Tribus Fm 87.9

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Tradicional Cordão da Bola Preta já chacoalha o Rio De janeiro



 Mesmo com a mensagem de paz no início do desfile, em discurso do presidente Pedro Ernesto Marinho, o Cordão do Bola Preta foi interrompido por alguns minutos devido a tumultos e tentativas de assalto no entorno

. Até por volta de meio-dia, o desfile ocorreu sem maiores problemas, com mescla de marchinhas e MPB na trilha sonora e um público entusiasmado. Do alto do trio elétrico, a atriz Leandra Leal, a cantora Maria Rita e a funkeira Ludmilla arrancavam suspiros dos fãs. Segundo estimativas da Riotur, o público foi de um milhão de pessoas.

O bloco começou 35 minutos depois do horário marcado, na Avenida Primeiro de Março, sem a presença da rainha Ludmilla, que se atrasou quase uma hora. Por volta das 10h05, Pedro Ernesto deu o discurso de inauguração, pedindo paz, respeito e muita folia.

— Carnaval são quatro dias de muito beijo na boca, alegria e felicidade. Também é preciso respeitar o patrimônio público — alertou.
O alerta, no entanto, não impediu que um grupo fantasiado de índios arremessasse cubos de gelo na direção da banda, obrigando a interrupção da música por um breve instante para que a situação fosse controlada. Os tumultos, porém, não cessaram, e por volta das 13h o desfile foi novamente interrompido, devido à ocorrência de brigas e tentativas de assalto. Neste momento, o presidente ameaçou suspender o bloco.



A concentração já animava as ruas do Centro do Rio desde às 7h deste sábado, quando foliões aglomeravam-se na concentração, na Avenida Primeiro de Março, esquina com Rua da Assembleia. Enquanto isso, Pedro Ernesto Marinho, saudava o público, reforçando a ideia de que em tempos de crise "a alegria do povo faz tudo valer a pena":

— O que importa é que chegamos para mais um desfile sem nenhum problema grave. A alegria do povo é o que importa — afirmou o presidente do bloco.
Antes do início do desfile, a expecativa era pela chegada das famosas. A madrinha do bloco, Maria Rita, destacou a união entre estilos musicais nesta edição do Cordão, que mistura samba e funk, já que a fuinkeira Ludmilla é a rainha neste ano.

 — Há algumas diferenças musicais. Mas em comum a mesma garra e paixão pela música — diz a cantora.

A atriz Leandra Leal, uma das primeiras a chegar, foi muito solícita com os fãs e destacou a tradição da agremiação.

— É um bloco que carrega várias gerações, gente de todas as idades. Muita família — diz.
Já ansiosa pelo centenário do Bola Preta, em 2018, Leandra, que é porta-estandarte do bloco, diz que estará presente daqui a dois anos.

— Só consigo pensar na fantasia — brincou a atriz.
O coordenador de carnaval da riotur, Alex Martins, lembrou que o Bola Preta sempre requer atenção maior, pelo seu tamanho.


— É o nosso maior bloco, mais antigo e mais importante. É como cuidar de uma Portela ou Mangueira. Um símbolo da cidade. Mas a cada ano aprimoramos mais nossa estrutura. Viemos de dois fins de semana já de carnaval excelentes, sem problemas graves.


Muita folia no início da concentração

Enquanto o batuque não começava, muitos aproveitaram para os últimos retoques na fantasia, como Fagner Ferreira que, ao lado do amigo Ademilson Machado, concluía o "esqueleto" montado para o carnaval. A dupla que vem de Realengo frequenta o Bola Preta há cinco anos e este ano o tema dos rapazes será a "direção consciente", enfatizando o "se beber, não dirija".

— Sofri um acidente quando era criança, por isso sempre nos preocupamos em passar essa mensagem. Podemos nos divertir e fazer as pessoas refletirem — explicou Ademilson.
Já o trunfo do "bonde dos sem vergonha ", como se denominam os 27 amigos vestidos de rosa, que vieram da Ilha do Governador, era justamente a cor da fantasia.

— A garantia é que sempre será rosa, que chama mais a atenção. Este ano escolhemos vir de mágicos - conta o folião Landes Diego Barbosa.

As musas Patrícia Oliveira e Lais Cruz, contaram que nem sabiam o que esperar quando estivessem "lá em cima, no trio", como definiu Patrícia, que aos 26 anos também é destaque da Beija-Flor este ano. Sua amiga Laís, mineira, destacou a importância do bloco na tradição carioca.
— Não existe um bloco tão reverenciado como este em Minas — disse a musa sobre a agremiação que contabiliza 98 anos de atividade.

O técnico de enfermagem Ricardo Marinho já desfila no Bola Preta há 20 anos, mas foi há sete que ele teve a idéia que marcou seu nome no bloco. Na sua fantasia, a bola preta é sua própria barriga, marcada por um buraco na camisa.

— Hoje em dia todos já me conhecem. Fiquei famoso no Bola - explica o morador de Praça Seca, que prefere vir sozinho para o desfile — curto muito mais assim, faço várias amizades na hora.
Famosos também são os amigos Alexandre Ramos, Tatiane Faco, Diego Torres, Alan Braz e Gisele de Souza, que há 12 anos se fantasiam de coelhinhos no Bola Preta.

— Fomos aumentando a quantidade de adereços, mas sempre seremos coelhinhos preto e branco — diz Ramos, que não tem dúvidas em eleger o melhor bloco da cidade. É o mais alegre e com maior diversidade.

Para o protético Eron Melo, o carnaval é oportunidade de fazer críticas políticas. Fantasiado de Batman, ele também trouxe placas de um pixuleco e do "japonês da federal"
— Juntei tudo que estava em alta. No carnaval podemos nos divertir e também refletir — diz.


Já no início do desfile, quem chamava a atenção era o grupo Uga Uga Catiri, formado por cerca de 30 moradores de Bangu, e já uma tradição no Cordão do Bola Preta. Fantasiados de homens da caverna, eles são requisitados para fotos por onde passam. Nos anos anteriores, algo que os chateava era o fato de não conseguir ver essas imagens depois.

Esse ano, pela segunda vez, eles distribuíram panfletos com os seus perfis nas redes sociais para tentar solucionar esse problema.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog