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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Samarco terá que explicar propaganda estimada em R$ 3 milhoes

Vista aérea da lama de barragens da Samarco que invadiram o Rio Doce e chegam até a costa do Espírito Santo

 Rio Doce poluído por barragem da Samarco: pelos cálculos, a mineradora pagou pelo menos R$ 3 milhões à Rede Globo para veicular comercial

 O Ministério Púbico Federal de Minas Gerais pediu à mineradora Samarco explicações sobre as propagandas veiculadas em horário nobre na TV aberta.

De acordo com o G1, o MPF não entende como a empresa pode alegar dificuldade financeira e ter recursos para pagar uma campanha publicitária.

No mês passado, a Vale, uma das donas da Samarco junto com a BHP, alegou que a mineradora não tinha dinheiro para pagar a multa de R$ 2 bilhões.

De acordo com uma publicação que circula no Facebook, cada 30 segundos no intervalo do Fantástico custa mais de R$ 500 mil. Pelos cálculos da página, a mineradora pagou pelo menos R$ 3 milhões à Rede Globo.

QUANTO CUSTARAM OS COMERCIAIS DA MINERADORA SAMARCO NO PROGRAMA FANTÁSTICO DO ÚLTIMO DOMINGO?

Na foto abaixo você pode acompanhar a Tabela de Preços dos anúncios na Rede Globo. Um anúncio nacional de 30 segundos no intervalo do Fantástico custa R$ 550.200,00. O comercial da Samarco "É sempre bom olhar para todos os lados" tinha ‪#‎1Minuto‬. Faça as contas, cada inserção custou R$ 1.100.400,00.

Foram 3 inserções nacionais no último domingo. O que soma o montante de R$ 3.301.200,00. Ou seja, a Samarco pagou R$ 3,3 milhões por 3 minutos de propaganda nacional em um dos programas de maior audiência na TV aberta.

Olhe para todos os lados e o que você vê?

Nós do Comitê vemos uma empresa disposta a investir o que for preciso em marketing e propaganda para tentar "limpar" sua imagem suja pela lama criminosa das suas operações assassinas.

De novo, faça as contas: R$ 3,3 milhões. O que poderia ser feito com esse dinheiro?

A Samarco poderia ter comprado 17 casas em Bento Rodrigues, para indenizar famílias que tiveram suas casas destruídas pela mineradora, ou pago o salário mínimo mensal acordado com o MP (e que não tem sido cumprido) de pagar um salário mínimo a 3.750 pescadores atingidos. Ou comprado ainda 3,3 milhões de litros de água mineral para a população de cidades como Governador Valadares, que não tem água segura para consumo humano na rede de abastecimento, pois o local de captação foi totalmente contaminado pela lama. E cidades onde a Samarco briga na justiça para não entregar mais água mineral.

O que a Samarco escancarou com a sua AÇÃO DE MARKETING hipócrita com essa campanha, e seus anúncios na grande mídia foi deixar claro que NÃO IMPORTAM PARA ELA OS ATINGIDOS, NÃO IMPORTA O RIO DOCE, para esses será uma luta árdua conseguir receber na justiça qualquer valor. Mas para limpar a lama tóxica da sua imagem, aí sim, há verba. E assim saúda investidores e o deus mercado do capitalismo.

Talvez os milhões investidos em grande empresas de comunicação não tenham sido suficientes para uma análise muito simples para a mineradora, a de que ela não atingiu de forma criminosa apenas a população de Mariana e da Bacia do Doce, mas sim a cada um dos ambientalistas, ativistas e defensores dos direitos humanos de todo país. E não Samarco, não permitiremos que você tripudie sobre a dor de todos aqueles dos quais destruiu suas vidas.

Ontem o CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) abriu um processo para verificar as denúncias à respeito da campanha "Fazer o que Deve ser Feito", da Tom Comunicação para a Samarco. A entidade recebeu cerca de 50 reclamações. A maioria questiona a veracidade das informações do filme que está sendo veiculado na TV. Veja matéria no link (http://migre.me/t26XR )

Então Samarco/Vale/BHP que fique claro que ‪#‎NãoSomosIdiotas‬ e não, vocês não vão lavar essa lama com propagandinhas e manipulações maniqueístas. ‪#‎NãoEsqueremosDeMariana‬ e não permitiremos que ninguém tripudie dos mais de 3,2 milhões de atingidos pelo Crime de vocês.


 

 Além dos procuradores, a campanha também causou estranheza a alguns telespectadores. Desconfiados das informações do comercial, mais de 50 pessoas fizeram queixas ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar).

As denúncias sobre a veracidade das informações contidas nos comerciais estão sendo investigadas. Caso o conteúdo das inserções sejam reprovados, elas terão que sair do ar.

Em nota ao HuffPost Brasil, a Samarco afirmou que "não recebeu qualquer ofício do Ministério Público Federal sobre esse assunto”. A mineradora, porém, não confirmou os valores gastos com a publicidade.

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