação do Poder Legislativo. O impeachment foi chancelado pela Suprema Corte do Brasil”, diz trecho do documento.

As lideranças partidárias esclarecem que a Câmara autorizou o Senado a dar andamento ao processo e promover o julgamento da presidente, onde ela terá amplo direito de defesa. “A presidente desconsidera que está sendo acusada de ter cometido um dos maiores crimes que podem ser praticados por uma mandatária, já que a vítima, no caso, é toda a nação. Para defender-se ela inverte sua posição de autora em vítima”, diz a nota.

Em outro trecho do documento, os partidos dizem que “a vã tentativa de vitimização, sob a alegação de injustiça, não encontra amparo no relatório da comissão especial, na decisão do plenário da Câmara, nas decisões do STF, na realidade dos fatos e na soberana vontade da ampla maioria da população brasileira”.    

Assinam o manifesto os seguintes partidos: PMDB, PSDB, PSD, PSB, DEM, PRB, PTB, SD, PTN, SD, PSC, PPS, PV, PROS e PSL

 

 

O dólar no governo Temer

Michel Temer em fórum econômico em São Paulo 31/08/2015

As recentes intervenções do Banco Central, com o câmbio em torno de R$ 3,50, levantam a discussão sobre se existe um piso para o dólar. Mas há um ponto que embaralha esta visão.

Confirmado o impeachment, os rumos da economia, inclusive do câmbio, passam em breve a ser ditados por uma nova equipe, no governo de Michel Temer. Até agora, os nomes citados para a equipe do vice têm um perfil inclinado a uma menor intervenção no mercado.

Para Flávio Serrano, economista do banco Haitong no Brasil, o dólar pode cair para R$ 3,30, ou um pouco menos, à medida que se confirme a expectativa de mudança de governo, com a chegada de uma nova equipe econômica. Segundo o economista, caso se confirme o noticiário apontando a possibilidade de nomes de perfil mais ortodoxo no comando da economia, a ideia de que não há piso para o dólar se fortalecerá. “O mercado entende que haverá uma abordagem mais ortodoxa.”

A expectativa positiva do mercado quanto ao governo Temer tem sido fortalecida pelo noticiário recente sobre nomes para o governo. A lista de possíveis nomes para Fazenda e BC tem incluído Henrique Meirelles, Marcos Lisboa e Ilan Goldfajn, que foi diretor de política econômica no BC comandado por Armínio Fraga até 2002, além de Murilo Portugal, ex-secretário do Tesouro.

Fraga, também citado nas listas para a Fazenda, teria dito a Temer que ajudará com indicações, mas sem assumir o posto, disse hoje a Folha de S. Paulo. Fraga e Meirelles, que assumiram o BC em circunstâncias diferentes das atuais, em 1999 e 2003, permitiram uma apreciação acentuada do real nos meses seguintes. O afastamento de Dilma é esperado pelo PMDB para o início de maio.

As intervenções do BC não são evidência de um piso na faixa atual, em torno de R$ 3,50, diz Serrano.“O BC está aproveitando a janela para reduzir seu estoque de swaps.” Quando esta posição estiver mais reduzida, é possível que o BC deixe o câmbio mais livre, diz o economista.

“O BC deve continuar a reduzir o estoque de swaps se o processo não tiver terminado no governo Dilma”, diz Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos. “Acho que a abordagem continuará a ser redução da volatilidade. Se o câmbio sofrer um processo de valorização muito rápido, o BC tende a suavizar o processo, mas não impedir que ocorra.”

Para Serrano, do Haitong, a importância do câmbio na melhora recente das contas externas não pode ser superestimada. Segundo ele, em larga medida, o que reverteu o déficit da balança foi a queda das importações, devido à recessão. O Brasil conviver com déficit não seria um problema, afirma, desde que haja uma política econômica consistente, que atraia investimentos e gere um crescimento sustentado do PIB.

O fato de o BC ainda ter um estoque de US$ 72 bilhões em swaps cambiais fortalece a ideia de um limite para queda do dólar, diz Nathan Blanche, sócio-diretor da Tendências Consultoria. “Não vai demorar para o exportador reclamar”, caso o dólar caia para níveis muito menores. Apesar do provável perfil mais ortodoxo da equipe de Temer, Blanche adverte que a melhora dos fundamentos fiscais levará tempo.

Cleber Alessie, operador de câmbio da H. Commcor DTVM, também não acredita que o BC esteja defendendo um piso em R$ 3,50. “Não vejo uma tentativa de controle do nível da moeda por parte do BC. Há uma expectativa de maior queda do dólar no curto prazo como um todo, devido à maior liquidez no mercado externo, com o Fed não devendo subir juros tão cedo, recuperação do preço do petróleo em relação ao começo do ano, além da evidente expectativa de melhora de cenário local.”

