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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Fim de ano traz esperança para enfermos

Vanúbia Alves, 24: 'O fato de meu filho estar vivo já é um grande motivo para festejar' - Foto: Raul Spinassé l Ag. A TARDE
Vanúbia Alves, 34, Belzani Rosa Brandão, 38, e Juvenília de Oliveira, 34, não se conhecem e moram a, pelo menos, 300 quilômetros de distância uma das outras. Apesar de nunca terem se cruzado, elas vivem, há cerca de dois meses, no mesmo local: em um hospital pediátrico da capital baiana.
Como outras tantas mães, as três não tiveram tempo para pensar em estar com familiares e amigos durante os festejos de fim de ano. A atenção, nos últimos dias,  foi voltada exclusivamente para os filhos que, por diferentes motivos, necessitam de cuidados especiais.
Nenhuma das três mulheres sequer imaginou que estariam em um hospital no Natal e na virada do ano. E elas não desejariam a mesma situação a ninguém.

Ainda assim, o clima não é de tristeza, mas sim de esperança e de renovação da fé - apesar de tantas dificuldades, as três torcem para que, em 2016, os pequenos Luan Alves, 2, Tatiely Brandão, 8, e Davi Walace, 6, retornem para casa com a saúde restabelecida.
"Há dois anos, Deus me deu meu maior presente, que é o meu filho. Desde então, eu só tenho aprendido coisas boas e sequer tenho tempo para esmorecer. Então, não tem por que lamentar. O fato de ele estar vivo já é um grande motivo para festejar todos os dias", disse Vanúbia.
Há cerca de dois anos, o uniforme azul dos acompanhantes de pacientes internos na Unidade de Treinamento para Desospitalização (UTD) do Hospital Martagão Gesteira, no Tororó, é a roupa que Vanúbia usa com mais frequência.
Residente em Jequié, ela está na capital desde que deu à luz gêmeos, em 2013. Isso porque um dos garotos, Luan, apresentou problemas respiratórios ao nascer. Com quatro meses, ele foi diagnosticado com hidrocefalia e, desde então, necessita da ajuda de aparelhos para respirar.
Ela só teve contato com o outro bebê até os 10 meses. Hoje, é o marido e a mãe que cuidam dele enquanto Luan está hospitalizado. Passar o Natal e o Réveillon com os dois filhos juntos é o que Vanúbia anseia no próximo ano. "Não tenho dúvidas de que o próximo ano será melhor para todos nós, com meus filhos juntos, como tem que ser", disse.
Presente
Enquanto Vanúbia vislumbra um Natal diferente em dezembro do próximo ano, na casa de Belzani ele vai acontecer em fevereiro, quando ela e a filha Tatiely, 8, devem retornar a Salgado, distrito do município de Seabra, a 456 quilômetros de Salvador.
"O Natal na roça é sempre uma festa grande, mas, como não vamos poder comparecer este ano, a família decidiu que só voltará a festejar quando voltarmos para casa de vez. Estamos contando as horas", contou, com um sorriso no rosto.
Tatiely recebeu alta hospitalar um dia antes do Natal, mas, por conta da necessidade de passar por mais sessões de fisioterapia e fonoaudiologia, deverá continuar internada por cerca de dois meses.
Quando fala sobre o futuro, Belzani se emociona. Ela jamais imaginaria que, apenas mês após a retirada de um tumor no cérebro, sua filha estivesse respondendo tão bem ao tratamento.
"Ela acorda sorrindo todos os dias, tenta conversar, já pronuncia até algumas palavras, faz os exercícios direitinho, obedece aos médicos e está bastante animada. O quadro dela evolui a cada dia, e esse é meu maior presente. Não poderia pedir mais nada", disse.
No leito de Davi Wallace, 6, a mãe Juvenília arruma, cuidadosamente, as roupas do filho. A previsão dos médicos é a de que o garoto receba alta antes mesmo do Réveillon. Davi está internado pela segunda vez este ano por causa de  um longo tratamento contra a pneumonia. Agora, a ansiedade para voltar para casa é grande tanto para a mãe quanto para o filho.
"Ele não vê a hora de rever os irmãos. Em casa, não temos toda essa aparelhagem, nem ajuda profissional, mas temos amor suficiente para fazê-lo feliz", afirmou.

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