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quinta-feira, 3 de março de 2016

Ibovespa salta 4% com cenário político sob holofotes

Homem conversa ao celular e observa tela eletrônica na bolsa de valores BMeFBovespa, em São Paulo

 O principal índice da Bovespa saltava 4 por cento na tarde desta quinta-feira, renovando máxima intradia em três meses e chegando a superar os 47 mil pontos, com a cena política dominando a atenção dos investidores.

Às 16:05, o Ibovespa subia F1 por cento 4 por cento, a 46.684 pontos. Na máxima, chegou aos 47.059 pontos, máxima intradia desde 3 de dezembro de 2015.

O volume financeiro do pregão era de 8,45 bilhões de reais.

Operadores citaram que o movimento reflete em grande parte desmonte e cobertura de posições vendidas, principalmente em papéis com participação estatal, como Petrobras e Banco do Brasil.

O principal foco era reportagem da revista IstoÉ dizendo que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado, teria feito acordo de delação premiada como parte da operação Lava Jato citando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff.

"Se isso for verdade, a já desgastada governabilidade do atual morre de vez", disse o chefe da mesa de renda variável da corretora de um banco em São Paulo.

No mercado financeiro, notícias potencialmente desfavoráveis para o governo tendem a repercutir positivamente, uma vez que favorecem apostas de mudança no cenário político e econômico.

Há também expectativa entre agentes financeiros de que a sexta-feira traga nova fase da operação Lava Jato, com risco de afetar nomes ainda mais relevantes na política nacional.

Esse noticiário se sobrepunha ao anúncio que o PIB do quarto trimestre, que mostrou contração de 3,8 por cento da economia brasileira em 2015, no pior resultado desde 1990.

Ainda no radar estava rebalanceamento do índice FTSE All World com a exclusão de nove ações de sete companhias brasileiras, enquanto uma foi adicionada na composição que entra em vigor após o fechamento do dia 18.

Destaques

Petrobras tinhas as preferenciais saltando 15 por cento e as ordinárias disparando 12,6 por cento, contagiadas pelas expectativas relacionadas ao cenário político, mesmo com a fraqueza nos preços do petróleo mostrando fraqueza.

Banco do Brasil acompanhava o tom, com salto de 13 por cento. O Credit Suisse cortou o preço-alvo da ação de 19 para 12,50 reais e manteve recomendação "underperform", enquanto o Goldman Sachs elevou o preço-alvo de 14,6 para 15 reais, com recomendação "neutra".

Itaú Unibanco e Bradesco subiam 6,2 e 6,5 por cento, respectivamente, tendo ainda no radar aprovação na Câmara dos Deputados de medida provisória que aumenta para 18 por cento a alíquota de Imposto de Renda sobre o juro sobre capital próprio, conforme esperado. Santander Brasil avançava 5,7 por cento.

Vale era contagiada pelo viés otimista, com as preferenciais de classe A subindo 7,7 por cento, tendo como pano de fundo a alta recente dos preços do minério de ferro na China.

Agentes financeiros também avaliavam os termos do acordo da Samarco sobre o desastre em Minas Gerais, considerados por analistas favoráveis às empresas.

Embraer desabava 14 por cento, após reportar resultado trimestral considerado fraco por analistas, assim como estimativas para 2016, que desapontaram.

O Itaú BBA cortou a recomendação do papel para "market perform" e citou entres seus argumentos a incapacidade da empresa de traduzir um real mais fraco em margens operacionais mais altas.

CETIP perdia 0,8 por cento e BM&FBOVESPA avançava 6,7 por cento, após a primeira autorizar assessores a iniciar discussões sobre a oferta de união com a BM&FBovespa, após seu Conselho de Administração não aceitar a oferta com os termos atualmente propostos.

Energias do Brasil ganhava 3,1 por cento, em meio à alta anual de 20,7 por cento no lucro do quarto trimestre e crescimento de 3,3 por cento do Ebitda ante o último trimestre de 2014.

Para ver as maiores altas do Ibovespa, clique em Para ver as maiores baixas do Ibovespa, clique em (Por Paula Arend Laier; edição de Aluísio Alves)

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