Mulheres que não negociam podem estar fazendo escolha certa

Mulheres no escritório; trabalho

As mulheres recebem mais conselhos sobre como negociar do que precisam. Dizem que temos que deixar de ser tão mulherzinhas e que temos que pressionar, mas que a atitude assertiva vai sair pela culatra por causa do nosso gênero.

Pesquisas mostraram que as mulheres não negociam tanto quanto os homens e que, quando se impõem, elas são punidas. Teoricamente, isso deixa muitas de nós em uma situação difícil.

No entanto, algumas mulheres preferem não negociar por motivos estratégicos e benéficos financeiramente, segundo uma nova pesquisa.

Às vezes, as mulheres decidem não negociar porque consideram que já conseguiram o melhor acordo, diz uma nova pesquisa de Harvard. “Descobrimos que as mulheres parecem escolher corretamente, em termos de retornos financeiros, quando entrar [em negociações] e quando não entrar”, disse Christine Exley, uma das pesquisadoras e professora adjunta da Harvard Business School. “Acho que essa conclusão é mais otimista”.

Os pesquisadores definiram vários cenários de negociação entre pessoas que representavam trabalhadores e empresas. Diferentemente de outras pesquisas, que tendem a enfocar a parcialidade que as mulheres poderiam enfrentar em uma negociação, os pesquisadores tentaram eliminar da situação qualquer julgamento baseado no gênero.

As negociações ocorreram de modo anônimo, através de mensagens instantâneas, por isso nem o funcionário nem o representante da empresa sabiam o gênero um do outro.

Houve também transparência absoluta: os trabalhadores ganharam determinada quantia de dinheiro de acordo com seu desempenho em uma tarefa simples; as empresas obtiveram determinada quantia de dinheiro de acordo com o desempenho de seus funcionários. Todos sabiam como tinham se saído na tarefa. As duas partes precisavam negociar quanto cada uma obteria. Em um cenário, os trabalhadores poderiam escolher entre negociar ou simplesmente aceitar a oferta da empresa. Em outro cenário, todos deveriam contestar seu salário.

Quando existiu a possibilidade de escolha, a probabilidade de que as mulheres entrassem em uma negociação foi 11 por cento menor que a dos homens, o que confirma as pesquisas anteriores.

Mas, quando analisaram as mulheres que optaram por não negociar, os pesquisadores descobriram que elas tinham recebido um salário maior ou igual ao “valor de mercado” delas, que, neste caso, era o desempenho obtido na tarefa em comparação com os demais. Em outras palavras, elas já tinham feito um bom negócio, então não discutiram.

A teoria de “pressionar” nas negociações empresariais indicaria que mesmo assim essas mulheres deveriam negociar, porque as pessoas tendem a obter benefícios nas negociações. Para testar essa teoria, os pesquisadores analisaram o que aconteceu quando as mulheres foram obrigadas a negociar.

Nesse cenário, o salário delas diminuiu. Elas perderam dinheiro porque ficaram presas em negociações difíceis, em que seu valor de mercado era baixo e, ainda assim, elas pediam mais dinheiro. Antes que você conclua que isso é uma prova de que as mulheres não são boas para negociar, saiba que os homens não obtiveram resultados melhores quando foram forçados a pressionar. Eles simplesmente entraram em negociações com mais frequência e também sofreram perdas nas negociações difíceis.

“Em alguns aspectos, essa conclusão é boa”, acrescentou Exley. “Ela traz a possibilidade de que talvez, em ambientes controlados, as mulheres saibam definir bem quando devem negociar ou pressionar”.

A maioria das negociações não ocorre em ambientes controlados. Por causa da falta de transparência nos pagamentos e de uma obscura noção do valor dado a um funcionário, muitas vezes as mulheres não sabem em que tipo de negociação estão entrando, se fácil ou difícil.

As mulheres são mais propensas que os homens a dizer que não entendem bem como o pagamento é definido na empresa onde trabalham, concluiu uma pesquisa recente da Glassdoor. Isso poderia explicar por que mais mulheres não negociam.

“Uma possibilidade poderia ser que, como mulher, talvez eu subestime sistematicamente meu valor”, disse a pesquisadora Muriel Niederle, professora de Economia da Universidade de Stanford, “e talvez por isso eu não barganhe o suficiente”. Então, em vez de conselhos sobre como negociar, talvez o que as mulheres precisem é trabalhar apenas em empresas onde o pagamento e o valor dos funcionários são definidos claramente.

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