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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Crise nas mineradoras e seca fazem PIB capixaba cair 0,2%

Principal produto da economia capixaba, queda no preço do minério de ferro faz PIB cair. Impactos econômicos da tragédia em Mariana ainda não foi contabilizada.

Principal produto da economia capixaba, queda no preço do minério de ferro faz PIB cair. Impactos econômicos da tragédia em Mariana ainda não foi contabilizada

Apesar do crescimento de 3,2% nos últimos 12 meses, o PIB trimestral capixaba caiu pela terceira vez consecutiva e registrou queda de 0,2% de julho a setembro de 2015. O dado é do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). O principal fator dessa recessão, segundo o IJSN, é a redução do crescimento das indústrias extrativas que representam quase 25% da economia capixaba.
Segundo o coordenador de estudos econômicos do IJSN, Victor Toscano, o principal consumidor do minério de ferro exportado no Espírito Santo era a China, que diminuiu a procura pelo produto, causando uma queda do preço no mercado internacional. As principais produtores de minério no Espírito Santo são a Vale e a Samarco.
“Já registrávamos queda em outros setores há algum tempo, mas a exportação de minério ainda segurava o crescimento do PIB. Mas os chineses deixaram de comprar e o preço da tonelada de minério que era de US$ 100, atualmente está em US$ 50. Com essa menor demanda, a produção diminui e o estado deixa de ganhar”, explica.
 
 
A expectativa pelos próximos meses é ainda pior. Os impactos da tragédia de Mariana, em Minas Gerais, com o rompimento de duas barragens de rejeitos de minério, ainda não foi contabilizada nos dados atuais do PIB.
“Esse desastre deve prejudicar a economia capixaba já que a Samarco, por exemplo, teve que paralisar a produção e dar férias coletivas a alguns funcionários. Como as mineradoras são as que mais alavancam o PIB, essa crise deve diminuir os números do próximo trimestre”, afirma a diretora de Estudos e Pesquisas do IJSN, Ana Carolina Giuberti.
A soma de todos os bens e serviços produzidos no Estado neste terceiro trimestre foi de R$ 35,9 bilhões. A estimativa do PIB estadual para os últimos 12 meses é de R$ 140,9 bilhões. O restante do país teve queda de 2,5% do PIB no último ano, enquanto que na avaliação do último trimestre a recessão foi de 1,7%.
Seca
A crise hídrica no Espírito Santo também colaborou para a desaceleração da economia. Com uma dificuldade de cultivo maior no campo, a safra foi mais tímida neste trimestre. O maior impacto foi na produção do café conilon, que caiu 25,2%. Como o Estado é o maior produtor desse grão, essa queda também atinge o cenário nacional. A cultivação do café arábica também foi menor, com decréscimo de 15,3%.
O ponto positivo é a produção de pimenta-do-reino que aumentou 82%. Segundo Victor Toscano, muitos produtores do norte do Espírito Santo deixaram de produzir o café para cultivar a especiaria. “Assim como o cacau, que cresceu 22%, a pimenta-do-reino ainda representa muito pouco no PIB, mas são produtos que estão registrando bons resultados por aqui”, revela.
Cenário Nacional
Outro fator que ajuda a explicar a desaceleração é a demora do Congresso Nacional em votar os assuntos relacionados ao ajuste fiscal. “Os resultados já seriam ruins sem a crise política, mas com ela os números pioram ainda mais. Enquanto se postergam as medidas e se represam algumas taxas, a tendência é de que a recessão se prolongue ainda mais”, conta Victor Toscano.

Fonte: Gazeta Online

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