Principal produto da economia capixaba, queda no preço do minério de ferro faz PIB cair. Impactos econômicos da tragédia em Mariana ainda não foi contabilizada
Apesar do crescimento de 3,2%
nos últimos 12 meses, o PIB trimestral capixaba caiu pela terceira vez
consecutiva e registrou queda de 0,2% de julho a setembro de 2015. O
dado é do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). O principal fator
dessa recessão, segundo o IJSN, é a redução do crescimento das
indústrias extrativas que representam quase 25% da economia capixaba.
Segundo o coordenador de estudos econômicos
do IJSN, Victor Toscano, o principal consumidor do minério de ferro
exportado no Espírito Santo era a China, que diminuiu a procura pelo
produto, causando uma queda do preço no mercado internacional. As
principais produtores de minério no Espírito Santo são a Vale e a
Samarco.
“Já registrávamos queda em outros setores há algum tempo, mas a
exportação de minério ainda segurava o crescimento do PIB. Mas os
chineses deixaram de comprar e o preço da tonelada de minério que era de
US$ 100, atualmente está em US$ 50. Com essa menor demanda, a produção
diminui e o estado deixa de ganhar”, explica.
A expectativa pelos próximos meses é ainda
pior. Os impactos da tragédia de Mariana, em Minas Gerais, com o
rompimento de duas barragens de rejeitos de minério, ainda não foi
contabilizada nos dados atuais do PIB.
“Esse desastre deve prejudicar a economia capixaba já que a
Samarco, por exemplo, teve que paralisar a produção e dar férias
coletivas a alguns funcionários. Como as mineradoras são as que mais
alavancam o PIB, essa crise deve diminuir os números do próximo
trimestre”, afirma a diretora de Estudos e Pesquisas do IJSN, Ana
Carolina Giuberti.
A soma de todos os bens e serviços produzidos no Estado neste
terceiro trimestre foi de R$ 35,9 bilhões. A estimativa do PIB estadual
para os últimos 12 meses é de R$ 140,9 bilhões. O restante do país teve
queda de 2,5% do PIB no último ano, enquanto que na avaliação do último
trimestre a recessão foi de 1,7%.
Seca
A crise hídrica no Espírito Santo também colaborou para a
desaceleração da economia. Com uma dificuldade de cultivo maior no
campo, a safra foi mais tímida neste trimestre. O maior impacto foi na
produção do café conilon, que caiu 25,2%. Como o Estado é o maior
produtor desse grão, essa queda também atinge o cenário nacional. A
cultivação do café arábica também foi menor, com decréscimo de 15,3%.
O ponto positivo é a produção de pimenta-do-reino que aumentou 82%.
Segundo Victor Toscano, muitos produtores do norte do Espírito Santo
deixaram de produzir o café para cultivar a especiaria. “Assim como o
cacau, que cresceu 22%, a pimenta-do-reino ainda representa muito pouco
no PIB, mas são produtos que estão registrando bons resultados por
aqui”, revela.
Cenário Nacional
Outro fator que ajuda a explicar a desaceleração é a demora do
Congresso Nacional em votar os assuntos relacionados ao ajuste fiscal.
“Os resultados já seriam ruins sem a crise política, mas com ela os
números pioram ainda mais. Enquanto se postergam as medidas e se
represam algumas taxas, a tendência é de que a recessão se prolongue
ainda mais”, conta Victor Toscano.
Fonte: Gazeta Online
Segundo o coordenador de estudos econômicos
do IJSN, Victor Toscano, o principal consumidor do minério de ferro
exportado no Espírito Santo era a China, que diminuiu a procura pelo
produto, causando uma queda do preço no mercado internacional. As
principais produtores de minério no Espírito Santo são a Vale e a
Samarco.
“Já registrávamos queda em outros setores há algum tempo, mas a
exportação de minério ainda segurava o crescimento do PIB. Mas os
chineses deixaram de comprar e o preço da tonelada de minério que era de
US$ 100, atualmente está em US$ 50. Com essa menor demanda, a produção
diminui e o estado deixa de ganhar”, explica.
A expectativa pelos próximos meses é ainda
pior. Os impactos da tragédia de Mariana, em Minas Gerais, com o
rompimento de duas barragens de rejeitos de minério, ainda não foi
contabilizada nos dados atuais do PIB.
“Esse desastre deve prejudicar a economia capixaba já que a
Samarco, por exemplo, teve que paralisar a produção e dar férias
coletivas a alguns funcionários. Como as mineradoras são as que mais
alavancam o PIB, essa crise deve diminuir os números do próximo
trimestre”, afirma a diretora de Estudos e Pesquisas do IJSN, Ana
Carolina Giuberti.
A soma de todos os bens e serviços produzidos no Estado neste
terceiro trimestre foi de R$ 35,9 bilhões. A estimativa do PIB estadual
para os últimos 12 meses é de R$ 140,9 bilhões. O restante do país teve
queda de 2,5% do PIB no último ano, enquanto que na avaliação do último
trimestre a recessão foi de 1,7%.
Seca
A crise hídrica no Espírito Santo também colaborou para a
desaceleração da economia. Com uma dificuldade de cultivo maior no
campo, a safra foi mais tímida neste trimestre. O maior impacto foi na
produção do café conilon, que caiu 25,2%. Como o Estado é o maior
produtor desse grão, essa queda também atinge o cenário nacional. A
cultivação do café arábica também foi menor, com decréscimo de 15,3%.
O ponto positivo é a produção de pimenta-do-reino que aumentou 82%.
Segundo Victor Toscano, muitos produtores do norte do Espírito Santo
deixaram de produzir o café para cultivar a especiaria. “Assim como o
cacau, que cresceu 22%, a pimenta-do-reino ainda representa muito pouco
no PIB, mas são produtos que estão registrando bons resultados por
aqui”, revela.
Cenário Nacional
Outro fator que ajuda a explicar a desaceleração é a demora do
Congresso Nacional em votar os assuntos relacionados ao ajuste fiscal.
“Os resultados já seriam ruins sem a crise política, mas com ela os
números pioram ainda mais. Enquanto se postergam as medidas e se
represam algumas taxas, a tendência é de que a recessão se prolongue
ainda mais”, conta Victor Toscano.
Fonte: Gazeta Online
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