Casos de microcefalia remetem ao trauma da síndrome da talidomida nos anos 60
Aline Leal - Repórter da Agência Brasil
Até o dia 5 deste mês, 1.761 casos suspeitos de microcefalia foram notificados em 422 municípios brasileirosArquivo/Agência Brasil Em agosto deste ano, autoridades e médicos brasileiros depararam com o aumento inesperado do nascimento de crianças com microcefalia, uma malformação irreversível no cérebro. Até o final de novembro, quando o Ministério da Saúde confirmou a relação entre as ocorrências e a chegada do vírus Zika ao Brasil,
não se sabia ao certo a origem dos casos, pois não se encaixavam nos
diagnósticos já conhecidos pela literatura médica. Perguntado sobre uma
situação comparável a essa, o presidente da Associação Brasileira de
Saúde Coletiva, Gastão Wagner Campos, relembrou as deformidades causadas
pela talidomida nos anos 50 e 60.
Em 1959, médicos alemães
começaram a relatar o aumento da incidência de nascimento de crianças
com um tipo peculiar de malformação congênita, com deformidades no
esqueleto, nas pernas e ausência de alguns ossos nos braços. Dois anos
depois, pediatras começaram a relacionar os casos ao uso da talidomida
(substância tranquilizante e anti-inflamatória, usada para controlar
enjoos durante a gravidez) por gestantes. No Brasil, pelo menos 700
pessoas nasceram com malformação genética devido ao uso da talidomida.
No mundo todo, foram cerca de 10 mil casos.
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