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domingo, 15 de janeiro de 2017

Conheça a “fábrica de bronzeadas” que está fazendo sucesso no Rio

Erika Bronze
A carioca Erika Romero Martins ganhou jornais internacionais por ter um negócio que muitos achariam, no mínimo, inusitado.
Ela abriu a laje de sua casa em Realengo, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, para receber mulheres que buscam a “marquinha perfeita”. Para consegui-la, elas usam fita isolante que imita um biquíni.
Apesar de espantar alguns, a empreendedora de 34 anos conta que o uso de fita isolante (ou esparadrapo) é bem comum nas comunidades do Rio de Janeiro. “Na minha adolescência a gente já tinha o hábito de tomar sol na laje usando fita isolante”, conta Erika ao HuffPost Brasil.
Depois de fazer um curso de estética e se especializar em bronzeamento a jato (espécie de tintura aplicada sobre a pele, sem precisar se expor ao sol), Erika teve a ideia de receber clientes na laje de sua casa, que na época ficava na comunidade de Vila Aliança.
“Eu comecei na comunidade, mas decidi ir para Realengo porque ficava mais fácil para minhas clientes e foi aí que o negócio explodiu”, contou a carioca.
Ela afirma que a decisão de abrir a própria casa ajudou nos negócios. “Acabou ficando mais íntimo para as meninas. Eu sou a personal bronzer delas, então elas conversam e tiram dúvidas comigo. É mais pessoal.”
Erika Bronze

Três anos após se mudar para Realengo, o novo espaço comporta cerca de 25 mulheres, que disputam cadeiras de praia para tomar sol sob os cuidados da esteticista. “Temos cerca de quatro ajudantes que ficam hidratando as meninas, jogando água nelas e lembrando de beber bastante água.”
A saúde também é levada a sério na Erika Bronze. As sessões de bronzeamento são marcadas entre 6h e 9h30 da manhã, para evitar o horário do sol forte, e todas as clientes precisam passar protetor solar antes da exposição ao sol. “As de pele branquinha usam fator 30 e, as mais moreninhas, fator 15. Mas todas têm que usar”, disse a empresária.
Além disso, Erika tem uma loção aceleradora, que funciona como um bronzeador, com a própria marca. Chamado “Erika Bronze”, o acelerador está fazendo tanto sucesso que a empresária teve de contratar três profissionais para o serviço de entrega do produto.
O produto foi aprovado pela pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em dezembro de 2016. O pote com 90 gramas custa cerca de R$ 70.
Com o acelerador, as clientes precisam fazer três sessões de bronzeamento, com duração média de 40 minutos em cada lado. As sessões precisam respeitar um intervalo de 15 dias. Depois, elas fazem a manutenção uma vez por mês.
Além das ajudantes que ficam na laje, Erika tem mais quatro empregados na área administrativa. “A ideia é crescer cada vez mais. Pretendo fazer um Spa, com manicure, cabeleireiro, depilação e procedimentos estéticos”, disse. “Também quero abrir uma pousada para receber pessoas de outros estados.”

Alerta de dermatologistas

Apesar de ter virado moda, a prática não é bem vista por dermatologistas. “Essa pratica é condenada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia”, destacou o médico Leonardo Spagnol, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Ele explica que a exposição prolongada ao sol pode levar ao envelhecimento precoce da pele, desidratação e até doenças graves, como o câncer de pele.
“Tomar sol para se bronzear pode gerar queimadura de primeiro e segundo grau [quando formam bolha]. Isso aumenta suas chances de ter melanoma, que é um tumor maligno”, alertou o especialista. “Quanto mais branca for a pele, maior a chance de se queimar e de ter melanoma. Para essas pessoas, não é recomendado se bronzear.”
Ele acrescenta que a Sociedade Brasileira de Dermatologia ainda desconhece o produto bronzeador da empreendedora.
Para quem não abre mão de se bronzear, Leonardo aconselha tomar sol por pouco tempo, todos os dias, com protetor solar adequado (mínimo fator 30) e evitar o sol forte, das 10h até às 16h. “O problema é que as pessoas querem ficar bronzeadas já no primeiro dia do verão. Se você tomar sol todos os dias por pouco tempo, sua pele se acostumará e terá menos risco de queimadura.”


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